segunda-feira, 20 de agosto de 2012

É DESCABIDO SE FAZER MÉDIA COM A BAIXA MÉDIA DA EDUCAÇÃO NA COMCAM

Por José Eugênio Maciel
“O mentiroso carece ter boa memória para não ser desmentido por ele mesmo” (Gudé)
´´É muito preocupante ver que o governo comemorou a tragédia, comemorando
a vergonha, em vez de assumir perante a opinião pública, em cinco séculos
não se conseguiu resolver os problemas e construir uma economia
baseada em mão de obra qualificada”
Cristovam Buarque de Hollanda
                 Rigorosamente a educação na COMCAM – Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão (composta por 25 cidades) não tem absolutamente o que comemorar diante dos resultados da última avaliação do IDEBE – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de 2011. Muito pelo contrário, os dados (pertinentes a partir de 2009) deveriam desencadear iminente apreensão. Afinal de contas apenas Terra Boa atingiu a nota 6.0, ainda assim no ensino de 1º ao 5º ano, sendo que do 6º ao 9º empacou na nota baixa, 4.1.
         Eis o primeiro parâmetro, um único município com uma única média 6.0. Ao levar em conta todas as séries (1ª a 9ª) e com referência aqueles que estão com notas entre 5.0 e 5.9, os municípios (total de 18) são os seguintes: Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperança, Campo Mourão, Engenheiro Beltrão, Fênix, Farol,. Goioerê, Iretama, Janiópolis, Mamborê, Moreira Sales, Nova Cantu, Peabiru, Quarto Centenário, Rancho Alegre D’Oeste, Roncador e Ubiratã.
Queda das escolas da COMCAM no Ideb
charge de Ivan Cabral
          Embora alguns municípios, a julgar pelas declarações dos seus prefeitos, comemorem por considerar que estão melhorando de nota, falta a todos eles uma regularidade em todas as séries. Se existem “avanços”, qualquer projeção por razoável que seja não corrobora para pretensa satisfação, uma vez que entre 5.0 e 5.9 são notas baixas.
         Situação pior é a realidade dos Municípios (são seis) da nossa região que estão com notas entre 4.0 e 4.9: Altamira do Paraná, Campina da Lagoa, Corumbataí do Sul, Juranda, Luiziana e Quinta do Sol. Não são poucos os municípios que possuem notas menores que 4.0 (total de 17), tomando com parâmetro ao menos uma das séries avaliadas entre 2009 e 2011: Altamira do Paraná, Araruna, Campina da Lagoa, Campo Mourão, Farol, Fênix, Goioerê, Iretama, Janiópolis, Luiziana, Mamborê, Moreira Sales, Nova Cantu, Peabiru, Quinta do Sol, Rancho Alegre D’Oeste e Roncador.
         Quantos municípios apresentaram elevação da nota, ainda que ínfima entre as mencionadas séries? Nenhum! Ou seja, todos eles de caracterizam pela ausência total de regularidade ou que tenham conseguido sucessivas melhoras, mesmo que fossem abaixo da média desejada ou ainda não muito longe dela.
         Entre as séries iniciais, 1ª a 5ª, 16 municípios obtiveram avanços, Araruna, Barbosa Ferraz, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Fênix, Goioerê, Janiópolis, Luiziana, Mamborê, Moreira Sales, Peabiru, Quarto Centenário, Rancho Alegre D’Oeste e Roncador e Terra boa, sendo que Farol e Quinta do Sol repetiram as notas respectivamente. Já nas séries finais, 6ª a 9ª, alternaram a nota para uma situação em muitos casos apenas com uma nota menos ruim, (12 municípios): Altamira do Paraná, Araruna, Boa Esperança, Campo Mourão, Engenheiro  Beltrão, Goioerê, Juranda, Luiziana, Peabiru, Quinta do Sol, Rancho Alegre D’Oeste e Ubiratã, ao passo que Barbosa Ferraz, Quarto Centenário e Terra Boa obtiveram notas idênticas respectivamente.
          Constitucionalmente as municipalidades são obrigadas a aplicarem pelo menos 25% do orçamento na educação, o que implica, por conseguinte, a correta adoção do dinheiro público. Mas não é tudo, embora imprescindível. Destinar dedicação, incluindo a mobilização e organização permanentes da sociedade, com vontade e determinação político-administrativa é de capital importância, o que não está ocorrendo, ao menos suficientemente ante a constatação de tantas notas baixas.
         Minimizar os números ou superestimá-los é uma tentativa estúpida e vã de escamotear a realidade, em vez de realizar efetivamente um diagnóstico, traçar metas urgentes de transformação. Na agenda de toda a administração pública, da família e da sociedade, a educação deve se fazer presente, todos os dias, em todos os momentos. E até óbvio fazer tal afirmação, mas uma necessidade que serve antes de tudo como advertência impostergável.      

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