Itaipu: Paraguai só consome 17% da energia, o resto o Brasil compra |
Amigos, o pessoal do governo está rangendo dentes por não ter conseguido na tarde de hoje aprovar no Senado o parecer da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) favorável à aprovação da alteração no Tratado de Itaipu acordada recentemente entre o Brasil e o Paraguai, um dos principais temas da agenda da política externa da presidente Dilma para a América do Sul.
O tratado que, entre outros efeitos, criou a empresa Itaipu Binacional, obriga ao país que não consumir 50% da energia produzida adquira do outro a eletricidade que não utilizar – no caso, como o Paraguai só usa 17% do que Itaipu gera, o Brasil é quem compra a energia excedente. O decreto legislativo autorizando a mudança no tratado – que só será revisto em 2023 – fará com que o Brasil triplique de 120 milhões para 360 milhões de dólares o que vem pagando o Paraguai.
A senadora Gleisi Hoffmann foi diretora da Itaipu Binacional.
A Câmara dos Deputados já havia aprovado a revisão no dia 6 do mês passado, e o Senado deixou de fazê-lo hoje por causa de questionamentos apresentados pelo senador Itamar Franco (PPS-MG), o que levará o tema à votação somente nesta quinta, 5, — e às quintas-feiras o plenário tradicionalmente está vazio.
O ex-presidente não fez nada de errado, pelo contrário: somente cobrou o cumprimento de dispositivo do Regimento Interno do Senado, que prevê um prazo mínimo de duas sessões para deliberação do assunto depois da aprovação do regime de urgência – que dispensa a proposta de passar, como é praxe, pelo exame de várias comissões.
Itamar lembrou que o regime de urgência foi aprovado somente hoje – com os votos contrários de seu partido, o PPS, e também do DEM e PSDB, que queriam mais prazo para examinar a questão.
Com o cumprimento do Regimento exigido pelo ex-presidente, o projeto só pode voltar à pauta em dois dias, quando terá corrido o prazo regulamentar.
O argumento de que quinta-feira é dia vazio no Senado é um absurdo. O governo e seu líder, Romero Jucá (PMDB-RR), que se virem e façam os senadores governistas permanecerem em Brasília – e trabalharem. O senador Itamar apenas exerceu seu papel.
Gleisi Hoffmann, relatora, e Itamar: o ex-presidente exigiu o cumprimento do Regimento Interno do Senado e atrapalhou os planos do governo |
Fonte: Ricardo Setti -e- O Maldito.
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