Por Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS
"Tem de respeitar o direito do jornalista de expressar a sua crítica. Nunca dantes na ‘história deste país’ houve um governo que tenha recebido tanta crítica".
(Dilma Rousseff em entrevista ao programa ‘Três a Um’ da TV Brasil)
Escrevi, ontem, um artigo relatando o “vazamento” de documentos considerados sigilosos pelas autoridades norte-americanas. Os documentos que vieram a público mostram as inúmeras atrocidades cometidas pelos soldados do “Tio Sam”, no Afeganistão. A manipulação de dados referentes ao número de baixas nas suas fileiras e de civis trucidados pelas suas Forças Armadas, a ocultação de informações sobre o crescimento significativo do número de insurgentes Talibãs desde o início da guerra, dentre tantas outras. A ação do Pentágono limitou-se a tentar identificar a autoria do responsável pelo “vazamento” e não pela apuração dos inúmeros “Crimes de Guerra” patrocinados pelos “defensores da democracia”.
Aqueles que conhecem a “verdadeira” história das intervenções americanas ao longo dos séculos não se surpreenderam. As próprias lideranças norte-americanas sempre mentiram usando como justificativas, para suas operações, temas como lutas em favor da democracia, guerras revolucionárias, conflitos fundamentalistas, lutas étnicas ou religiosas. Em cada uma delas, porém, os americanos deixaram patente que a motivação para as ingerências era somente o retorno financeiro e a manutenção de sua formidável indústria bélica. Os assassinatos, envenenamentos e destruições causados em território estrangeiro são considerados meros “danos colaterais”.
‘Lei da Mordaça’ e a Moribunda Democracia Brasileira
"Se alguma coisa os militaristas americanos aprenderam com a guerra do Vietnã, é a necessidade - e a maneira - de controlar e manipular o noticiário”.
(Professor Chalmers Johnson)
Depois da experiência desastrosa com a mídia americana na Guerra Vietnã, os militares resolveram que havia necessidade de manipular as informações e mostrar uma “Visão Patriótica” dos acontecimentos. Graças a isso o povo americano não sabe que seus militares fizeram um número de vítimas inocentes, no Afeganistão, muito superior que aos da Al-Qaeda nas torres de Nova York.
Em 2003, durante a “Operação Tempestade do Deserto”, a censura ao noticiário da guerra contra o terrorismo, determinada pela Casa Branca, veio à tona com a revelação de que o Presidente da CNN, Walter Isaacson, havia baixado normas obrigando seus repórteres a dar uma versão mais patriótica às notícias. O memorando determinava que em todas as reportagens feitas no Afeganistão, deveria-se acrescentar “que é preciso ter em mente que os talibãs estão utilizando escudos humanos e que o regime abrigou terroristas responsáveis pela morte de quase cinco mil pessoas inocentes”, nos atentados contra Nova York e Washington.
“Dano Colateral"
Robert Fisk - março 2003 - jornalista irlandês - publicado no jornal mexicano La Jornada
Alguns jornalistas estrangeiros, porém, conseguiram mostrar ao mundo o clima de terror implantado pelos “libertadores” americanos.
“Foi um ultraje, uma obscenidade. A mão quebrada na porta de metal, o pântano de sangue e lodo na estrada, os cérebros humanos dentro de uma garagem, os restos mortais incinerados de uma mãe iraquiana e de seus três pequenos filhos no carro ainda fumegante”.
“Como é que se registra um acontecimento tão terrível? Talvez um relatório médico fosse mais apropriado. Mas, espera-se que o número final de mortos fique perto dos 30 e os iraquianos agora estão testemunhando essas coisas horríveis todos os dias: portanto, não há razão para que a verdade, toda a verdade, daquilo que eles vêem não deva ser contada.
Porque, ontem, uma outra questão me ocorreu enquanto caminhava por esse lugar de massacre. Se isto é o que estamos assistindo em Bagdá, o que não estará acontecendo em Basra e Nasiriyah e Kerbala? Quantos civis estarão morrendo lá, também, anonimamente, na verdade, sem registro, porque não há repórteres para contar o sofrimento deles?
Abu Hassan e Malik Hammoud estavam preparando o almoço para os clientes no restaurante Nasser, no lado norte da rua Abu Taleb. O míssil que os matou caiu ali perto, o deslocamento do ar destruiu a frente do café e rasgou os dois homens em pedaços - o primeiro com 48 anos, e o segundo de apenas 18. Um companheiro deles me levou por entre os escombros. ‘Isto foi tudo o que sobrou deles’, comentou, colocando na minha frente uma panela encharcada de sangue.
Pelo menos 15 carros pegaram fogo, queimando vários de seus ocupantes até a morte. Muitos homens tentaram desesperadamente abrir as portas de um outro carro em chamas no centro da rua que tinha sido sacudida pelo mesmo míssil. Eles foram forçados a assistir, impotentes, enquanto a mulher e seus três filhos dentro do carro eram cremados vivos diante deles. O segundo míssil atingiu a parte leste da rua, jogando estilhaços de metal em três homens que estavam do lado de fora de um bloco de apartamentos com as palavras: ‘Este é um domínio de Deus’, escrito em mármore na parede externa.
O administrador do prédio, Hishem Danun, correu para a entrada assim que ouviu a grande explosão. ‘Encontrei Ta'ar em pedaços, logo ali’, contou ele. Sua cabeça foi arrancada. ‘Eis aqui sua mão’. Um grupo de rapazes e uma mulher me levaram para a rua e lá, uma cena de filme de horror, estava a mão de Ta'ar, arrancada do pulso, os quatro dedos e o polegar agarrando um pedaço de ferro. Seu jovem colega, Sermed, morreu no mesmo instante. Seu cérebro jazia alguns metros adiante, uma massa vermelha e cinza atrás do carro queimando. Os dois homens trabalhavam para Danun. O mesmo aconteceu ao porteiro, que também morreu.
Enquanto cada sobrevivente conversava, os mortos voltavam a ganhar suas identidades. Havia o dono de uma loja de artigos elétricos, morto atrás do balcão pelo mesmo míssil que matou Ta'ar, e Sermed, e o porteiro, e a jovem em pé diante da central de reservas, tentando atravessar a rua, e o motorista de um caminhão, que estava a poucos passos do ponto de impacto, e o pedinte que regularmente aparecia para pedir ao sr. Danun pão e que estava saindo no exato momento em que os mísseis chegaram gritando através da tempestade de areia para destruí-lo”.
Americanos Matam Crianças e Jornalistas da Reuters no Iraque
12 de julho de 2007
http://www.youtube.com/watch?v=u2gmn3Lj-NE
A Censura Tupiniquim
Essas notícias, dentre uma infinidades de outras, consideradas atentatórias à Segurança Nacional, foram omitidas, na época, dos tablóides americanos por atentarem contra a segurança nacional. Voltando os olhos para o nosso Brasil observamos que aqui também a manipulação e a distorção das pesquisas, dados e fatos vêm surtindo igual efeito no seio da população ignorante e apadrinhada pelas “Bolsas Federais”. A censura ao artigo de Arnaldo Jabor, no site da CBN, é uma mostra disso.
“Art. 220º - A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. (...)
§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”. (Constituição brasileira de 1988)
A Verdade Está na Cara, Mas Não se Impõe
Por Arnaldo Jabor – CBN
“O que foi que nos aconteceu?
No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, ‘explicáveis’ demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, e nada rola. A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira!!!
Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada!!!
Os fatos reais: com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficarem no poder 20 anos!!!
Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes, as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo!!!
Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz!!!
Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo é psicopata!!!
Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão nas nádegas. A verdade se encolhe, humilhada, num canto. E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de ‘povo’, consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações ‘falsas’, sua condição de cúmplice e Comandante em ‘vítima’!!!
E a população ignorante engole tudo. Como é possível isso? Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na Fortaleza da lentidão e da impunidade. Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados - nos comunica o STF. Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem. A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização. Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo. Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser
escrito… Está havendo uma desmoralização do pensamento.
Deprimo-me:
Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?’ A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo. A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais Aos fatos!!!
Pior: que os fatos não são nada – só valem as versões, as manipulações. No último ano, tivemos um único momento de verdade, louca, operística, grotesca, mas maravilhosa, quando o Roberto Jefferson abriu a cortina do país e deixou-nos ver os intestinos de nossa política. (...)
Sempre que a verdade eclode, reagem. Quando um juiz condena rápido, é chamado de exibicionista’. Quando apareceu aquela grana toda no Maranhão (lembram, filhinhos?), a família Sarney reagiu ofendida com a falta de ‘finesse’ do governo de FH, que não teve a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando…
Mas, agora é diferente. As palavras estão sendo esvaziadas de sentido. Assim como o stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para contestar seus crimes, o governo do Lula está criando uma língua nova, uma neo-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte. Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem, de preconceitos ideológicos movidos a dualismos e oposições, como tendem a fazer o Populismo e o simplismo. (...)
Alguns otimistas dizem: ‘Não… este maremoto de mentiras nos dará uma
fome de Verdades’!”
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS).
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
Imagens da Internet via Google (PVeiga).
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