quinta-feira, 30 de setembro de 2010

SOU UMA PESSOA MAIS VELHA

Constantemente, criticam-se as pessoas mais velhas porque elas não se adaptam ao mundo moderno.
Sem dúvida, nós nos responsabilizamos por tudo o que fizemos e não culpamos ninguém por isso.
Não obstante, depois de uma serena meditação, gostaria de assinalar que, apesar de havermos levado o mundo na flauta, vivida uma revolução sexual, rebelado-nos contra certos valores tradicionais, e dançado com Os Beatles e Os Rolling Stones…
Não fomos nós que eliminamos:
A melodia da música, o talento e a engenhosidade das criações artísticas, a boa voz na hora de cantar, o orgulho por nossa aparência exterior, a cortesia ao dirigir, o romance nas relações amorosas, o compromisso do casal, a responsabilidade da paternidade, a união da família, a aprendizagem e o gosto pela cultura, o sentimento de patriotismo, o rechaço à vulgaridade e a grosseria.
Também não fomos nós que eliminamos:
O presépio de natal das escolas e cidades, o bom comportamento intelectual, o refinamento de linguagem, a dedicação à literatura, a prudência na hora de gastar, a ambição por querer ser alguém na vida.
Nem tão pouco tiramos Deus do governo, das escolas, dos hospitais e de nossa vida.
O respeito aos outros, às mulheres e aos anciãos.
E muito menos fomos nós que eliminamos a paciência e a tolerância de nossas relações pessoais e nem as nossas interações com os demais.
De fato, já sou uma pessoa velha!
Mas posso animar uma festa, mesmo que só resista até o meio dia.
Abro frascos com tampas a prova de criança, ainda que tenha que usar um martelo.
Lembro-me de voltar para casa a uma hora, e de forma adequada.
E durmo como um bebê durante as noites, ainda que, no outro dia, o corpo demore em permitir que me levante.
Posso rir das críticas que me fazem, ainda que, às vezes, não as ouça muito bem.
Sou muito bom para contar histórias ou piadas, mesmo que as repita vez por outra.
Mas, não pense que me tenha tornado um lutador,de casca grossa,nem intransigente.
Simplesmente, reconheço que há coisas que já não me agradam.
Já não gosto do engarrafamento no tráfego, nem das multidões, da música alta, de crianças gritadoras, de cachorros que latem, de certos políticos que enganam, nem de tantas outras coisas de que agora não me lembro.
Mas desejo seguir desfrutando minha vida, a vida que Deus me deu.
E respeitando os outros, e esperando que os outros me respeitem.
Estou repassando esta mensagem para todos os meus amigos, e estou chateado porque agora não lembro a pessoa que me enviou isto.
Talvez ela vá recebê-la de volta, mas tenho certeza de que vai perdoar-me por esse pequeno lapso de memória.
E que importa isso!
Vai ser bom porque assim estou seguro de que vai ler tudo de novo...
E vai gostar!
Certo é que essa pessoa também pôs flores na cabeça, entoou canções de protesto, fez algumas coisas não tão santas e acabou dançando com Os Beatles e Os Rolling Stones, como eu.
Só as pessoas mais velhas podem entender essa história de enviar mensagens e piadas pesadas pelo correio eletrônico, quase todos os dias.
Não conheço o autor do texto.

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