Por Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS
“Os termos em que o Sr. Presidente da República apelou a José Serra, pedindo-lhe que pare de tocar na ferida das ligações PT-FARC, são uma obra-prima de tartufismo como raramente se viu na história do teatro universal”. (Olavo de Carvalho)
O filósofo, jornalista e ensaísta Olavo de Carvalho, nascido em Campinas, no dia 29 de abril de 1947, é, sem dúvida, um dos mais brilhantes intelectuais da atualidade. Polêmico, contundente nas suas críticas, Carvalho não poupa nem mesmo o Presidente da República a quem chama de patife, chantagista e tartufo (hipócrita) em recente artigo intitulado “Bandidos e poltrões”.
Olavo Luís Pimentel de Carvalho
Fonte: Pensadores Brasileiros
Olavo de Carvalho é um iconoclasta de incontornável honestidade intelectual que tomou para si a tarefa ingrata de pôr a nu os falsos prestígios acadêmicos e expor as falácias do discurso político e intelectual vigente.
A tônica de sua obra é a defesa da interioridade humana contra a tirania da autoridade coletiva, sobretudo quando escorada numa ideologia ‘científica’. Para Olavo de Carvalho existe um vínculo indissolúvel entre a objetividade do conhecimento e a autonomia da consciência individual”.
Racismo
Fonte: Olavo de Carvalho
“O Brasil lida de maneira correta com o racismo, não através de medidas oficiais, mas, a partir do dia-a-dia do povo. Fui casado por dez anos com uma negra e tenho um filho de cabelo pixaim. Qualquer atitude racista me parece esquisita. Temos a cultura menos racista do mundo. Em São Paulo, o índice de rejeição pela cor de Celso Pitta, candidato à sucessão municipal, é de apenas 4%. Quando criamos legislações específicas para raças, estamos abrindo um precedente de direito racial, quando a Constituição assegura direitos iguais, independente de raças”.
Bandidos e poltrões
Olavo de Carvalho
“Os termos em que o Sr. Presidente da República apelou a José Serra, pedindo-lhe que pare de tocar na ferida das ligações PT-FARC, são uma obra-prima de tartufismo como raramente se viu na história do teatro universal.
Em vez de negar peremptoriamente que aquelas ligações existem - o que seria muito temerário, dada a abundância de provas -, ele tentou sensibilizar o coração do candidato, exigindo dele a omissão cúmplice que, na iminência da revelação de crimes escabrosos, se esperaria de um velho companheiro de militância para quem a solidariedade mafiosa deve estar, segundo os cânones da moral presidencial, acima da verdade, acima do respeito aos eleitores, acima dos interesses da pátria, acima do bem e do mal.
A chantagem emocional é o mais velho recurso dos patifes apanhados de calças na mão, mas o Sr. Presidente da República, mesmo sendo incapaz de abster-se desse golpe baixo, poderia ao menos ter tido a decência de usá-lo em privado, em vez de mostrar em público, uma vez mais, que não tem o menor senso de moralidade.
O autor desse apelo abjeto assinou, em 2001, como presidente do Foro de São Paulo, um voto de solidariedade integral às FARC e outras organizações criminosas, e deu provas em cima de provas de que seu governo e seu partido vêm cumprindo o compromisso à risca. Recusar-se a qualificar essas organizações como terroristas e narcotraficantes, que é o que elas são com toda a evidência, já é prova de solidariedade. Somem a isto as mobilizações políticas montadas instantaneamente pelo PT e outras agremiações de esquerda para libertar qualquer membro daquelas quadrilhas que seja preso no território nacional; a participação de ministros do governo Lula na propaganda das FARC através da revista América Libre; a contínua colaboração entre FARC e PT na formulação da estratégia esquerdista continental através das assembléias e grupos de trabalho do Foro de São Paulo; a recusa obstinada de levar em consideração as descobertas do Juiz Federal Odilon de Oliveira, que apresentou provas cabais da parceria entre as FARC e quadrilhas locais de assassinos e sequestradores (tornando-se por isso virtualmente um prisioneiro, enquanto os acusados continuam à solta); somem tudo isso e me digam se existe, além do instinto de autodefesa dos envolvidos na tramóia, alguma razão para não falar de ligações entre PT e FARC, entre PT e MIR, entre PT e ELN ou entre o PT e qualquer outra organização pertencente ao Foro de São Paulo.
Quanto ao próprio Foro, que, sob as bênçãos do nosso partido governante, continua todo mês gastando quantias consideráveis em viagens de centenas de seus membros entre as várias capitais latino-americanas, o Sr. Lula seria, mesmo quando ainda candidato, o primeiro a ter a obrigação de esclarecer qual o estatuto legal da entidade e de onde vem o dinheiro que a sustenta. Como ninguém teve a coragem de lhe perguntar isso em 2002 nem em 2006, ele se sentiu livre para não dizer nada. Com o tempo, a licença para silenciar, que então lhe foi concedida como um favor pela polidez covarde dos seus adversários, da mídia, das classes empresariais, dos militares e de ‘tutti quanti’, tornou-se, na cabeça dele, um direito adquirido. É em nome desse direito imaginário que ele agora exige dos candidatos oposicionistas a gentileza da omissão cúmplice, mesmo quando essa gentileza arrisque, uma vez mais, tirar das mãos deles a arma da verdade e da justiça, a mais poderosa em qualquer eleição presidencial.
Está na hora de mostrar que esse direito nunca existiu, exceto como conjunção momentânea de interesses vis entre bandidos e poltrões.
Se o PT insistir em querer processar o candidato vice-presidencial Índio da Costa, o que este e José Serra têm a fazer para desmoralizar por completo a fanfarronada petista é muito simples:
1. Inserir no processo as atas completas das assembléias do Foro de São Paulo, a lista dos membros da entidade e a coleção das revistas America Libre. Isso já basta para comprovar a ligação que o PT desmente.
2. Inserir nos autos os dois discursos em que o Sr. Lula reconhece, até com orgulho, o caráter secreto e clandestino das atividades do Foro de São Paulo.
3. Convocar o testemunho do Juiz Federal Odilon de Oliveira, provando que o PT continuou a relacionar-se em bons termos com as FARC enquanto a Justiça Federal já tinha provas suficientes de que essa organização criminosa colaborava com quadrilhas locais empenhadas em matar cidadãos brasileiros a granel.
Façam isso e não apenas vencerão o processo e as eleições: conquistarão a gratidão de todos os brasileiros honrados.
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS).
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário