Theodoro de Bona (1904 - 1990) Instalação da Província do Paraná, 1853 Óleo sobre tela - 3,34m X 8,02m - Acervo Palácio Iguaçu (Em exposição no Museu Oscar Niemeyer onde, eu retratado pelo Jair, observo atentamente a belissima peça de arte) |
A assinatura da Constituição dos Estados Unidos da América”, retratada por Howard Chandler Christy |
A tela da “Instalação do Paraná”, de Theodoro de Bona, é uma cópia quase idêntica de uma obra famosa, “a assinatura da Constituição dos Estados Unidos da América”, retratada por Howard Chandler Christy. A coincidência foi descoberta pelo historiador Jair Elias dos Santos Júnior, autor do livro “Palácio Iguaçu: coragem de realizar de Bento Munhoz da Rocha Netto”. Ele está finalizando a segunda edição do livro, cujo lançamento será no segundo semestre deste ano.
Segundo o historiador Jair Elias “uma pintura não é um registro preciso do que aconteceu, mas uma reconstrução simbólica do real”. Theodoro de Bona recebeu do governador do Paraná, Bento Munhoz da Rocha Netto, em 1951, a incumbência de fazer um painel de grandes dimensões para as comemorações do Centenário da emancipação política do Estado. Bento Munhoz seguiu o conselho do prof. Newton Carneiro, que exercia a função de Secretário de Estado da Educação e Cultura. Foram feitos estudos da obra, que foram mostrados ao governador e aprovados por ele. O painel foi executado nas dependências da Escola Técnica de Curitiba, atual UTFPR, e foi concluída em 1953. Concluído em 1953, decorou também o salão do Clube Curitibano nas recepções oferecidas ao presidente Getúlio Vargas, em 19 de dezembro de 1953 e posteriormente foi transferido para o Palácio, afixado no Salão Nobre do prédio. Meses antes de iniciar a reforma do Palácio, em 2007, o quadro foi retirado e permaneceu exposto no Museu Oscar Niemeyer, até abril. Ela foi embalada novamente para retornar ao Palácio Iguaçu. A pintura “Instalação do Paraná” é comemorativa e foi encomendada pelo governo para engrandecer os festejos do primeiro centenário do Paraná.
O quadro de Howard Chandler Christy reúne personalidades históricas como George Washington e Benjamin Franklin. Em 1940 ele pintou a tela, que foi instalada na Câmara dos Deputados, no Capitólio, em Washington.
A composição de ambas as telas é circular, ou seja, o olhar se movimenta pela tela para perceber todos os elementos. Além deste aspecto, a composição é parecida: as janelas, palco, a quantidade de degraus e o tapete. Na tela americana, ao centro do palco, aparece a bandeira dos Estados Unidos, enquanto que a do Paraná, o quadro de dom Pedro II. “A bandeira e o quadro de dom Pedro II, no centro, simboliza o poder”, explica o historiador Jair Elias. Até mesmo uma pessoa de costas com os braços cruzados aparece nas duas telas. “Pessoas que trabalharam no Palácio afirmam que várias personalidades que aparecem na tela são semelhantes aos secretários de Estado do governo de Bento Munhoz e amigos do artista”, revela o historiador Jair Elias dos Santos Júnior. O artista Theodoro de Bona em outras obras também utilizou a figura de amigos e de freqüentadores de seu ateliê.
Segundo Santos Júnior, “pode ser que Theodoro de Bona tenha usado o quadro de Christy para a composição da tela da instalação do Paraná. Ele utilizou os pressupostos de sua arte. O que não caracteriza num plágio”, finaliza.
Independência do Brasil – Outra similaridade aconteceu com o quadro de Pedro Américo, O Grito do Ipiranga, que retrata a cena da Independência Brasileira. O quadro é uma cópia idêntica de uma obra famosa de Jean-Louis Ernest Meissonier, o quadro a 1807, Friedland, que celebra uma famosa vitória de Napoleão Bonaparte.
Há quem diga que Pedro Américo plagiou o quadro “1807″, de Meissionier. O problema é que o brasileiro queria algo mais imponente que a tela de Moreaux, que destacasse a figura real num momento em que o Império decaía. Por isso, não tinha muitas opções: precisava colocar dom Pedro mais à esquerda, numa posição mais alta, iniciando a ação, e a tropa à direita, reagindo à ação. A estrutura é a mesma, mas composição melhorou. O brasileiro substituiu os cavaleiros por um carreteiro que olha para dom Pedro, dando mais unidade ao quadro. O curioso é que o próprio Meissonier viu uma foto de “O Grito do Ipiranga” no pavilhão do Brasil na Exposição de Paris, em maio de 1889, e gostou.
1807, Friedland de Ernest Meissonier (França, Lyons 1815–1891 Paris), pintado enre 1861/1875 - Assinado e datado plo autor em 1875. |
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