Nasceu em 09.02.1909 Marco de Canavezes, Portugal. Faleceu em 05.08.1955 Beverly Hills, Los Angeles, EUA.
Carmen Miranda ficou conhecida como a "Pequena Notável", devido ao seu talento aliado à sua pequena estatura. Quem cunhou este termo foi um radialista famoso à sua época, César Ladeira.
A Pequena Notável
Carmen era uma mulher extremamente inteligente, e ao lidar com sua pequena estatura, tinha 1 metro e 53 centímetros de altura, usava saltos muito altos, tipo plataformas, que ela mandava fabricar. Na verdade isto se tornou também uma marca registrada dela, fazendo parte dos objetos que envolviam sua pessoa, sua personalidade e suas apresentações.
A imagem que ficou eternizada, e famosa no mundo todo, é a de uma cantora pequenina, sempre sorrindo e revirando vivamente os olhos, com muitos balangandãs, brincos enormes e colares chamativos, turbante com muitas bananas na cabeça e frutas na cabeça, e as famosas sandálias de saltos com plataformas altíssimas.
A Pequena Notável se tornou um mito da música, cinema e show business de renome internacional. Até hoje, talvez ainda seja a personalidade brasileira que foi mais conhecida no exterior. Provavelmente somente Pelé adquiriu tal status.
Carioca Notável, Nascida em Portugal
Seu nome verdadeiro era Maria do Carmo Miranda da Cunha, tendo nascido em 1909, num local chamado freguesia de Marco de Canavezes, Província de Beira-Alta, em Portugal.
Chegou ao Brasil quando dava seus primeiros passos, tinha apenas 10 meses de idade, tendo sido inicialmente criada no centro do Rio de Janeiro, em meio a boêmia carioca.
Seu pai era barbeiro, e tinha em sociedade uma barbearia no centro do Rio. Carmen fez seus estudos na escola Santa Teresa, dirigida por freiras, escola esta que ficava na Rua da Lapa, número 24.
Primeiros Empregos
Antes tornar-se cantora famosa, Carmen Miranda teve alguns empregos em outras áreas.
Em 1923, com 14 anos Carmen Miranda foi aprendiz de costura no ateliê de uma costureira francesa chamada Madame Anais. O ateliê ficava na Rua do Passeio número 78, Cinelândia, Centro do Rio. Neste local, posteriormente foi construído o Cinema Plaza, que não funciona mais como cinema nos dias de hoje, em 2010.
Posteriormente, em 1924, aos 15 anos, trabalhou como balconista em uma loja também no centro do Rio, como vendedora de gravatas. Como gostava muito de cantar, volta e meia os funcionários se juntavam em torno dela para ouvi-la cantar. O dono da loja, certamente mais interessado em suas vendas, acabou por despedi-la, por desviar a atenção dos funcionários e interromper o trabalho dos mesmos. Esta loja ficava na Rua do Ouvidor n. 141, no Centro do Rio de Janeiro, e este foi o primeiro emprego de Carmen Miranda, no ano de 1924.
Em 1925, Carmen Miranda aos 16 anos trabalhou também como balconista em uma loja chamada "A Principal", que ficava quase em frente à famosa Confeitaria Colombo, loja estes situada na Rua Gonçalves Dias número 55, junto ao Largo da Carioca, Centro do Rio. Se tratava de uma loja de artigos masculinos, e foi através deste emprego que ela conheceu um atleta e remador do Flamengo, que foi seu namorado por 7 anos.
O Início da Carreira
Sob inspiração de sua irmã Olinda, que também cantava bem, ela queria ser artista. Sua irmã faleceu muito jovem de tuberculose, em 1931, quando se tratava em Portugal.
Carmen procurava oportunidades, tendo aparecido em palcos algumas vezes. No ano de 1929, ela se apresenta em um festival, no antigo Instituto Nacional de Música, na Rua do Passeio 98, onde fica hoje a Escola de Música da UFRJ e também conhecida como Escola Nacional de Música.
O compositor, professor e violinista Josué de Barros, muito conhecido em sua época, ao ver Carmen Miranda, imediatamente percebeu que ela tinha um grande talento. Resolver investir acreditando na carreira de Carmen Miranda, tendo custeado despesas de curso de canto e dicção, assim como encaminhou e agendou apresentações em todas as rádios e gravadoras da época.
Em consequência deste esforço e do seu talento, em 1929 gravou seus dois primeiros discos, com duas músicas de cada lado, sendo sambas e choros. E passa a se apresentar em programas de rádio.
Em 1930 lança a música "Taí", que a consagrou nacionalmente, e canta a marcha "Yá Yá Yô Yô", de autoria de Josué de Barros, que também fez sucesso no carnaval do mesmo ano.
Com o dinheiro que ela havia ganhado com a gravação da música "Taí", ela ajudou seu pai a montar uma boa barbearia na Rua Primeiro de Março, número 95, no centro do Rio.
Carreira Meteórica
Nos anos que se seguem a 1930 Carmen canta em vários locais do Brasil, faz muito sucesso na Argentina tendo se apresentado em Buenos Aires, e é requisitada pelas mais famosas rádios de sua época. Era a Época do Rádio, onde o rádio era o veículo de mídia para transmissão de apresentações ao vivo e divulgação de músicas.
Em 1938, o ator Tyrone Power e sua noiva Annabella, então no auge de sua fama, visitam o Rio. Ambos tornam-se amigos de Carmen Miranda e Tyrone Power acredita que Carmen pode ser um grande sucesso em Hollywood.
Nesta época, em 1938 Carmen já era contratada como artista exclusiva do Cassino da Urca, e com grande prestígio cantava músicas do melhores compositores da época, entre eles Ary Barroso. Nesta época, junto com o conjunto que a acompanhava, "Bando da Lua", emplacou também o famoso sucesso “O que é que a baiana tem”.
Em uma apresentação no Cassino da Urca, ela foi vista por um empresário americano, chamado Lee Schubert, com muita penetração na Broadway que a convidou para ir aos Estados Unidos e com ele fez um contrato e logo estava dentro do meio artístico dos Estados Unidos.
O sucesso foi devastador e repentino, tendo sido logo chamada para trabalhar em Hollywood, onde foi novamente outro sucesso estarrecedor.
Não passaram nem seis meses em Hollywood e já tinha sido chamada para deixar as suas marcas na "Calçada da Fama", na Hollywood Boulevard, no antigo Chinese Theather, local onde antigamente era feita a cerimônia de entrega do Oscar. Sua marca está lá, ao lado dos grandes astros do cinema de todos os tempos. Carmen a esta época era uma das maiores estrelas brasileiras e internacionais.
Rápida Volta ao Brasil e a Passagem para a História
Na imagem do lado direito, Carmen aparece na capa da revista Manchete, de 1954 ou 1955, quando esteve de volta ao Brasil, passando alguns meses no Copacabana Palace.
Diz-se que Carmen Miranda nos Estados Unidos tinha uma agenda muito apertada e estava estressada. No mês de Dezembro de 1954, ela voltou ao Brasil, e passou 4 meses no Copacabana Palace Hotel, praticamente reclusa e isolada.
Findo este tempo, ela retornou aos EUA, para cumprir seus compromissos. Diz-se que, durante um evento, ela teve um pequeno desmaio, que não foi notado pela maioria das pessoas.
Ao regressar à sua casa em no bairro de Beverly Hills (um bairro onde os mais famosos atores de sua época moravam), recebeu alguns amigos, numa reunião que durou até por volta de 3 e 30 da madrugada, quando a ultima pessoa deixou a casa. As pessoas que estiveram nesta noite, em sua casa, foram as ultimas a terem contato com Carmen Miranda em vida.
Em 5 de agosto de 1955, pouco tempo depois, ela foi encontrada morta, aos 46 anos de idade.
O Último Filme
Em seu último filme, em Hollywood, Carmen Miranda contracenou com Dean Martin e Jerry Lewis, e onde aparece e rouba a cena de ambos. Trata-se do filme "Scared Stiff" ou "Morrendo de Medo", onde ela fez um papel de uma mexicana abaianada onde cantava. Alguns consideram o filme fraco, e dizem que Carmen é o melhor do filme.
Curiosamente, Dean Martim também foi o último grande ator a contracenar com Marylin Monroe, em um filme que ficou inacabado.
Tanto Carmen Miranda como Marylin Monroe morreram em 5 de agosto, sendo que Carmen no ano de 1955 e Marylin no ano de 1962. Ambos foram encontradas mortas.
Ambas moravam e morreram em suas residências, no famoso bairro de Beverly Hills, em Los Angeles. Entretanto, o fato de morarem em Beverly Hills não é uma coincidência fantástica, pois a maioria dos grandes atores moravam no bairro, e ainda nos dias de hoje existem muitos cantores e atores famosos que moram no bairro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário