sexta-feira, 30 de março de 2012

MARECHAL DA PAZ

Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 30 de março de 2012.
Para navegar, nas condições e com a frequência, com que fazes, não basta ser forte fisicamente, é necessário ter uma vontade inabalável! Imagino que algumas pessoas, possam te comparar com o genial personagem de Cervantes, Don Quijote de la Mancha. Nesta luta pessoal, desigual, que travas com a imensidão da Amazônia, tentando fazê-la mais conhecida entre nós brasileiros de todos os quadrantes. Havendo essa comparação, perdoa-os, não sabem o que fazem!
(Luiz Carlos Bado Bittencourt)
Lagoa da Fortaleza
Os amigos têm uma capacidade incrível de nos motivar nos momentos difíceis. Quando as incertezas, os desafios cruéis interpostos pelo destino abalam nossas convicções, nossas crenças e nossas vontades, sempre aparece uma terna e querida voz amiga, uma bela mensagem, um abraço afetuoso que nos estimula a levantar a cabeça e a prosseguir. O professor Bittencourt e mais recentemente o meu eterno Mestre João me enviaram mensagens que faço questão de repartir com os leitores.
Guerreiro
    Fonte: João Silveira Machado

Como aluno do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA) tive um Mestre singular, o professor de Biologia João. Ele não era austero, não envergava o uniforme impecavelmente como os demais professores militares, nem fazia uso de oratória elaborada, discreto, possuía uma autoridade nata, impunha respeito aos jovens alunos pelo conhecimento, falava-nos serenamente desvendando não apenas os segredos do funcionamento dinâmico dos organismos, mas, sobretudo, estimulando nossos corações e mentes a pensar, a indagar, a questionar o que observávamos na natureza. O venerável Mestre implantou na minha alma minha paixão pela História Natural, instigou minha curiosidade sobre a vida dos seres vivos e graças a ele desenvolvi o espírito de um verdadeiro “Naturalista” que procura adquirir o conhecimento em contato direto com a natureza e não apenas nos laboratórios de pesquisas e bancos escolares. Aprendi a me enxergar como parte da natureza, a respeitá-la e a me maravilhar com cada elemento, cada célula, dos seus seres mais simples aos mais complexos. Enquanto meus colegas compravam “gibis” eu gastava minha “mesada” adquirindo almanaques, revistas ou livros de ciências naturais. 
A elaborada teia do destino, quatro décadas passadas, colocou-nos através de sua meiga filha, novamente, em contato virtual. O eterno Mestre João é um profissional da medicina reconhecido, um mago das mentes, um prodigioso filósofo e escritor que me presenteia constantemente com seus textos. Agradeço, humildemente, Professor João o seu texto, certo de que seu coração falou desta vez, mais alto do que a própria razão:

“Lutador incansável, guerreiro, explorando água, selvas, conhecendo sítios, descobrindo gente, guerreiro, imperador conquistando créditos, vencedor, amigo dos amigos em destemido vigor.
Sem armas, sem munição, sem cavalaria, sem tanques, sem nada, mas com tudo e a coragem de vencedor, avança passo a passo rasgando fronteiras pela única arma que um homem de bem pode carregar: o argumento, a língua que fala esta segunda pele que nos envolve e desenvolve mostrando-nos momentos heróicos na simplicidade dos contatos com nativos, civilizados e incivilizados homens que povoam nossa terra, nossas águas, nossas matas, dentro da demarcação territorial.
Sem menosprezar seus colegas de todas as armas, sua atividade patriótica perpassa as fronteiras do heroísmo indo além do esperado. Distante da acomodação e da ataraxia na imperturbabilidade esperando promoção, este militar austero se joga no mundo do desconhecido na busca do esclarecimento, da informação, do reconhecimento visualizando aquilo que nós desconhecemos e se quer imaginamos, quando nem os livros didáticos nos mostram a riqueza dos detalhes que só um aventureiro astuto consegue fisgar e sabe mostrar.
Se todos os homens da sua envergadura corajosa tivessem a mesma iniciativa, nosso continente teria outra demarcação no que concerne território, povos, hábitos e costumes, cultura e destino e historicamente nossa sociedade teria outra visibilidade internacional isenta de tantas iatrogenias.
Só o exemplo do desbravamento destemido e desassombrado, regrado à coragem e ao discernimento, já é um ato de heroísmo com direito à medalha exposta e merecida de herói marechal sem guerras.
Permita-me chamá-lo de Hiram Reis e Silva, o Marechal da Paz”.
Livro
O livro “Desafiando o Rio–Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Associação dos Amigos do Casarão da Várzea (AACV) – Colégio Militar de Porto Alegre.
Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Canoísta; Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

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