sábado, 16 de junho de 2012

LEILÃO: MALUF, QUEM DÁ MAIS...?


Nesta semana, enquanto o Banco Mundial incluía Paulo Maluf, também procurado pela Interpol, na lista de corruptos internacionais, em São Paulo, tucanos e petistas, disputaram o apoio do ex-prefeito e ex-governador num nojento leilão político, cuja moeda eram cargos no governo. No correr do martelo, os tucanos perderam porque prometiam postos no governo de São Paulo, mas só depois das eleições. Os petistas ganharam por terem ofertando, de imediato, ao Partido Progressista, de Maluf, a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades.
OBJETO DO DESEJO: - Paulo Salim Maluf, disputado por tucanos e petistas (Foto: Keiny Andrade/AE)
Nesta semana o Banco Mundial lançou um banco de dados que reúne informações sobre 150 casos internacionais onde houve, comprovadamente, a movimentação bancária de um montante igual ou superior a US$ 1 milhão relacionado à corrupção e desvio de dinheiro em investigações que ocorreram entre 1980 e 2011.
A proposta é estruturar um mapeamento global de iniciativas dedicadas a promover a transparência, visando coibir a corrupção ao redor do mundo. Batizado de “The Grand Corruption Cases Database Project”, o projeto teve origem num relatório publicado pelo Banco Mundial no final de 2011 chamado “mestres da manipulação de marionetes”, que investigou como governantes corruptos se utilizam das próprias estruturas legais dos governos para mascarar condutas indevidas.
Nesta lista de larápios internacionais estão alguns brasileiros como os banqueiros Daniel Dantas do Grupo Opportunity e Edemar Cid Ferreira, fundador e ex-presidente do Banco Santos.
Mas como não poderia deixar de ser, a estrela brasileira dessa lista é o deputado federal paulista, ex-prefeito de São Paulo, ex-governador e candidato a presidente da República Paulo Salim Maluf.
No banco de dados do Banco Mundial Maluf é citado duas vezes. Na primeira oportunidade, Maluf acusado pelo Procurador-geral de Nova Iorque de movimentar uma quantia de US$ 140 milhões no Banco Safra, entre 1993 e 1996. Durante esse período, era prefeito da cidade de São Paulo e participou de um esquema de desvio de verbas durante a construção da arterial Avenida Água Espraiada. O dinheiro foi transferido para contas de Nova York e, posteriormente, enviado para paraísos fiscais nas Ilhas do Canal no Reino Unido e, segundo as investigações, parte do dinheiro retornou ao Brasil para gastos com despesas pessoais e campanhas políticas.
Num outro processo, o ex-prefeito é acusado de desviar dinheiro oriundo de pagamentos fraudulentos para contas em bancos em Nova York e na Ilha de Jersey, no Reino Unido. Maluf e seu filho foram enquadrados nos crimes de apropriação indébita e lavagem de dinheiro e tiveram US$ 26 milhões bloqueados em contas de duas empresas, Durant Internacional Corporation e Kildare Finance Limited, que seriam de propriedade do político. As transferências de dinheiro entre as contas levantaram a suspeita da promotoria de Nova York, que decretou a prisão de Maluf colocando-o na lista dos mais procurados da Interpol em 2011.
Enquanto isso no Brasil, Maluf desfruta de um prestígio invejável, por ser dono de um partido que têm muitos votos na capital paulista e consequentemente dispõe de espaço no programa eleitoral gratuito, na TV. Sem se preocupar com a reputação de bandido internacional, do deputado Paulo Maluf, os principais partidos que disputarão a eleição a prefeitura do São Paulo, o PT e o PSDB, enfrentaram-se, num leilão, cuja moeda dos lances era cargos políticos, em busca do seu apoio.
Acorrer do martelo, Paulo Maluf, decidiu apoiar o pré-candidato do PT à Prefeitura da capital, Fernando Haddad. A decisão não foi baseada em programa de governo ou ideologia política, mas depois que Paulo Maluf, conseguiu emplacar um aliado, o engenheiro Osvaldo Garcia, na Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, que é controlado pelo partido de Maluf, em troca do seu apoio ao Governo Dilma.
Segundo noticia o Blog R7, o PP de Maluf, chegou a cogitar apoiar o pré-candidato do PSDB em São Paulo, José Serra, mas se afastou dos tucanos depois que o governador Geraldo Alckmin resistiu a abrir espaço para o partido de Maluf na Secretaria de Habitação do Estado. Alckmin aceitava negociar a vaga depois das eleições, mas Maluf, sem confiar nas promessas futuras dos tucanos queria ocupar a pasta imediatamente.
Com apoio do PP o candidato petista Fernando Haddad abocanha uma maior fatia de tempo na propaganda eleitoral obrigatória. Caso confirme também uma aliança com o PCdoB, os petistas terão 7min39s em cada programa, contra 6min38s de José Serra.
Ou seja, eles estão vendendo a alma por 1m1s.
Pior para a candidatura de José Serra, que nem conseguiu o apoio, nem vai poder acusar os petistas, por ter também tentado, de estarem aliados ao mafioso Maluf.
”Diga-me com quem andas, ou com quem queres andar, que eu te direi quem és”.

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