“Eu permito a todos serem como quiserem, e a mim como devo ser”.
[Chico Xavier]
O tempo é uma sucessão de minutos, horas, dias, semanas, meses, anos. Óbvio e inevitável afirmar, mais do que 2011 nos seus primeiros passos o tempo agora marca uma nova década. Foi grande a expectativa em torno do ano 2000, “o mundo acabaria” ou a era de um “novo milênio, século” em curso.
Tempo é “jornal”, palavra que significa periódico, publicação, no caso da Tribuna do Interior, diário. “Jornal” no sentido da paga pelo trabalho realizado por um operário e referente a um determinado período.
Neste Jornal começo uma nova jornada e não seria impreciso dizer que é um recomeço. É o primeiro texto da Coluna deste Ano-Novo e o primeiro deste novo decênio. Este Artigo é o de número 1651 da Coluna que principia o 23º ano de publicação. Tal espaço se tornou o de maior tempo entre os que mantiveram alguma regularidade na condição de titulares de colunas ao longo dos 43 anos a serem completados pela Tribuna em outubro. Enfim, dos 43 esta Coluna espera chegar aos 23 em julho.
Qual o tempo que virá? Deve-se esperá-lo? É necessário ir ao seu encontro? Em ambas as situações existirá sempre a possibilidade da construção do tempo, um tempo que não se circunscreve a uma mera sucessão de dias, ele é o marco de uma trajetória de vida.
Para a saudação aos caros leitores, os quais almejo respeitá-los como escrevinhador, transcrevo o poeta vivo mais importante do Brasil, o maranhense Ferreira Gullar, que em setembro passado completou 80 anos de vida. O poema Traduzir-se seguramente é um dos mais belos da nossa literatura e se popularizou nas vozes musicadas por Fagner, Chico Buarque, Belchior, entre outros intérpretes da MPB:
Uma parte de mim é multidão;Outra parte estranheza e solidão.
Uma parte de mim pesa, pondera; outra parte delira.
Uma parte de mim almoça e janta; outra parte se espanta.
Uma parte de mim é permanente; outra parte se sabe de repente.
Uma parte de mim é só vertigem; outra parte, linguagem.
Traduzir-se uma parte na outra parte,
- que é uma questão de vida ou morte será arte?
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