(*)-Anatoli Oliynik
Curitiba – Paraná
Por mais que a vida humana possa ser de alguma maneira direcionada, controlada, conduzida por ações de maior ou menor consciência, não há dentro dessas ações nenhuma garantia de sucesso, porque paralelamente as ações que nos compete e nos pertence, existem as ações do destino.
Sob o aspecto de dilema moral temos duas opções a escolher: ser bom ou ser mau. Entretanto, as nossas ações pessoais decorrentes das opções escolhidas resultam em quatro possibilidades:
1. Ser bom e se dar bem;
2. Ser bom e se dar mal;
3. Ser mau e se dar bem;
4. Ser mau e se dar mal.
Isso posto, as nossas ações na vida não garantem o sucesso porque é impossível controlar o destino. O destino está o tempo todo funcionando de modo misterioso e incontrolável. Assim, não somos capazes de produzir o destino que queremos, mesmo que façamos tudo certo na vida, porque não há correspondência entre as ações e os resultados das ações. Nós controlamos e somos responsáveis pelas nossas ações pessoais, mas nós não controlamos o destino porque a providencia agirá por conta própria independente dos nossos desejos.
A vida humana é absolutamente incontrolável, nós nunca saberemos o que acontecerá conosco no próximo minuto. Portanto, é preciso desistir dessa idéia de que nós somos capazes de produzir o destino que nós queremos.
Às vezes nos rebelamos contra o destino porque ele parece ignorar as regras fundamentais do mérito e do demérito. Nós somos criados nessa idéia. Ela não está errada, mas é preciso considerar que há um outro mundo que age sobre nós. A idéia de que aqui se faz e aqui se paga, é uma idéia que tenta resumir a nossa vida humana concreta aqui neste mundo em que vivemos. Pode existir uma outra vida onde as coisas se realizam com justiça. Como nós não queremos admitir isso, nos comportamos de modo unilateral.
A realidade não é assim. A realidade é constituída de pequenos mistérios e grandes mistérios. Como os grandes mistérios estão de alguma maneira invisíveis e nós nos recusamos de dar a eles uma noção de realidade e ficamos profundamente aborrecidos quando vemos um sujeito que procedeu muito mal e se deu muito bem.
É preciso, portanto, compreender que não há uma ligação direta entre o sucesso desta vida e o seu comportamento moral. É possível que você seja um sujeito mau e se dê mal, como também ser um sujeito mau e se dar bem, como você pode ser alguém que é bom e se dê bem e, finalmente, seja bom e se dê mal. Essas são, na verdade, as quatro possibilidades da vida humana.
(*) Anatoli Oliynik (64) é administrador, ex-gerente regional
Nenhum comentário:
Postar um comentário