sexta-feira, 18 de março de 2011

O EXEMPLO DO JAPÃO

Por João Bosco Leal

Segundo especialistas, os desastres climáticos que recentemente têm sido divulgados ocorrem, e sempre ocorreram, na mesma quantidade e intensidade, mas não havia tanta informação quanto hoje que os divulgasse, motivo pelo qual muitos imaginam que estão aumentado, tanto na quantidade quanto na intensidade.

A internet, antes inexistente, hoje consegue fazer com que as pessoas se sintam praticamente participantes dos fatos, tamanha a riqueza de detalhes e a rapidez da divulgação dos mesmos. Consegue transmitir dados e imagens que derrubam governos como no Egito, ameaçam ditadores como na Líbia e surpreende a humanidade, mudando inclusive expressões, como a da transmissão ao vivo e a cores como se dizia alguns anos atrás, para transmissão on line, de ocorrências como o terremoto seguido do tsunami que arrasou o Japão nos últimos dias.

Os ambientalistas radicais tentam desmentir trabalhos científicos que comprovam isso, dizendo que o homem destruiu o planeta, que precisamos de "desmatamento zero", replantar o que já foi desmatado, e todas as outras previsões alarmistas que já estamos acostumados a ouvir destes.

Já os cientistas afirmam que não é um tipo de árvore, mas qualquer tipo de planta, a responsável pelo "filtro" terrestre e a purificação do ar, e que, nesse sentido, tanto faz a floresta amazônica, quanto uma imensa floresta de eucaliptos, ou mesmo milhares de hectares de soja, milho, ou qualquer outro plantio agrícola, todos fazem a fotossíntese com a mesma qualidade e intensidade.

Independentemente desse tipo de discussão, até por não possuir conhecimento do assunto e não pretender, como alguns que defendem essa ou aquela corrente, radicalizar, seja para qual lado for, penso que tudo o que o ser humano precisa fazer para aprender é observar os fatos, as ocorrências, e delas tirar conhecimento necessário para viver cada vez melhor, em paz e em harmonia com a natureza, que tudo nos dá, e tudo nos ensina.

Sempre podemos aprender algo observando as mais diversas ocorrências da vida, sejam pessoais ou comunitárias, e o que está ocorrendo no Japão nos últimos dias, me faz pensar sobre os motivos pelos quais, num país como o Brasil, com tantas riquezas naturais, ainda se pensa na geração de energia nuclear.

As possibilidades naturais existentes no país para a geração de energia utilizando os mais diversos meios conhecidos atualmente são imensas, e praticamente inofensivas, como o aumento significativo da geração da energia hidráulica, com a grande quantidade de rios ainda inexplorados para esse fim que possuímos, a energia gerada pelo vento, eólica, quando se sabe que possuímos regiões onde o vento é intenso e ininterrupto, como no Nordeste, e a energia solar, de captação fácil e abundante em todo o país durante todo o ano.

Mesmo com os ambientalistas lutando contra, dizendo que as represas inundam áreas de animais, reservas indígenas, ou mesmo de outras populações ribeirinhas, não dizem que essas populações realocadas sempre são instaladas em locais com maiores e melhores condições e infraestrutura como um todo, desde escolas, hospitais, comércio, centros de lazer, e tudo o que se faz necessário para uma vida mais digna do que possuíam.

E as represas, além de energia passam a gerar também fartura de alimentos com peixes em abundância para seus ribeirinhos, trabalho para pescadores profissionais, turismo e sua consequente geração de empregos, esportes aquáticos, transporte fluvial, mais barato e seguro que o rodoviário e o ferroviário, e centenas de outras possibilidades.

As ocorrências no Japão devem servir de alerta aos defensores da energia nuclear pois por mais que os cientistas digam que possuem controle sobre esse sistema, num dos países mais desenvolvidos do mundo, e que no passado já sofreu as consequências da explosão de bombas atômicas em seu território, esses cientistas não souberam sequer como impedir as explosões dos reatores, e a nova contaminação ambiental e de seres humanos que certamente ocorrerá.

Podemos até entender que em países menores, pequenos como o Japão, a geração de energia nuclear ainda assim seja justificável, por falta de outras alternativas, mas no Brasil, com todas as riquezas naturais que possuímos, só pode ser entendida como mais uma fonte de corrupção, ou seja, de crime.

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