Recordando a História, segue em anexo discurso do presidente Getúlio Vargas, em 01/01/1936. Portanto, pouco depois da Intentona Comunista de 27/11/1935. Qualquer semelhança do perfil dos comunistas de 1935 com a comunalha dos dias atuais não é mera coincidência: comprova que mesmo com o passar do tempo, eles continuam os mesmos.
Jorge Baptista Ribeiro.
FONTE: Blog do Anatolli - imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga).
PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS
A 1 de janeiro de 1936, por ocasião da passagem do ano, ainda sob o pungente impacto da Intentona Comunista de 27 de novembro, o Presidente da República incluiu no discurso que dirigiu à Nação, as seguintes palavras:
“Alicerçado no conceito materialista da vida, o comunismo constitui-se o inimigo mais perigoso da civilização cristã. À luz da nossa formação espiritual, só podemos concebê-lo como o aniquilamento absoluto de todas as conquistas da cultura ocidental, sob o império dos baixos apetites e das ínfimas paixões da humanidade - espécie de regresso ao primitivismo, às formas elementares da organização social, caracterizadas pelo predomínio do instinto gregário e cujos exemplos típicos são as antigas tribos do interior da Ásia.
Em flagrante oposição e inadaptável ao grau de cultura e ao progresso material do nosso tempo, o comunismo está condenado a manter-se em atitude de permanente violência, falha de qualquer sentido construtor e orgânico, isto é, subversiva e demolidora, visando, por todos os meios, implantar e sistematizar a desordem para criarem-se, assim, condições de êxito e oportunidades que lhe permitam empolgar o poder para exercê-lo tiranicamente, em nome e em proveito de um pequeno grupo de ilusos, de audazes e de exploradores, contra os interesses e com o sacrifício dos mais sagrados direitos da coletividade.
Nunca poderá vencer, portanto, utilizando a propaganda aberta e franca, feita lealmente e sem temor à verdade, para dominar a vontade das maiorias, pelo exercício do voto livre. Bem diversos, daí, os seus métodos e expedientes de expansão e proselitismo. Pregando ou conspirando, os seus apóstolos jamais confessam o que são, mas, ao contrário, desdizem-se ou se declaram, quando mais corajosos, socialistas avançados ou pacíficos simpatizantes das idéias marxistas. A dissimulação, a mentira, a felonia constituem as suas armas, chegando, não raro, à audácia e ao cinismo de se proc1amarem nacionalistas e de receberem o dinheiro da traição para entregar a Pátria ao domínio estrangeiro.
Sejam quais forem os disfarces e os processos usados, os adeptos do comunismo perseguem invariavelmente os mesmos fins. Como por toda parte, também entre nós distribuem-se por categorias de fácil identificação.
Há os conspiradores, partidários da violência, querendo precipitar os acontecimentos pelos golpes de força e pela técnica da rebelião, certos de que nunca poderão contar com a maioria da representação política, ou antes, seguros de que terão de enfrentar sempre a repulsa integral do povo brasileiro. Esses são, pelo menos, coerentes, porquanto o regime soviético visa precisamente instituir o governo das minorias opressoras, escravizando a inconsciência das maiorias.
Há os pregadores, os professores, os doutrinadores do comunismo, disfarçados em marxistas, em ideólogos de nova era social, mistificadores de toda casta, perniciosos e astutos. São os que envenenam o ambiente, turvam as águas, não praticando, mas ensinando o comunismo nas escolas, distribuindo livros sectaristas, propinando o veneno e protestando inocência a cada passo, pois não invocam, na sua lábia, a violência e sim a modificação evolutiva dos valores universais. Tão perigosos quanto os outros, definem-se pela pusilanimidade e pela hipocrisia com que se mascaram, adaptando-se às exigências do meio social onde vivem e de cujo trabalho se mantém parasitariamente.
Nas promessas abundantes e falazes, os nossos comunistas imitam os apóstolos do bolchevismo russo, evitando, porém, relembrar como conseguiram sovietizar a Rússia.
Também eles se diziam protetores do proletário, e suprimiram a sua liberdade, instituindo o trabalho escravo; prometiam a terra, e despojaram os camponeses das suas lavouras, forçando-os a trabalhar por conta do Estado, sob o jugo de uma ditadura feroz, reduzidos ainda a maior miséria.
Padrão eloqüente e insofismável do que seria o comunismo no Brasil tivemo-lo nos episódios da baixa rapina e negro vandalismo de que foram teatro as ruas de Natal e de Recife, durante o surto vergonhoso dos implantadores do credo russo, assim como na rebelião de 27 de novembro, nesta Capital, com o registro de cenas de revoltantes traições e até de assassínio frio e calculado de companheiros confiantes e adormecidos.
Os fatos não permitem mais duvidar do perigo que nos ameaça. Felizmente, a Nação sentiu esse perigo e reagiu com todas as suas reservas de energias sãs e construtoras.
A quase unanimidade das forças políticas do País, integradas todas na opinião pública, mobilizou-se para fortalecer o Governo na adoção das medidas necessárias para agir dentro da lei e dar maior eficiência às suas decisões repressivas.
Confortador, sob todos os aspectos, foi esse movimento da opinião nacional, através dos órgãos mais autorizados de todas as atividades políticas, econômicas e sociais do País.
O Poder Legislativo colocou-se à altura das responsabilidades do momento, demonstrando que a estrutura democrática do regime possui flexibilidade bastante para sobrepor-se aos assaltos do extremismo subversivo e demolidor.
A rápida e vigorosa ação das Forças Armadas, repelindo e dominando, nesse lance lamentável, as ambições e o desnorteamento de alguns maus militares, foi exemplarmente patriótica. Evidenciando-lhes o espírito de lealdade e civismo, serviu para demonstrar, ao mesmo tempo, a conveniência de se conservarem afastados e à margem das lutas políticas, para melhor se consagrarem ao tirocínio das atividades profissionais, ao culto da disciplina e da obediência aos poderes constituídos, ao devotamento pela segurança pública e pela integridade da soberania nacional.
Outra reação exemplificante, no combate ao surto extremista, foi a do trabalhador brasileiro, que de modo explícito negou solidariedade aos empreiteiros da desordem.
O programa apregoado pelos sectários do comunismo no Brasil, ignorantes do que vai pelo País e vazios de idéias válidas, incluía como aspiração do proletariado nacional, reformas já executadas e em pleno vigor. O nosso operário nada teria a lucrar com o regime soviético. Perderia, pelo contrário, as conquistas obtidas como concessão espontânea dos poderes instituídos, em troca da submissão ao trabalho forçado e coletivo. Basta referir para tanto, os direitos e os benefícios assegurados a nossos trabalhadores desde 1930, como sejam a organização sindical, a lei das 8 horas, a regulamentação do trabalho das mulheres e das crianças, a lei chamada “dos 2/3″, obrigando o aproveitamento de dois terços de nacionais em todos os estabelecimentos do comércio e da indústria, a aplicação da lei de férias, a representação de classes e finalmente a instituição de grande número de institutos de previdência social, garantidores da subsistência na velhice ou na invalidez, amparando o futuro das famílias, na desgraça ou na orfandade, para os comerciários, bancários, empregados de empresas de transporte, marítimos, estivadores e demais colaboradores da riqueza e do bem-estar coletivo.”
[Transcrito de EM GUARDA (Contra o comunismo) - Coletânea organizada pela Biblioteca Militar (atual Biblioteca do Exército) - Imprensa do Estado-Maior do Exército - 1937.]
[Transcrito do livro “Lembrai-vos de 35!”- Gen Ferdinando de Carvalho – Bibliex - 1981?]
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