domingo, 9 de outubro de 2011

MORTE

"Curioso é esse contraste: a morte é o que há de mais certo, a ponto de servir no modelo clássico de silogismo; e é por outro lado a idéia que mais nos custa admitir, e tanto mais custa quanto mais perto nos toca. É uma certeza que anda ao contrário das outras." (Lições de Abismo, 15ª edição, Agir, pág. 35).

"E a morte? Onde ficou a morte em todo esse filosofar? Que relação existe entre o mistério da pessoa e os trinta ou quarenta dias que me são adjudicados?

"A relação existe. Deixamos para trás a certeza da morte, que é luminosa na visão essencial, e que evolui em proporção inversa da evidência, transformando-se em surpresa, em estranheza, em repugnância, em estupor, à medida que emerge a realidade da pessoa. Concluímos, pois que há na pessoa, no mistério da pessoa, uma força que empurra a morte para trás, que recusa a morte, que denuncia a morte como um espantalho de contradição.

"Estarei descobrindo que a alma é imortal?" (Trecho em que o personagem José Maria descobre a imortalidade da alma. Ibid, pág. 48).

GustavoCorção


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