terça-feira, 23 de outubro de 2012
IMAGEM DO HUMOR-AMOR
Por José Eugênio
Maciel
“Nem tudo que
resta é sobra, mas toda sobra é sempre o que resta?”-(Gudé).
“Nasci numa pequena cidade de Minas.
Até aí nada demais. Muita gente nasce em cidades pequenas, distantes e quietas.
Seria feliz, de qualquer maneira, se quem lê neste instante pudesse saber a
alegria
que existe em se nascer num lugar
assim, em que as ruas pequenas e estreitas, as altas palmeiras,
a água macia da chuva que cai sempre,
as muitas estrelas e a lua, as pedrinhas das calçadas,
a meninada, a carteira da sala de
aula, a mestra e mais uma quantidade destas lembranças
simples sejam, mais tarde, influências reais na vida
da gente (…)...”
Ziraldo
No próximo dia 24 Zélio Alves
Pinto, o Ziraldo, completará 80 anos de vida. São 80 anos sendo criança, menino
maluquinho apaixonado inteiramente pela vida. A citação acima é trecho de um
depoimento dele enaltecendo com extraordinário carinho e orgulho a terra natal,
Caratinga, cidade mineira com cerca de 80 mil habitantes. A infância
brincalhona dele sempre foi a base da inspiração do seu trabalho, especialmente
os desenhos e livros infantis. Quando fala da Caratinga, os olhos arregalados
brilham com uma intensidade autêntica, comovente e comovida. Filho ilustre,
sempre está por lá, a visitar os seus amigos. Caratinga, entre outras
homenagens permanentes ao Ziraldo, tem uma enorme estátua do menino maluquinho,
personagem famoso da literatura infantil produzida pelo mestre. Ainda sobre a
acolhedora Caratinga (não a conheço pessoalmente, mas o Ziraldo convence a
qualquer um quando se refere ao seu lugar de nascimento), o Município irá
realizar uma grande mostra e concurso nacional de quadros caricaturais com o
nome e naturalmente a homenagem ao seu filho ilustre.
Desenhista, jornalista e escritor,
chegou a se formar em Direito, sem jamais ter exercido a profissão de advogado.
Um artista inteiro, com a imaginação criadora marcada pela abrangência e a
sensibilidade de expressar nos seus traços e histórias a própria capacidade
inventiva do ser humano, não tangente ao real na sua frieza concreta, mas a de
espelhar o ideal sonhador de um mundo melhor e possível.
Sem se acomodar jamais, nas redações
dos jornais por onde trabalhou e nos projetos audazes que liderou ou fez parte,
entre eles o Jornal do Brasil, diversos livros de literatura infantil e de
quadrinhos, esteve a frente do tabloide Pasquim, fechado pelo regime
militar por causa do tom de oposição e de humor corrosivo e ao mesmo tempo
alegre.
Os 80 anos de vida do Ziraldo são de
grande importância para a cultura brasileira, dado a militância dele em
incentivar o mundo da leitura, do engrandecimento das pessoas através da
criatividade, do conhecimento, da leitura, da capacidade de imaginação ao
sonhar eu se sentir entusiasmo propulsar para à ação, “ler é mais importante do
que estudar”, afirmou, aliás com inegável e indiscutível conhecimento.
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