A resposta é elementar. Não há oposição. José Serra é um pusilânime, que também tem culpa no cartório. Não foi por ser democrata que se exilou no Chile. O sedizente candidato das oposições – que de oposição nada têm – tem um rico acervo de denúncias em mãos mas não ousa usá-lo. Mensalão, falso dossiês, as relações privilegiadas do filho do presidente com uma operadora de telefonia, o assassinato de Celso Daniel.
Denunciar as corrupções do PT implica em receber de volta denúncias das corrupções do PSDB. Serra tampouco pode atacar o obsoletismo das esquerdas porque dele participou. E teme investir contra Lula, em função de sua popularidade. Ora, se vai se candidatar para perder, que pelo menos perca com dignidade.
Não estou aqui tomando o partido de Serra. Longe disso. Para mim, tanto Serra como Dilma valem a mesma coisa. Isto é, zero. Apenas constato que o PSDB, que alguma chance tinha de vencer as eleições, vai perdê-la por medo e inércia de seus candidatos.
O PT está se beneficiando de uma oposição absolutamente idiota. Não passa dia sem que eu receba spam de generais de pijama denunciando o governo. General de pijama é sempre valente. Garantida a aposentadoria, vira fera. Quando na ativa, quando detinham o poder das armas, dobraram vilmente a cerviz ao governo. Na reserva, se tornam heróis. Nada confere mais coragem a um general que um confortável pijama.
Isso sem falar nos monomaníacos que só pensam naquilo: atacar o PT. Não, não estou defendendo o partido corrupto. Eu o atacava antes mesmo de sua existência. No final dos anos 70, em Porto Alegre, antes mesmo da existência do PT, eu denunciava seus futuros líderes, Tarso Genro, Marco Aurélio Garcia, Pilla Vares, Flávio Koutzii. Ocorre que atacar o PT com calúnias ou denúncias inconsistentes é favorecer o PT. E isso é o que têm feito os anti-petistas profissionais, que algum lucro devem usufruir de suas campanhas sistemáticas.
Já recebi dezenas de spams explicando por que Dilma Rousseff não pode ser presidente do Brasil. Porque teria participado do seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick e nos Estados Unidos não há prescrição para tal crime. Estaria portanto impedida de entrar em território americano. Estes bobalhões, ao que tudo indica, querem elegê-la. Dilma não participou do seqüestro de Elbrick. Participaram, isto sim, Fernando Gabeira e Franklin Martins. Quem a acusa de participação no seqüestro do embaixador está lhe concedendo a confortável condição de caluniada.
Acusações ao PT, costumo afirmar, não podem ser infundadas. Só favorecem os petistas. Triste país este meu, em que a oposição está oferecendo de bandeja, ao corrupto partido detentor do poder, mais quatro anos de poder. Felizmente, para minha tranqüilidade espiritual, não mais me interessa o que possa acontecer ao Brasil ou brasileiros. Vou cuidar de meu jardim.
Esta gentinha que elegeu Lula e sua quadrilha – e que vai reelegê-los – bem os merece.
COMENTO (: desde o "início" da disputa PT x PSDB (Dilma x Serra) tenho dito que as duas quadrilhas são as duas faces da mesma moeda. E que essa pantomina que denominam "democracia" não passa disso mesmo, uma grande palhaçada na qual os contribuintes - ou pagantes de impostos - são os palhaços e os aparentes atores são, na realidade, os que desfrutam o privilégio do riso. Afinal, que democracia é essa em que a sociedade é completamente alijada do processo de escolha dos candidatos a cargos eletivos? Quem escolheu Dilma como candidata do PT? O "mandante" do turno! Quem escolheu Serra como candidato do PSDB? O próprio! Quem estabelece as "alianças partidárias"? Meia dúzia de "iluminados" com a visão centrada nas sinecuras e propinas a serem surrupiadas dos "cargos em comissão" e propinas a serem retiradas de verbas públicas nas "licitações futuras"! E uma claque de imbecis ainda se dá ao trabalho de participar de "convenções partidárias" para homologar o que já estava decidido. Essa é a democracia em que vive o "circo Brasil". E ainda existe uma cambada de paspalhos que chamam "ditadura militar" o período de maior desenvolvimento do país por que as eleições eram indiretas e os candidatos indicados pelas direções partidárias.
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