A reação é coisa positiva; só reage quem está vivo e com energia. O reacionário é alguém que reage porque está vivo e recomenda-se; e precisamos de mais gente a reagir a textos bloquistas como este.
A Joana Amaral Dias é segundo dizem, toda boa. Porém, o fato de ela ser, alegadamente, toda boa, não lhe dá automaticamente toda a razão, por via de um fenômeno de dissociação cognitiva através do qual se passa a pensar com as vergonhas do corpo. Em Portugal, quando alguém toda boa abre a boca, normalmente saem pérolas; ou, se escarra os progressistas acorrem, em massa, a analisar a bílis.
Existe uma diferença entre o status quo e a reação. Eu sou reacionário e, portanto não posso, por definição, pertencer ao status quo. O status quo está acomodado; não gosta de reações; o status quo não gosta de reacionárias. Porém, a maior diferença, talvez, é a que existe entre o reaccionário e o revolucionário.
O revolucionário serve-se da acedia do status quo para implementar uma agenda política totalitária e contra-natura — que é o que a toda boa Joana defende, por mais que ela diga “que não, e coisa e tal”. A geração à rasca, ou a geração Peter Pan, é composta pelos idiotas úteis que Lenine satirizou e que tanto agradam à mente revolucionária da suposta toda boa Joaninha.
O reacionário faz o que eu fiz aqui: manda-os, a todos, à merda.
O feminismo transformou os homens em rapazinhos; o feminismo eliminou os Homens com H maiúsculo. Os “rapazinhos adultos” da geração Peter Pan procuram mulheres que tomem conta deles. Este fenômeno cultural da geração Peter Pan decorre da eliminação dos ritos de passagem que existem em qualquer sociedade decente e com futuro.
Na maioria das sociedades em países africanos, por exemplo, existem rituais de passagem específicos para os dois sexos. Esses rituais de passagem garantem uma sociedade saudável e a sua continuidade. Porém, esses ritos de passagem são tradicionalmente muito mais exigentes nos rapazes do que nas raparigas: eles têm que demonstrar coragem, poder físico e capacidade competitiva.
Em contraponto, em Portugal e na Europa, existe uma incerteza cultural acerca do papel do homem na sociedade, em função da eliminação dos ritos de passagem nos dois sexos decorrente da imposição dos valores feministas. O feminismo eliminou os homens a sério, e criou a geração dos Peter Pans. Os maridos e pais são agora uma mera opção, e os valores tradicionais do pai e marido são hoje considerados obsoletos e ridículos — e cria-se uma situação de círculo vicioso em bola de neve, em que os adolescentes não sublimam o Édipo e a ação do superego é reprimida, dando lugar ao narcisismo masculino doentio que caracteriza uma série de anomalias sociais.
Não está em causa, neste meu discurso, o direito da mulher à educação, à igualdade política e à equivalência de papéis sociais. O que está em causa é o ataque cultural do feminismo — e do politicamente correto em geral — contra o casamento e contra a maternidade; o conceito de “igualdade feminista” nivela-se pelo mais baixo instinto.
Uma das razões por que a subespécie de Neanderthal desapareceu, liga-se exatamente à ausência de ritos de passagem, diferentes para os dois sexos. As mulheres de Neanderthal iam à caça, na companhia dos homens; as crianças eram abandonadas, e toda a tribo era endemicamente mal nutrida. A vantagem seletiva do homo sapiens liga-se exatamente com a distribuição de tarefas na tribo e na família, coisa que não existia entre os de Neanderthal.
O feminismo transforma o homo sapiens em uma espécie de Neanderthal atual, e as sociedades do “Neanderthal moderno” estão condenadas à decadência. É apenas uma questão de tempo.
Fonte: Perspectivas.
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