É com uma inenarrável decepção e um imensurável sentimento de baixa autoestima que observo a relação entre o Brasil e os Estados Unidos. O Brasil, o primo pobre, caracterizado pelos americanos como pólo subcultural, nada mais é, aos olhos dos “guardiões da democracia mundial”, do que um prostíbulo barato.
Inúmeras provas históricas atestam isso: primeiro, a chamada política de backyard (política de jardim); segundo, a doutrina Monroe (a América para os americanos – ou “em outra tradução livre possível”: A América para os Estados Unidos) e, não menos expressivas que as políticas supracitadas, a presença dos EUA na nossa “gloriosa revolução” (os militares adoram a palavra “revolução”) de 64.
Isto para citar fatos históricos contundentes e bem específicos, mas poderemos levar outros acontecimentos em consideração. Como quando Sylvester Stallone disse, a propósito de seu último filme gravado no litoral do Rio de Janeiro: “O Brasil é incrível, você explode tudo por lá, eles adoram e você ainda ganha um macaco”. Ou, ainda, quando outro ator americano Robin Willians falou sobre o fato dos EUA perderem a oportunidade de sediar as olimpíadas para o Brasil: “Espero que ela (Oprah) não esteja chateada de perder as Olimpíadas. Chicago enviou Oprah e Michelle. O Brasil mandou 50 strippers e meio quilo de pó. Não foi justo”
Os americanos nos inundam com enlatados, produtos subculturais e acabam transformando a juventude brasileira no mais legítimo resíduo subcultural que pode existir (e, vejam bem, para isso não precisaríamos de ajuda externa, pois temos o funk, o axé e a rede globo).
E nós, míseros brasileiros, fazemos reverência aos americanos. Envergonho-me ao ver os brasileiros lisonjeados com a presença de Barack Obama. “Visita de cortesia”, - diz a imprensa. Sem dúvidas, os Estados Unidos devem em algum momento cortejar, a fim de saciar seus interesses imperialistas. Uma conveniente visita ao Brasil, quando os países muçulmanos, detentores das maiores reservas petrolíferas do mundo estão em colapso interno; e, além disso, quando a relação dos americanos com os povos árabes encontra-se em um momento tão “sublime”. Isto posto, não se faz necessário mencionar o caso do pré-sal.
Tudo bem, dizem frequentemente meus amigos, diante do meu exacerbado amor pelos EUA: “você critica a cultura de massa, mas ouve música americana”...
Sim, ouço e continuarei ouvindo. A música americana que ouço é Jazz, blues e Rock and Roll, músicas de resistência, músicas de movimentos étnicos oprimidos; e, sobretudo: música de protesto. É o canto da contracultura que ainda ecoa pelo mundo. O canto daqueles americanos contrários ao modo de vida burguês e consumista, daqueles que se rebelaram contra o próprio país.
Indicação do amigo Juma Durski, com a seguinte observação: Texto enviado pelo meu amigo, doutorando em Filosofia, residente em Mal. Cândido Rondon, Rafael Fernando Hack.
Imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga).
Um comentário:
Muito bom o artigo do Rafael.
Parabéns!
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