segunda-feira, 17 de outubro de 2011

APREENDER, APRENDER, PRENDER. TODO O EXEMPLO É A MAIOR LIÇÃO

Imaginar o que será ensinado é antever o saber. (Gudé)

Por José Eugênio Maciel

“Não basta apenas ser professor, é preciso ser mestre na arte de ensinar”

Vanessa Clariza Pena

Uma criança que ainda não tenha idade escolar irá responder o que faz um professor, “ele ensina”. Nos primeiros passos da trajetória da vida e também da escola, a resposta é concisamente correta.

O professor é aquele que ensina. Para ensinar ele carece de estudar, saber a fim de transmitir o conteúdo e o sentido do conhecimento. Entretanto, o professor verdadeiramente não se circunscreve a ensinar e a ter o conhecimento pronto. Ao instruir, a cada momento ele tem consciência que poderá e deverá ampliar o saber que possui, e saber que ele (saber e professor) não são próprios de si. O professor aprende quando ensina. Ensina quando aprende.

Apreender no sentido de assimilar é uma das características que acompanha o professor, a segurança e convicção do que conhece bem e o que irá transmitir a seus aprendizes. Nesse prisma o professor deve ser aberto e ter uma postura dialógica para poder assimilar vivências, conhecimentos provenientes do seu estudantado. É descobrir-se permanentemente que ninguém só ensina ou que só aprende (precisa). A partir do momento em que a Educação principia, não tem um ninguém, pois todos são e passam a ser alguém, sujeitos do saber que se têm e que se adquire.

Apreender é conhecer (algo), reter na memória. Mas guardar na memória passa a ser volátil ao não se colocar em prática um fazer cotidiano das lições as quais se apropria e as transforma como ser individual e integrante de uma sociedade.

A cada aula, tema ou enfoque, em todas as manifestações de ensino-aprendizagem, o desafio natural que se impõe ao professor é de chamar/prender a atenção dos alunos. Prender é unir, ligar, cativar. Atrair todos para o que irá se descortinar como ensinamento no qual se espelhem realidades e ideais. Cativar é provocá-los por meio da motivação capaz de despertar primeiramente o interesse e o entusiasmo ante o que ainda não foi dado a conhecer, mas para o qual estarão propícios a acolher.

Ser professor exige inteligência, profundidade da disciplina que cabe transmitir. Toda a ciência, por maior e verdadeiramente importância que ela tem, o conteúdo não pode ser isolado de outros campos do saber, a relação às demais matérias é sempre um propósito que o professor deve almejar.

Se para ser professor é necessário inteligência, ser mestre é muito mais que tal patamar, é preciso meditação, senso crítico. É ter e dominar o autoconhecimento aguçado e dinâmico, apropriando-se de todo o saber sólido para transformá-lo, uma vez que, por maior que seja inequívoco conhecimento, ele há de passar por transformações. Mestre é o que reproduz conhecimentos sem deixar de produzi-los, pois a dinâmica do saber implica em evoluir com inovação, revolução e colocar-se à frente de uma maneira realizar a caminhada sem ficar distante daqueles que ele conduz. É mais que antever o tempo, é edificá-lo na consolidação mais presente possível.

A maior lição do professor é a boa nova que ele ilumina com luz própria, somada às luzes do patrimônio cultural acumulado por ele e herdado\conquistado de outras gerações. Lição que é o brotar vir quando se cultiva, colhe e semeia novamente: nova mente, mente nova de antigas e novas ensinanças.

O 15 de outubro é Dia do Professor. Ele que, ironicamente ou não, não dá aulas, doa-se, mesmo quando a Educação infelizmente é ainda tratada com um repertório discursivo demagógico público que se caracteriza predominantemente pela falta do devido respeito ao professor e à Escola no País, um Brasil ainda distante de ser uma Nação.

Reminiscências em Branco e Preto?

Os professores Egydio Martello, Nikon Kopko, Ethanil Bento de Assis e Domingos José de Souza são mais do que nomes de espaços públicos da Cultura e da Educação, a biografia deles e o brilho profissional transpõem o tempo e o espaço, eles são verdadeiros primados do aprendizado, inspiração perene, vívida e enternecida. Nomes que representam os demais professores mourãoenses e da região que trilham e apontaram os caminhos do conhecimento. (Acrescentei mais três: Erony Maciel Ribas, Abelegi Alves e Ephigênio José Carneiro (Imagens da Internet - fotos acervo e fotoformatação: PVeiga).

Mestres jamais anônimos, especialmente pelos seus alunos. Mestres que não ensinam somente a Matemática ou a Língua Portuguesa, são exemplos de vida em sala de aula e fora dela, pela dedicação e preparo, pela serenidade e entusiasmo, pela devoção e humanismo.

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