sábado, 13 de outubro de 2012
DA BOA VIDA PARA A HISTÓRIA DA CAROCHINHA
Por Maria
Lucia Victor Barbosa-in Maluvibar
Na sua Carta
Testamento Getúlio Vargas escreveu: “Saio
da vida para entrar na história”. Lula jamais cometeria o suicídio ainda
que imerso no mar de lama em que se afoga seu partido. A frase mais adequada a
seu pronunciamento seria: “Saio da boa
vida para entrar na história da carochinha”.
Lula da Silva é claro, continua na boa vida no
sentido de gozar dos benefícios da “zelite”, mas não é a mesma coisa de quando
era presidente da República. E como não governou, mas deixou a vida levá-lo
entre viagens espetaculares, palanques constantes, recepções a atletas,
reuniões festivas, homenagens infindas, sendo que nos primeiros anos de mandato
tinha uma espécie de primeiro-ministro atualmente condenado pelo STF como chefe
da quadrilha do mensalão, José Dirceu, a existência presidencial era um não
acabar de maravilhas. Tretas, mutretas, trapaças ficavam a cargo do homem forte
do governo que, como o próprio afirmou nada fazia sem que o chefe Lula soubesse
e consentisse.
Que boa
vida! Lula pairava acima da lei. Podia falar o que quisesse porque mesmo os
maiores despautérios eram saudados com palmas, risos, gritos de júbilo. Dessa
boa vida Lula saiu em que pese desejar ardentemente a ela voltar. Ele sabe que
ter ou não ter poder eis a questão.
Entrar para
a história da carochinha merece uma explicação. No passado histórias da
carochinha eram narradas para crianças que acreditavam piamente nos contos,
lembrando que carocha quer dizer peta, mentira. Ora, Lula é um exímio contador
de lorotas, um ególatra que se gaba constantemente de feitos que não fez. Lula
é uma propaganda enganosa bem sucedida digna de entrar eternamente para a
história da carochinha apesar de que sua peta mais hilária, a que reza que o
mensalão nunca existiu, foi agora desmentida pelo Supremo Tribunal Federal.
No
julgamento considerado o mais importante de nossa história, além da condenação
de várias figuras que atuaram como linhas auxiliares nos crimes de corrupção do
governo Lula este amarga as que complicaram a vida de José Dirceu,
carinhosamente apelidado de “capitão do time”; de Delúbio Soares, ex-tesoureiro
do PT; de José Genoíno, ex-presidente do PT. São figuras exponenciais do
partido marcado pelo maior crime de corrupção governamental já havido no país,
a monumental compra de votos de parlamentares cujo objetivo era a manutenção do
PT no poder. Algo, portanto, maculado com requintes de golpismo tão próprio da
mente stalinista que articulou a sórdida trama.
Desagradavelmente
surpreso Lula e os companheiros assistem ministros do Supremo Tribunal Federal
julgando de acordo com a lei e melhor, com a isonomia que significa que a lei é
igual para todos. Destaque para o relator do processo, ministro Joaquim
Barbosa, que nunca foi um boa vida nem precisou de cotas para chegar aonde
chegou por mérito. Ao horror das hostes petistas se opõe o encantamento cívico
de grande parte da nação que não acreditava mais na condenação de poderosos.
Afirma assim sua independência o Poder Judiciário prestando um relevante
serviço à democracia.
Diante da
vexaminosa desventura a reação do ex-presidente não poderia ser pior. Ele taxa
o julgamento de hipocrisia, o que se configura uma afronta monumental, um
desrespeito profundo, um desacato de enormes proporções ao STF. Delúbio, o
“homem bomba” que se imola pela causa, continua calado. Genoíno diz ter a
“consciência dos inocentes”, a mesma que devia ter Jacques o estripador. No
repetido diapasão petista ataca a imprensa, os reacionários, os moralistas, o
STF e sonha em vão com o “favorecimento da população” aos crimes por ele e
pelos companheiros cometidos. José Dirceu, depois da conversa fiada e
requentada da luta de classes, de direita versus esquerda, algo tão antigo
quanto sua fuga para Cuba prefere voltara à obsessão do fortalecimento do poder
petista e apela para a necessidade da vitória em São Paulo, além de frisar a
urgência da consecução do antigo projeto de amordaçamento da mídia e do
controle do Judiciário. Não há dúvida de que ele aprendeu muito com seu ídolo
Fidel Castro.
Certamente o
PT enlameado não acabou. Lula, ainda desfruta de popularidade e conta com os
que pensam que histórias da carochinha são reais. E tem mais, nesse segundo
turno os institutos de pesquisa, que erraram de cabo a rabo, já começaram a
desenvolver seus enredos favorecendo a quem interessa. Partidos são meros
clubes de interesse facilmente cooptáveis. No PSDB, muitos erros estratégicos
facilitam o êxito do lulismo.
Entretanto,
vai ficando cada vez mais evidente que “capitão do time” tinha um “general” que
até hoje se diz um pobre operário. O dia em que houver no Brasil uma oposição
para valer isto ficará provado e o STF fará justiça. Somente, então, acontecerá
para as futuras gerações o resgate moral dessa fase da política delinquente.
Maria Lucia
Victor Barbosa é socióloga.
|||\\\imagens da Internet - fotoformatação PVeiga///|||
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário