sábado, 13 de outubro de 2012
OFENSA INADMISSÍVEL
Por
Luiz Antonio Domingues - | in Planet Polêmica
|
O
Oriente médio já passava por uma fase turbulenta pela epidêmica "primavera
árabe", com diversas ditaduras sendo destituídas de poder.
Como se não
bastasse toda a tensão desses eventos e a permanente animosidade em relação à
Israel e a causa Palestina (com Ahmadinejad sempre com um dedo em riste e outro
no botão de uma bomba), eis que surge um fato novo para atear fogo num depósito
de pólvora. O filme que gerou protestos veementes entre os muçulmanos, chamado “A
Inocência dos Muçulmanos" ("Innocence of Muslims"), foi esse
fator agravante. Para início de conversa, o filme é tecnicamente horroroso.
Produção classe "Z", não serve nem para o circuito trash do off do
off.
Em segunda análise, o produtor/diretor dessa obra, agiu de má fé com os atores,
pois na edição final, os nomes dos personagens e diálogos foram adulterados de
forma a apresentar-se de uma maneira totalmente diferente do que os atores
acharam que seria. Muitos inclusive, entraram com processo na justiça, pois
sentem-se lesados com as adulterações grotescas realizadas e que os expõem de
forma aviltante.
E no terceiro aspecto, é clara a intenção de tal
produtor/diretor em insultar o profeta Maomé, o Islã e seus seguidores. A
liberdade de expressão é uma prerrogativa salutar no exercício da arte, mas
dentro de limites éticos, naturalmente.
Extrapolando os ditames do bom senso,
esse senhor partiu para o insulto propriamente dito, exprimindo sua opinião
pessoal a cerca de sua bronca com a religião islâmica, conspurcando
grotescamente a imagem do profeta Maomé.
Mesmo condenando a violência de
radicais e nesse caso, 40 mortes é um saldo insuportável de ser contabilizado,
o fato é que a provocação foi um duro golpe no coração dessas pessoas e só
podemos lamentar que tenha sido perpetrada por um irresponsável. Claro, não foi
uma brincadeira de adolescente que não mediu consequências.
O cidadão sabia que
causaria uma fagulha explosiva e foi fundo em sua determinação. O FBI está em
cima e quer respostas.
A família do embaixador americano brutalmente
assassinado, não vai se contentar com um lacônico pedido de desculpas e por aí
vai.
Curioso, mas tal ação ocorre em meio a uma acirrada disputa eleitoral na
América, onde a tendência de Barack Obama permanecer incômoda à oposição
republicana formada pelos conservadores de plantão. Não estou fazendo nenhuma
insinuação leviana, mas esse vídeo bombástico que acirra o ódio aos Estados
Unidos entre os muçulmanos, interessa a quem? É um "cutucar a onça com
vara curta", nesse caso, curtíssima e acho muito surreal que seja apenas
uma manifestação de um cidadão árabe de declarada religião cristã copta, que
sente bronca do Islã por razões pessoais.
É muito prosaico achar que ele quis
expressar "artística e pessoalmente" sua diferença, sem medir as consequências
desse ato.
Nos próximos dias, respostas mais convincentes deverão vir à tona.
Sam Bacile, ou Nicola Bacily ou seja lá quem for esse cidadão, vai ter que
esclarecer melhor as coisas. Encerrando, repudio esse vídeo abominável,
horroroso enquanto peça de cinema e inadmissível como ofensa à fé de milhões de
pessoas e principalmente à religião Islâmica e ao profeta Maomé.
Lembro-me das
palavras do Papa Bento XVI, proferidas cerca de dois anos atrás: "Somos todos Abrâmicos"... Fato, o
cristianismo, Islamismo e judaísmo, tem a mesma origem. Não há sentido em
manter um clima hostil entre três, das cinco maiores religiões do planeta.
Deixo meus respeitos aos amigos islâmicos.
\-acrescentei imagem com legenda-/
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