sexta-feira, 17 de setembro de 2010

CASA CIVIL, ANTRO DE CORRUPTOS


Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS

Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos “floreios” para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre “contestar”, voltar trás e mudar o futuro.

(Cleide Canton)

Erenice Guerra não convence tentando justificar o injustificável, na sua carta de demissão, em caráter irrevogável, ao presidente Lulla. Certamente seguiu determinação explícita das hostes petralhas, preocupadas com uma possível repercussão negativa na campanha de Dilma à presidência. Sinceramente não vejo porque tanta preocupação, a população está atacada por uma virulenta placidez e a tudo assiste sem esboçar qualquer reação. A milionária anestesia não foi patrocinada pelo Ministério da Saúde, mas por inteligentes agentes políticos que cooptaram, aliciaram todas as forças que historicamente eram capazes de reagir contra estes inúmeros crimes cometidos em nome de uma política suja em que os fins justificam os meios. Ninguém se incomoda com as quebras de sigilo, com as propinas cobradas de empresários para financiar campanhas demagógicas e nem mesmo atentados ou assassinatos daqueles que poderiam constranger ou complicar a vida dos ilustres mandatários encastelados na máquina pública mais corrupta da história da república brasileira.

Carta da Ministra Demissionária Erenice Guerra

Senhor Presidente

Nos últimos dias fui surpreendida por uma série de matérias veiculadas por alguns órgãos de imprensa, contendo acusações que envolvem familiares meus e ex-servidor lotado nesta Pasta.

Tenho respondido uma a uma, buscando esclarecer o que se publica e, principalmente, a verdade dos fatos, defrontando-me com toda sorte de afirmações, ilações ou mentiras que visam desacreditar meu trabalho e atingir o governo ao qual sirvo.

Não posso, não devo e nem quero furtar-me à tarefa de esclarecer todas essas acusações e nem posso deixar qualquer dúvida pairando acerca da minha honradez e da seriedade com a qual me porto no serviço público. Nada fiz ou permitir que se fizesse, ao longo de 30 anos da minha trajetória pública, que não tenha sido no estrito cumprimento de meus deveres.

Prova irrefutável dessa minha postura é que já solicitei à Comissão de Ética a abertura de procedimento para esclarecimento dos fatos aleivosamente contra mim levantados, à Controladoria-Geral da República a auditagem dos atos relativos à Anac, dos Correios e da contratação de parecer jurídico na EPE, além de solicitar ao Ministério da Justiça a abertura dos procedimentos que se fizerem necessários no âmbito daquela Pasta para também esclarecer os citados fatos.

No entanto, mesmo com todas essas medidas por mim adotadas, inclusive com a abertura dos meus sigilos telefônico, bancário e fiscal, a sórdida campanha para desconstituição da minha imagem, do meu trabalho e da minha família continuou implacável. Não apresentam uma única prova sobre minha participação em qualquer dos pretensos atos levianamente questionados, mas mesmo assim estampam artificialmente um clima de escândalo. Não conhecem limites.

Senhor Presidente, por ter formação cristã não desejo nem para o pior dos meus inimigos que ele venha a passar por uma campanha de desqualificação como a que se desencadeou contra mim e minha família. As paixões eleitorais não podem justificar esse vale-tudo.

Preciso agora de paz e tempo para defender a mim e a minha família, fazendo com que a verdade prevaleça, o que se torna incompatível com a carga de trabalho que tenho a honra de desempenhar na Casa Civil.

Por isso, agradecendo a confiança de Vossa Excelência ao designar-me para a honrosa função de Ministra-Chefe da Casa Civil da Presidência da República, solicito, em caráter irrevogável, que aceite meu pedido de demissão.

Cabe-me daqui por diante, a missão de lutar para que a verdade dos fatos seja restabelecida.

Brasília, 16 de setembro de 2010.

Erenice Guerra

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

Imagem da Internet – fotoformatação (PVeiga).

Nenhum comentário: