domingo, 24 de junho de 2012
1935-CALA-SE A VOZ MAIOR DO TANGO
Durante uma viagem de volta a Argentina, após uma turnê em Hollywood divulgando a estreia do seu mais recente trabalho no filme El dia em que me quieras, Carlos Gardel, 45 anos, um dos mais populares fenômenos artísticos de todos os tempos, morreu em um desastre aéreo. O acidente aconteceu após o avião que o transportava, com os demais integrantes do seu grupo, decolar em uma escala no aeroporto de Medelin, na Colômbia. A notícia percorreu o mundo, com ampla cobertura nos jornais, evidenciando a dimensão da perda. Uma multidão de fãs acompanhou seu funeral na capital argentina, celebrado com as mais respeitosas honras nacionais, sob o mais profundo pesar.
Nascido na cidade francesa de Toulouse foi na Argentina, aonde chegou com a família quando tinha apenas 3 anos, que Gardel ganhou o mundo. Iniciou-se no meio musical cantando nos cafés dos bairros pobres e marginais do subúrbio de Buenos Aires. O sucesso veio, ao se apresentar num teatro da capital e ser reconhecido pela elite argentina.
Sua carreira acompanhou toda a fase de prestígio internacional do tango argentino, gênero de quem foi o maior expoente. Além da voz, sua figura elegante preenchia os requisitos latin lover tão na moda nos anos 20 e 30, o que o levou a experimentar também o cinema, a essa altura já consagrado por uma fama fora do comum na Europa, com o impulso da indústria fonográfica. Gardel imortalizou sua voz em discos que foram vendidos em quantidades inacreditáveis para os padrões da época. Dono de uma carreira intensa deixou mais de 700 gravações. Estrelou vários filmes, produzidos nos primeiros anos do cinema falado. Seus sucessos permanecem até hoje, tanto quanto o mito.
A imortalidade de Gardel
A perda prematura de Gardel aconteceu no momento certo. No auge de uma carreira meteórica, morreu com prestígio intacto, às vésperas do tango dar os primeiros sinais de declínio no cenário internacional, pressionado pela projeção dos gêneros americanos. Esta fatalidade pode ter sido sua salvação de um futuro decadente, pois permitiu-lhe a consagração como mito, e o tornou insubstituível na admiração do povo argentino.
Gardel celebrou a época de uma Buenos Aires intimista, melancólica, um tanto boêmia e romântica dos anos 30. Lembrança viva no mérito de seu legado.
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