Conversando com amigos essa semana, surgiu como sempre o tema política, e, claro, a mais nova sandice do Presidente Lula, a aquisição do "Aerodilma".
A conversa girava sobre a necessidade da aquisição dessa nova aeronave, quando se sabe que o Aerolula já é uma aeronave sem igual, em termos de qualidade e sofisticação, entre os presidentes da república de qualquer outro país da América Latina. Lula, entretanto, alega que um presidente não pode "se humilhar lá fora", utilizando uma aeronave que só possui 12 horas de autonomia de voo.
As opiniões, como sempre, eram divergentes quanto à utilização que deveria ser dada ao dinheiro que seria empregado nessa aquisição, mas unânime quanto ao fato de que uma nova aeronave era totalmente desnecessária.
Melhoria do atendimento da população brasileira nos hospitais, novas escolas, contratação e melhoria salarial dos profissionais da área de saúde e da educação, mais combate ao narcotráfico, maior segurança para a população, e diversas outras opiniões que normalmente ocorrem nessas conversas.
A aquisição de uma aeronave importada para uso do Presidente da República de um país como o nosso, que possui a Embraer exportando centenas de aviões, dos mais diversos modelos, para todos os continentes do mundo, era outro despropósito apontado por praticamente todos, à exceção daqueles que, possuidores de aeronaves menores, de uso particular, apontavam o mesmo empecilho que Lula, a autonomia de voo dos jatos da Embraer de maior porte.
Sobre esse aspecto ocorreu nova discussão e se chegou à conclusão de que, só pelo fato do presidente utilizar uma aeronave produzida em seu país, e com isso fazer propaganda da indústria nacional por onde passasse, já valeria a pena os reabastecimentos necessários em suas viagens, assim como fazem todas as aeronaves comerciais.
Uma opinião, entretanto, me chamou a atenção. Dizia que a aquisição de uma aeronave nova, importada, por algumas centenas de milhões de dólares, era algo insignificante para o país perto da estrutura de corrupção montada no governo federal da era Lula. Que isso era bobagem, um valor irrisório diante do que é roubado por membros do governo Lula, como, desde o início, tem sido mostrado pela imprensa.
Aquela observação me provocou um sentimento péssimo e me levou a outra ponderação. Se cidadãos brasileiros já estão entendendo que o gasto desnecessário de centenas de milhões de dólares não importa, que é um volume pequeno de dinheiro perto do que é roubado, mesmo concordando que com esse valor seria possível a construção de diversas escolas, postos de saúde, ou mesmo hospitais, penso que precisamos mesmo repensar.
Repensar não só o nosso sistema político, nossos políticos, a corrupção generalizada nos poderes legislativo, executivo e judiciário, mas repensarmos os nossos próprios valores, o que entendemos como certo e errado, nossos valores morais e como estamos educando nossos filhos e netos.
Ao concluir que o descaso com o patrimônio público, sua utilização errada e ineficiente, não importa, pois algumas centenas de milhões de dólares são uma bobagem, uma insignificância perto do que se rouba, os errados não são só os ladrões e corruptos, mas os valores morais de quem assim pensa.
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