Reditario Cassol (PP-RO) disse que 'pilantras e vagabundos' recebem tratamento melhor do que trabalhadores
ROSA COSTA / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
"Nós temos de fazer o nosso trabalho, ilustre presidente e nobres senadores, modificar um pouco a lei aqui no Brasil, que venha favorecer, sim, as famílias honestas, que trabalham, que lutam, que pagam impostos para manter o Brasil de pé", defendeu. "E não criar facilidade para pilantra, vagabundo, sem-vergonha, que devia estar atrás da grade de noite e de dia trabalhar, e quando não trabalhasse de acordo, o chicote voltar, que nem antigamente", disse.
Suplente de seu filho, o ex-governador de Rondônia Ivo Cassol, que está licenciado, Reditario questionou o "desamparo" dos parentes das vítimas, enquanto o governo, segundo ele, gasta por ano "mais de R$ 200 milhões do orçamento para sustentar a família dos presos".
"O vagabundo, sem-vergonha, que está preso recebe uma bolsa de R$ 802,60 para seu sustento. Mesmo que seja auxílio temporário, a prisão não é colônia de férias", protestou. No seu entender, a pessoa condenada por crime grave deve sustentar os dependentes com o trabalho nas cadeias. Ele comparou a situação aos trabalhadores desempregados que, "além de tudo isso, muitas vezes é assaltado, tem a casa roubada e precisa viver recluso atrás das grades de sua própria casa".
O senador disse que quer a volta "dos velhos tempos, em que não existiam presídios e as cadeias viviam praticamente vazias". "Hoje (quando deixa o presídio), o preso sai dando risada das autoridades e em poucas semanas, em poucos meses, está de volta. E nós, trabalhadores, os brasileiros honestos, sérios, mantendo tudo isso aí."
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que compreendia a "indignação" do colega mas que, em nenhuma hipótese, aprovaria a utilização do chicote, "porque seria uma volta da Idade Média". Reditario Cassol é um dos 14 suplentes que ocupam o cargo de senador sem ter recebido um único voto.
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