domingo, 20 de março de 2011

A VIATURA POLICIAL DEFRONTE A UMA ESCOLA É UM AFRONTA?

Por José Eugênio Maciel

“Tenha em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas

gerações. Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um dia,

fielmente deposite-as nas gerações de seus filhos”.

Albert Einstein

Imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga)

A violência escolar ocupa sempre o noticiário, ganhando maior ou menor repercussão dependendo da gravidade do fato. De um modo geral, a sociedade expressa a sua indignação, ela reage escandalizada.

Embora evidentemente seja um problema que qualquer escola dele não possa fugir, também é notório que a violência reflete o comportamento social de determinadas pessoas propensas ou com histórico de agressões. A reflexão envolve a todos com a responsabilidade precípua de encarar a questão, professores, funcionários, estudantes que fazem parte dos estabelecimentos de ensino; os pais, a comunidade educacional e a sociedade, muito especialmente aquela onde uma determinada unidade escolar está localizada. Reflexão e responsabilidade para sentir, pensar e agir indeclináveis a todos. E sempre aparece um velho dilema, aliás, oportuno e atual, o papel de duas Instituições Sociais: A Família e a Escola. Ambas podem, devem assumir e desempenhar o papel da educação e da cultura, cabível aqui o antigo ditado, “a educação vem de berço”, quanto ao senso comum e a formação da personalidade e do caráter dos pais exercem influências acerbas nos filhos. Entretanto, por mais que tenha sido positivo tal papel, ou mesmo que tenha sido negativo, cumprirá a Escola oferecer o saber científico, um processo de ensino-aprendizagem que não eximirá o acompanhamento dos pais ou responsáveis, independentemente dos níveis ou gradações de ensino, continuará sempre sendo importante.

A presença de uma viatura policial e naturalmente dos policiais, quando não é de rotina, ou seja, eles comparecem para atender a um chamado e registrarem alguma ocorrência, comporta dois prismas. No caso do Paraná há tempos foi criada a chamada Patrulha Escolar exatamente com essa finalidade, prevenir e reprimir a violência escolar. A primeira questão, se fôssemos efetivamente uma sociedade predominantemente justa e fraterna e com distribuição de renda, não seria preciso criar um tipo específico de serviço policial, que existe pela realidade da violência.

Violência escolar quase sempre está
associada à indisciplina do aluno,
ou seja, pouco se discute em relação
à violência escolar praticada
pela escola - imagem da Internet
fotoformatação (PVeiga)
.

Se pode afirmar que a escola se tornou incompetente para evitar o equacionar tais problemas? Escolas que, aliás, erguem muros, colocam correntes, cadeados e controlam o ingresso das pessoas, logicamente só estudantes e demais frequentadores com tal direito. Se fosse somente à escola capaz de fazer o seu papel, mesmo atribuindo-lhe a culpa, porque resultados não aparecem? Ora, a violência é pré-existente na sociedade, ela grassa impune, viceja a ponto de, volta e meia, comprometer a ordem social.

Por outro prisma, a presença da viatura, que poderia ser rara ou rotineira como qualquer outro patrulhamento, estacionada defronte a escola representa um afronta ao estabelecimento de ensino, ao processo educacional e a sociedade, espelhando as nossas contradições sociais.

A violência entre alunos, que tem mutilado e mesmo posto fim a vida de muitos deles; a violência de estudantes contra professores põe a nu a perda ou um desvirtuamento do chamado princípio da autoridade, do respeito mútuo, da ética, dos valores morais, sejam eles, mais do que familiares ou escolares, mais do que dos grupos comunitários, da sociedade.

Por onde e como começar a urgente transformação? Ao reconhecer a necessidade premente e impostergável, a própria sociedade irá encontrar os caminhos, os métodos e soluções. Se a fé e a ousadia forem perdidas, a barbárie vencerá e por enquanto ela tem força, pelo que faz, pela impunidade ou pela lentidão com que se dá a boa prática educacional, que existe sim em cada escola, pode até ser minoritária ou sucumbida, contudo, ela é fato.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olhando novamente sua barra de videos sua mae e seu pai bela homenagem agora a musica de fundo do video do seu pai...........é bravo esta saudade mata como diz o Pedro Barroso a vida nos mata um pouco a cada dia .
Um abraço

Pedro da Veiga disse...

É isso caro xará - é só assim pra relembrarmos o passado quando éramos felizes com nossos pais ao lado. A música "Meu Velho" do Altemar Dutra diz tudo, tocando nosso coração...
Abraços - grato pela visita...
PVeiga