quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A FILOSOFIA VAI MUDAR

Por Ralph J. Hofmann
Imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga)


Nunca acreditei nem acredito agora que a maioria dos brasileiros tenha sido contra o regime militar ou que em 2002 tenha realmente sido a favor do PT e do socialismo. A maioria silenciosa calou e consentiu. Não foi a favor.
A prova disto está no forte eleitorado do PMDB apesar das eternas evidências do oportunismo político dos líderes daquele partido. O PMDB não se apresentava como sendo socialista.
O brasileiro acredita na oportunidade de se tornar um milionário e quer preservar esta oportunidade. Só tem vergonha de admiti-lo.
Mas nunca dirá claramente que é contra as doutrinas de esquerda. Acompanha o lero de esquerda apenas porque teme ser considerado reacionário.
Nem mesmo as esquerdas acreditam nos dogmas de esquerda. Caso contrário como explicar a quantidade de líderes das esquerdas que estão se refestelando confortavelmente numa pele pequeno burguesa, arrecadando quantias cada vez maiores de dinheiro escuso e comprando apartamentos e casas cada vez maiores, veraneando em "resorts" cada vez mais caros.
O que dizer dos artistas, alguns com pensões polpudas a título de recompensa por alegadas perseguições apesar de, como Ziraldo, terem ido de sucesso em sucesso editorial de vendas, vendagem de discos ou auditórios recheados.
Infelizmente os brasileiros têm levado até para as urnas esta vergonha de se encarar no espelho e admitir que alguns limites de decência foram ultrapassados porque em nome de ideologia deram oportunidades demais para quem não o merecia. .
Incluem-se nestes os membros da nova classe média de Lula. Ainda não têm os instintos de auto-preservação que lhes permita identificar uma rota desastrosa para o país.
Porém agora, após nove anos temos novidade. Os jovens que protestaram contra Lula na Universidade da Bahia praticamente não se lembram de um momento em que o Brasil era dirigido por outra que não fosse a dobradinha PT/PMDB. Tinham 9 anos quando o Lula estava na campanha que o elegeu da primeira vez.
Para esses universitários o “establishment” corrupto agora é representado por Lula, Dilma, Collor e Sarney e suas coortes.
O ano que vem estarão votando pela primeira vez. Em 2014 já serão uma bela percentagem dos eleitores, talvez os 2 ou 3% que derrotem o atual regime.
Como não há perspectiva nenhuma de o governo substituir a retórica por sólidas realizações, e mesmo que o quisessem fazer, o dinheiro que garantiria o futuro brilhante já foi gasto em corrupção, as obras infra-estruturais não foram feitas e os empregos industriais não se multiplicarão e até minguarão, no décimo segundo ano da era do PT estará claro que seus pais votaram para colocar o país embarcado em canoa furada sem remo, num rio caudaloso.
Não sei o que será dos jovens dos assentamentos ensinados em madrassas socialistas afora os que cresceram sob lona plástica preta.
Mas esse tipo de vida comunitária leva, ao longo dos anos de necessidade, vivendo com um mínimo para a sobrevivência, a gerar desprezo e insatisfação com as autoridades. Com as autoridades diretas, ou seja, aquelas que mandam nos campos, às vezes com mãos de ferro.
Particularmente quando seus primos, que não foram para os acampamentos, de uma ou outra maneira progrediram como empregados ou pequenos empreendedores, enquanto eles tomam banho na cacimba, comem em refeitório ou ao redor de fogo de chão, e não têm sequer como levar uma namorada para um lugar discreto.
Quero pedir emprestadas as palavras de Bob Dylan, cantadas por Joan Baez um ícone das mudanças dos movimentos da década de sessenta:

“The times they are a-changing!” – “Os tempos estão mudando!”.

Bob Dylan certamente ficaria furioso com o contexto em que usei seus versos.

http://www.youtube.com/watch?v=bjc6bH9OTm4


peguei do maisumonline.

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