sábado, 8 de setembro de 2012

"IMPRESSÕES SOBRE A PARADA DE 7 DE SETEMBRO"

Por José Geraldo Pimentel

Tinha prometido que não assistiria à Parada de Sete de Setembro. Mas quebrei a promessa e fiquei de olhos abertos diante da TV. Esperava uma recaída da presidente da república dando uma trégua às nossas autoridades militares, concedendo-lhes o direito de assistirem ao desfile ao lado da primeira mandatária da nação. O seu discurso pronunciado na véspera, cheio de promessas, embora sempre jogando os acontecimentos para dar inicio no ano que vem; e não tão crente em sua realização, já que nestes últimos onze anos de governo petista, as promessas nunca foram cumpridas, levaram-me a quebrar a minha jura. E lá me plantei diante da TV, cheio de entusiasmo, o coração implodindo de patriotismo; e um saco de pipocas ao lado. E a cervejinha bem gelada, também. Um programa bem familiar, à moda brasileira!
O coração estava aberto para os sonhos, desejoso que o país caminhe para o seu verdadeiro destino na busca da harmonia e felicidade.
Comento, assim, o que vi: Minha preocupação maior era com a presença dos Comandantes Militares no desfile. Mas pela terceira vez consecutiva faltaram as presenças dos Comandantes Militares e do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) no palanque principal das autoridades civis. O palanque onde estava a presidente da república, Dilma Rousseff, crescia aos olhos, pela extensão e quantidade de convidados que se faziam presentes, menos os chefes militares. Esses desabonados da sorte devem ter sidos alojados em palanque à parte.
A transmissão teve a exclusividade da TVE, emissora do governo. As outras emissoras apresentavam a sua programação normal durante o desfile, deixando para fazer uma sinopse do acontecimento nos jornais da noite.
Falta de patriotismo ou o acontecimento tem pouco interesse para as emissoras? Eu de minha parte confesso que os desfiles militares brasileiros pecam pela falta de grandiosidade no seu formato. Numa comparação ao último desfile militar realizado na Venezuela, que não é um EUA, França, Inglaterra, Rússia, etc., vê-se que a nossa apresentação é muito pobre. Falta volume na representação da tropa, e entusiasmo no desfile.
Um desfile com seis colunas, comparada com uma massa uniforme de dez, doze colunas e dezenas de fileiras, marchando sincronizada como um bloco monolítico, onde é visível o entusiasmo da tropa; deixa muito a desejar. A cadência da tropa é fruto também do dobrado que é tocado pela banda. O ritmo ouvido nos nossos desfiles militares parece ser uma lamentação de um canto fúnebre. Não há tropa que consiga marchar com entusiasmo, escutando uma marcha sem cadência e ritmo militar.
Observei também que não andou bem das pernas o protesto das esposas dos militares, que à semelhança dos anos anteriores, só se viram faixas com chamadas para os baixos salários da tropa. O palanque sempre fica distante das autoridades civis. Pelas fotos vistas nos noticiários de jornais, vê-se o palanque da presidente da república do lado oposto ao das ‘guerreiras’; mas, longe, onde nenhum protesto, mesmo feito com megafone, era possível ser ouvido.
Notei uma faixa exposta por um integrante da Polícia Federal que apresentava as mesmas reivindicações. O cidadão estava à frente do palanque das esposas dos militares.
Uma lição que se apreende neste contexto reivindicatório da era Dilma Rousseff, é que o efeito ‘poder da investigação, ou inquérito’, tido, sempre, como arma da Polícia Federal e da Polícia Militar de Brasília, não tem funcionado no atual governo. O presidente Lula tremia de medo da represália dessas corporações, tanto quanto o governador do Distrito Federal. A mulher com o poder nas mãos faz a diferença. Ordem dada é para ser executada! Sem temor a represálias!
O que me encantou neste 7 de setembro, já que o desfile foi muito interiorano, carente de grandeza, bem ao estilo do sucateamento de nossas FFAA, foi o protesto de duas mulheres lindas que burlaram a segurança e deram o seu showzinho, mostrando-se nuas da cintura para cima! Lindos os seios, por sinal! Por que as mulheres são tão encantadoras, e deixam os homens embasbacados!
Fiquei decepcionado com o desprezo como são tratados os nossos chefes militares, e muito triste, ao ver a presidente da república deixar o palanque justo no momento em que se anunciava o inicio da apresentação da ‘Esquadrilha da Fumaça’. Achei muita falta de consideração a Comandante-em-chefe das Forças Armadas se retirar do palanque, logo naquele momento.
Mas não foi a sua primeira desfeita com a Força Aérea. O ano passado aconteceu a mesma coisa!
José Geraldo Pimentel Cap Ref EB
Rio de Janeiro, 08 de setembro de 2012

Um comentário:

Jurema Cappelletti disse...

Talvez pelo hábito de ver o lado bom mesmo que as coisas parecem ruins, prefiro dizer que os militares é que "cagaram na cabeça" (perdão pelo termo, mas não tive paciência para vascular a mente e encontrar o mesmo em palavras mais educadas) de nossos dirigentes civis.

Cabe a nós dar mais força ao ego dos militares, que se sentem ''deixadsos às traças'' desde a época da ditadura. UM GRANDE ABRAÇO E MINHA ADMIRAÇÃO PELOS MILITARES.