Charles François Dupuis (26/10/1742 – 29/09/1809) |
Uma cultura nacional, pressupõe uma Patria! Amor à Pátria! Defesa intransigente do nosso pedaço de chão, da nossa casa, dos nossos costumes e mais: um plano de construção, uma visão estratégica presente no dia a dia, na educação, na discurso "falado, escrito e televisado" de todos que se dedicam a "formar a opinião pública". Precisamos com urgência retomar as origens, honrando a natureza, o saber e a busca do saber, a livre realização de todas as faculdades, sem os sofismas que impedem o pensamento e a livre expressão.
O ser humano é muito mais que esta coisa que nos querem impingir como detentor de "direitos", como se fôssemos objetos subservientes de políticos, ministros, governantes que manipulam a boa fé. Cada um de nós é portador da vida e consequentemente senhor dos direitos inerentes à natureza. Esta coisa de direitos excepcionais para uns em detrimento dos direitos naturais dos outros, a invasão dos lares e imposição de normas aos pais para a educação dos filhos que geraram e alimentam é pura violência.
Das muitas faculdades "extintas" pelas leis, subsiste uma, persistente, incômoda, mas como diz Olavo de Carvalho, ausente no espaço intelectual do Brasil: a curiosidade de saber, que exige o aprendizado de exercitar o pensamento. Há mais de meio século ainda existiam debates entre racionalistas ateus, materialistas e teistas, todos conscios de suas verdades e cada um respeitando o espaço do outro. Nas últimas gerações iniciou-se um mergulho profundo no obscurantismo. Salvaram-se poucos. Os exemplos morais e éticos sumiram.
Voltamos à Rua Dupuis em Paris. Charles-François Dupuis, nasceu em 1742. Estudou retórica, direito e matemática. Da sua biografia consta a invenção do aparelho que antecedeu o telégrafo. Mestre no Colégio de França, foi eleito para a Academia de Letras. Horrorizado com a carnificina da revolução, retirou-se de Paris, regressando como um dos eleitos à Assembléia Nacional, integrando o Conselho dos 500. O que o distingue como pensador e Mestre é sua obra ( Abrégé de l'origine de tous les cultes) – Resumo da origem de todas as religiões. Eis um trecho:
"Qualquer coisa que possa produzir a ilusão, todos os recursos da mecânica e da magia, que era o conhecimento secreto dos efeitos da natureza e da arte de imitá-los; a pompa brilhante das festas, a variedade e a riqueza das decorações e roupas, a majestade do cerimonial, a força da encantadora música, coros, cantos, danças ao som de címbalos sonoros, destinados a despertar o entusiasmo e delírio, são mais favoráveis aos impulsos religiosos, que a calma da razão. Tudo foi empregado para atrair e unir as pessoas para a celebração dos mistérios. Na isca do prazer, alegria e festejos, muitas vezes está oculto o propósito de passar lições úteis e tratar o povo como uma criança, que sem instrução, só pensa em se divertir. É através das grandes instituições que buscamos formar a moral pública e as muitas reuniões pareciam adequadas para atingir este objetivo. "
Do texto grifado se depreende que as nossas instituições, sem excessão, a serviço do estado, tratam a nação com a mesma receita racionalmente descrita por Dupuis, há mais de 200 anos. O mesmo pão e circo dos romanos, aplicado à formação de grupos e seitas ideológicas dificultando a observação e a reflexão. A percepção natural da presença de Deus, Inteligência do Universo, usurpada por falsos condutores na rota contrária à liberdade.
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