sábado, 22 de janeiro de 2011

A SAGA DE JOSEF MENGELE - O ANJO DA MORTE

Por acaso (ou não) topei com a história de Josef Mengele no Brasil. Ao contrário da maior parte dos super nazis refugiados na América Latina, Mengele beneficiou de alguma sorte mas essencialmente de uma sagacidade notável, e acabou por morrer afogado devido a um derrame cerebral a 7 de Fevereiro de 1979, enquanto se banhava placidamente no Oceano Atlântico, na praia paulista de Bertioga, sob o nariz das autoridades brasileiras.

Josef Mengele (nascido a 16 de Março de 1911 em Günzburg, na Baviera) estava na Argentina e morava muito perto de Eichmann — em princípios da década de 60 — quando a sorte, mais uma vez, o bafejou : a Mossad israelita deu prioridade à caça a Eichmann, e quando este tinha sido “retirado” da Argentina e a Mossad voltou para ir buscar Mengele, este já tinha fugido para o Paraguai, onde viveu uma vida descansada até princípios de 1969. Foi nesta altura que a polícia alemã descobriu que Mengele estava no Paraguai, através de uma investigação levada a cabo em Guenzburg, Alemanha, a uma empresa pertencente a dois sobrinhos de Mengele.

De repente, Mengele desaparece do Paraguai e nunca mais se soube dele, até 1985, quando foram exumados os seus ossos do cemitério da cidade brasileira de Embu (São Paulo). Entre 1969 e 1979, Josef Mengele viveu calma e serenamente em duas localidades em torno da cidade de São Paulo : em Caieiras, a norte de S. Paulo (Lat -23.3620, Long -46.7394) até finais de 1974, e na Estrada dos Alvarengas, a sul de S. Paulo perto da Represa Billings (Lat -23.7381, Long -46.5922), desde 1974 a 1979, ano da sua morte natural.

Para além da sorte que teve na Argentina — quando a Mossad o preteriu em favor de Eichmann e quando voltou encontrou o seu lugar —, Mengele beneficiou de outro tipo de sorte : o facto de ser relativamente baixo (1,74 metros de altura) e de não ser louro (cabelos castanhos), o que permitiu que ele se camuflasse perfeitamente por entre a população paulista.

O que é espantoso na história de Mengele, foi constatar a existência de uma organização eficiente que, a partir da Áustria e da Alemanha, coordenou as suas fugas e financiou a sua estada no Brasil durante 10 anos, sem que Mengele precisasse de trabalhar para viver, e dispondo mesmo de dinheiro vivo para pagar mensalmente a três empregadas domésticas.

Josef Mengele permaneceu no Brasil, durante 10 anos, com documentos falsificados pela organização austro-alemã. Mais: o filho de Josef Mengele, Rolf Mengele, esteve no Brasil em 1977 em visita ao pai, na casa da Estrada dos Alvarengas, onde permaneceu durante duas semanas !

A história rocambolesca de Josef Mengele pode ser lida aqui. Através do relato podemos perceber como funcionava a mentalidade nazi. Josef Mengele, o “anjo da morte” de Auschwitz-Birkenau, passava horas a ouvir música clássica, apresentava um ar dócil no convívio com estranhos, e era cooperante e tolerante com as pessoas: o verdadeiro e clássico perfil de psicopata.

Fontes: Perspectivas e http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_12061985.shtml

Nenhum comentário: