segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O GOVERNO QUE MATOU DEUS POR DECRETO


No comunismo albanês as igrejas foram destruídas e todos os sinos, mais resistentes, enterrados. Acima o rescaldo
A bandeira albanesa é inspirada
na águia bizantina
 A República da Albânia tem como capital Tirana. É um pequeno país da Europa Oriental, que faz fronteira com a Grécia, Sérvia e Macedônia. Tem do lado ocidental o mar Mediterrâneo e as costas do sul da Itália.
A Albânia pertenceu à Grécia, ao Império Romano e ao Império Otomano. Depois de cinco séculos de dominação otomana (Turquia), conseguiu sua independência em 1912. Na segunda guerra mundial foi ocupada pela Itália. Em 1941, o stalinista Enver Hoxha toma o poder e governa até morrer em 1985. Nestes 44 anos de poder, Enver cria 19 campos de concentração no melhor estilo hitlerista, mas o mundo só vem a conhecer a desgraça albanesa depois de 1990. Com sua morte é eleito presidente Ramiz Alia, que conduz o lento processo de volta à liberdade. A partir de 1990, com o esfacelamento da União Soviética, a Albânia tenta se redemocratizar. Hoje é uma república parlamentarista.

Padre Ded Maçaj, morto pelo comunismo
albanês sem culpa formada.
Seu crime foi pertencer à Igreja Católica
O grande mártir da perseguição comunista na Albânia foi o padre albanês Ded Maçaj, nascido em 1918. Estudou em Roma e lá foi ordenado sacerdote em 1944. Quando retornou à Albânia, a perseguição religiosa era intensa. Poderia ter ficado seguro em Roma, mas quis retornar ao seu país natal. Logo foi recrutado pelo Exército, mantido sob estrita vigilância, aprisionado e levado a julgamento. Torturaram durante semanas o "espião do Vaticano".
No pátio do quartel, o oficial perguntou aos soldados o que se deveria fazer com o homem acorrentado diante deles. Era o padre Ded. Uma bala na cabeça, responderam em coro. O padre, já todo coberto de sangue, foi levado a um paredão. Caiu sobre seus joelhos e começou a rezar. O oficial do partido comunista lhe perguntou o que falava e o padre Ded respondeu: Perante Deus e perante vocês, declaro que estou sendo morto pelo ódio que devotam à Igreja Católica. Viva Cristo, Rei, e uma longa vida ao papa e à Albânia. O primeiro tiro não o matou. Somente com o segundo ele caiu. O padre Ded tinha 27 anos. Seu testemunho perdura até hoje.
(Boletim 01 - Janeiro de 1999 - Ajuda à Igreja que Sofre).
Enver Hoxha (1908-1985). Líder stalinista que tomou o poder para o partido comunista albanês e governou com mão de ferro por 44 anos, até morrer. Em 1967 ele anunciou à nação, com alegria, que a Albânia se tornara o primeiro Estado ateu do mundo. A Gazeta Nendori publicava com orgulho que todas as igrejas e mesquitas do país haviam sido demolidas ou se encontravam fechadas ao culto. A Albânia se aproximou muito da prática do comunismo eremita norte-coreano.
 O primaz Gaspar Thaci, arcebispo de Skhoder, morreu em residência vigiada, quando se encontrava nas mãos da polícia secreta. Vincent Prendushi, arcebispo de Durris, condenado a trinta anos de trabalhos forçados, morreu em 1949 em consequência de tortura. Em fevereiro de 1948 cinco religiosos, entre eles os bispos Volai e Ghini, foram condenados à morte e fuzilados. Mais de cem religiosos e religiosas, padres e seminaristas, morreram na prisão ou foram levados diante de pelotões de fuzilamentos. As acusações eram verdadeiras abstrações como "conspirar contra o poder do povo".
(Do Livro Negro do Comunismo)
A religião, na Albânia, tenta se reerguer com extrema dificuldade. Depois de cinquenta anos de comunismo real, 65% da população são ateus, 10% cristãos ortodoxos e 9% católicos romanos. A religião que mais cresce no país é a muçulmana, já próxima dos 10%, tendência que se espalha por quase todos os países europeus. Isto também ocorre na Ásia, onde Confúcio e Buda perdem cada vez mais terreno para Maomé, que cresce muito na China. Antes do comunismo a arrasadora maioria do povo albanês era cristã ortodoxa. Enver Hoxha deixou o seu legado sinistro. A Albânia é ainda um país pobre.
 A Grande Enciclopédia Soviética, publicada no apogeu da era Stalin, revelava um profundo desprezo pelos latino-americanos. O verbete sobre o Brasil, com 16 fotografias, não tinha nenhuma que mostrasse Rio de Janeiro ou São Paulo. Uma delas mostrava um carro de bois e dizia abaixo: Este é um dos meios de transporte mais usados no Brasil fora das cidades. Não fazia referência à existência de automóveis, aviões ou ferrovias. Para a isenta Enciclopédia o Partido Comunista Brasileiro era a força mais "progressista" do país. Os outros partidos representavam os grandes capitais e os proprietários de terras. Dizia sem retoques que o Brasil "era uma colônia estadunidense" (Volume VI - página 34). A imprensa e as rádios estavam nas mãos de "pró-fascistas". Dois acontecimentos decisivos na vida moderna do país seriam a fundação do partido Comunista e a marcha da coluna Prestes. Sinalizam como escritores simpatizantes do comunismo Pedro Mota Lima, Graciliano Ramos, Monteiro Lobato, Otávio Brandão e Jorge Amado. Gilberto Freire nem é citado e Villa-Lobos, o músico brasileiro de fama mundial, "encabeça uma tendência modernista burguesa". (Maio de 1957 - Estrela do Mar - número 554 - pg. 2071).

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