Sempre me admirei da sabedoria dos homens do passado que, com simplicidade ímpar, faziam ligações de vários aspectos da vida com a natureza, como chamar de “árvore” genealógica a constituição da origem de cada um dos seres humanos que habitam a Terra.
A “árvore” humana possui raízes, tal qual a da natureza, e elas estão sob a terra, assim como também estão os nossos antepassados, sobre os quais pouco sabemos, motivo pelo qual, na árvore humana, quem inicia a mesma, seu tronco principal, é o antepassado mais próximo sobre quem sabemos algo, pouco ou muito, desde que não sejam fatos desabonadores, pois, se assim o forem, mesmo que conhecidos, normalmente são colocados nas raízes, de modo a não aparecerem.
Assim como fazemos ao retirar o galho de uma figueira, que, ao ser replantada, se transforma no tronco de uma nova árvore, fazemos também ao escolher por qual “tronco” iniciar a exposição da nossa “árvore”, muitas vezes iniciando-a a partir de nossos pais, avós, bisavós ou tataravós, ao invés de buscar origens ainda mais remotas, talvez até mesmo escondendo-as, por desconhecimento ou propositalmente, pelos mais variados motivos.
As raízes, entretanto, são tão ou mais importantes que a própria árvore, pois, mesmo não estando visíveis, são elas que dão sustentação e alimentam a mesma, assim como nos humanos. Nestes, as suas raízes, as origens, é que os alimentam com seus genes saudáveis e também os afetam com aqueles com problemas, sejam morais, éticos ou de saúde, dando-lhes a sustentação e a orientação para toda a vida. Mas, assim como nos humanos, quando a árvore pende para um lado errado, se as raízes não lhe proporcionarem sustentação suficiente, a árvore toda vai ao chão.
Escolhido o tronco, não poderemos mais esconder os galhos e ramos, pois estes, como na natureza, estarão aparentes e, também como na natureza, serão todos diferentes uns dos outros, seja pelo sol que recebem, da manhã ou da tarde, seja por estarem mais ou menos expostos aos ventos, ao frio e a outras diversas ações da natureza, que certamente interferirão em seu crescimento e em sua formação.
Assim, olhando para uma árvore, consigo entender, com mais facilidade, as diferenças existentes entre os seres humanos provenientes de um mesmo tronco, que, ao se dividir, gerando sua primeira família, cria a primeira diferença, pois cada galho daquele tronco, ao se casar, une-se a um galho de outro tronco, já diferente daquele, o que fará com que produza seus frutos também diferentes, mais ou menos doces ou ácidos.
Como de cada tronco normalmente surgem no mínimo dois galhos principais, e em alguns casos muitos mais, que se casarão com outros galhos principais e, de cada uma dessas uniões surgirão novos galhos, agora secundários àquela primeira árvore, os quais gerarão galhos terciários, e estes gerarão novos ramos, e estes novos brotos, assim também são as “árvores” humanas.
Como na natureza, cada novo galho da árvore humana estará sujeito a uma exposição financeira, educacional, cultural e do meio ambiente diferente da do outro, o que formará seres diferentes em constituição física, cor da pele, condição financeira, humor, gênio e também em princípios morais e caráter.
E as famílias se formam, assim como as árvores e os bosques, de pessoas ou árvores mais ou menos fortes; viradas para este ou aquele lado, o que nos humanos gera ideologias diferentes; com crescimento maior ou menor, no sentido horizontal ou vertical, provocando maior ou menor solidez moral e ética; com mais ou menos irrigação, o que propiciará um maior ou menor crescimento cultural e financeiro; e com maior ou menor exposição aos ventos frios, o que nos dará mais ou menos saúde.
Pela inteligência dos seres humanos que viveram séculos antes de nós, e de suas observações e comparações do ser humano com a natureza, com os animais e vegetais, é que hoje podemos ver, na prática, com ilustrações ao vivo, como é a nossa vida, nossas semelhanças e diferenças, e o porquê nunca seremos nem podemos ser iguais.
Um comentário:
Muito interessante!
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