sexta-feira, 9 de março de 2012

O TSUNAMI DE DILMA






Por João Bosco Leal
D
urante uma cerimônia, a presidente Dilma criticou o "tsunami monetário" provocado pela liberação de recursos promovida pelo Banco Central Europeu que, em sua busca por solucionar a crise financeira da Europa, despejou no mercado mundial praticamente US$ 5 trilhões, com a consequente desvalorização da moeda norte-americana, o que estaria prejudicando outros países, principalmente aqueles em crescimento, os emergentes, como o Brasil.
A presidente Dilma tem razão, isso realmente prejudica as exportações brasileiras e, consequentemente, nossa balança comercial, mas essa foi solução que os europeus encontraram para resolver o problema deles, como todos deveriam fazer. Antes de criticar a sujeira da casa vizinha que atrai insetos e mau cheiro, precisamos cuidar da limpeza da nossa.
Dilma não disse que seu partido, o PT, há dez anos governando o país, para conseguir maior apoio político e acomodar em empregos públicos os companheiros petistas, inflou a estrutura administrativa do país de tal forma que hoje gasta mais com a manutenção da máquina pública do que dispõe para investimentos necessários no país, o que destrói qualquer possibilidade de crescimento.
Com essa política irresponsável os governos do PT, além de nada investirem em infraestrutura, literalmente permitiram a deterioração de tudo o que já tínhamos construído, principalmente nos anos de governos militares, como as hidrelétricas, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e redes de distribuição de energia que hoje estão em péssimas condições ou já praticamente destruídas.
Sem recursos, seu governo reduz as verbas orçamentárias aprovadas para a segurança, saúde e educação, mas buscando agradar os companheiros ideológicos empresta dinheiro para Cuba, dos irmãos Castro, aceita rever um contrato vigente com o Paraguai, triplicando o valor pago pela energia produzida por Itaipu, que o Brasil construiu sozinho e aceita passivamente o aumento do custo e do volume obrigatório de consumo do gás Boliviano, extraído naquele país por poços que foram por eles expropriados da Petrobrás.
Sem a infraestrutura necessária para fabricar e escoar sua produção, muitas indústrias, como as automotivas, não se instalam aqui, mas em outros países, lá gerando empregos e riquezas. Para "incentivar" sua instalação no Brasil e proteger as já instaladas em nosso território, seu governo optou por um aumento na taxa para a importação de veículos. Com isso, certamente não estamos protegendo as nossas indústrias, mas impedindo que se tornem cada vez mais competitivas e fazendo com que, em pouco tempo estejamos novamente como dizia Collor, "fabricando carroças", ou nem isso, e utilizando somente veículos produzidos há décadas como ocorre em Cuba.
Nos governos do PT os bancos lucram bilhões em um único trimestre, especulando com as elevadas taxas de juros vigentes no país e pagas pelo próprio governo na rolagem de suas dívidas, enquanto o setor produtivo, que gera empregos e riquezas, não recebe estímulos e financiamentos suficientes para investir no aumento e em novas tecnologias de produção.
O PT está, com suas políticas ideológicas radicais e ultrapassadas, como a de não privatizações, impedindo um progresso maior do país e atrasando, em décadas, nosso desenvolvimento.
As atitudes adotadas por outros países para defender sua economia são direitos soberanos seus, e não deveriam ser criticadas por quem não faz a própria lição de casa.
Para criticar seria necessário dar o exemplo de como se faz, profissional, ética e moralmente, mas os governos do PT estão longe de serem exemplos em qualquer dessas áreas.
*João Bosco Leal-Jornalista, escritor, articulista político e produtor rural.

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