Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 27 de maio de 2011.
“Porque deve haver um milhão de pais reclamando: por que meu filho não é o Ronaldinho? Porque não pode todo mundo ser o Ronaldinho”. (Luiz Inácio Lula da Silva)
A Folha de São Paulo divulgou que: “Palocci adquiriu em São Paulo imóveis no valor de mais de R$ 7 milhões. Em 2006 seu patrimônio declarado à Justiça Eleitoral era de R$ 375 mil, em valores corrigidos”. Imediatamente os parlamentares insistem para que o Ministro explique o vertiginoso aumento do patrimônio. A senadora Marina Brito, do PSOL-PA, afirma categoricamente que: “o repentino enriquecimento nada mais foi do que o velho tráfico de influência. São claros os sinais que a linha que separam o ético e o antiético, o lícito do ilícito foi quebrada”. Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara de Deputados, conseguiu barrar o pedido de requerimento de convocação de Palocci, para prestar explicações sobre o aumento de seu patrimônio e suposto tráfico de influência no plenário procurando, mais uma vez, acobertar as maracutaias que medram nos corredores do poder. Palocci, como homem público, deve explicações à Sociedade. Ele deveria antecipar-se a seus adversários e comparecer espontaneamente ao Congresso Nacional para explicar sua evolução patrimonial. Se realmente for inocente nada terá a temer e poderá, ainda, refutar as acusações e processar aqueles que o acusaram de enriquecimento ilícito.
- Qual é a Surpresa?
Surpresa de enriquecimento ilícito nos meandros do poder? Surpresa que todos acorram defendendo o indefensável? Apenas os cenários e os atores se alternam, mas a corrupção crava cada vez mais suas garras na alma de um povo alienado, omisso e desmemoriado. Quem ainda se recorda do filhinho de nosso ex-presidente? O Ronaldinho das finanças. Lula o defendeu também, para ele (Lula) o fim “sempre” justifica os meios.
Fábio Luís Lula da Silva, de 30 anos, um dos cinco filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, experimentava, até 2003, uma situação profissional parecida com a de muitos brasileiros: a do subemprego. Formado em biologia, Lulinha, como é chamado pelos amigos, fez alguns poucos trabalhos na área, todos com baixa ou nenhuma remuneração. Para ganhar a vida, dava aulas de inglês e informática. Em dezembro de 2003, essa situação mudou. Fábio Luís começou uma carreira numa área que nada tem a ver com drosófilas ou pteridófitas: a do milionário mercado das agências de publicidade. Atualmente, o primeiro filho do casal Lula e Marisa Letícia da Silva é sócio de três empresas que, além de prestar serviços de propaganda (pelo menos no papel), produzem um programa de games para TV. Somados, os capitais das empresas ultrapassam os 5 milhões de reais. Melhor que tudo: nessa fulgurante trajetória, Fábio não teve de investir um único real. O negócio foi bancado quase que integralmente pela Telemar, a maior companhia de telefonia do país. (Marcelo Carneiro, Juliana Linhares e Thaís Oyama - 13/07/2005)
- Lula Defende Antonio Palocci
“todos sabem que Palocci era o Pelé da economia”. (Luiz Inácio Lula da Silva)
O Pelé de Lula, como Ministro da Fazenda, não inovou, não criou nada de novo, manteve a mesma política econômica implantada no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Dois dias depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter desembarcado em Brasília para pôr um freio de arrumação no governo e espantar a crise política, a presidente Dilma Rousseff deixou o gabinete, rompeu o silêncio de quase duas semanas e saiu em defesa do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. (...) Palocci, também alertado por Lula, explicou os rendimentos aos correligionários e disse que “não é crime ganhar bem”. (Fonte: AE - Agência Estado)
- Dilma Roussef Tenta “Blindar” Palocci
“Por quanto em sono jazereis, Ó Senhor ?...Vosso tesoureiro furta a riqueza que haveis armazenado. Vosso ministro rouba aqui e assassina ali, e de vossos cordeiros como pastor cuida um lobo”. (Walther Von der Vogelweide)
Dilma defendeu ardorosamente seu indefensável ministro-chefe da Casa Civil na solenidade de assinatura de convênios para a construção de complexos esportivos em escolas públicas, na qual Palocci estava presente. Referindo-se à questão da restituição do imposto de renda da empresa WTorre a presidenta afirmou que:
Quero assegurar a vocês que o ministro Palocci está dando todas as explicações para os órgãos de controle, as explicações necessárias. Espero que esta seja uma questão que não seja politizada, como foi o caso do que aconteceu ontem, o caso lastimável, que é aquela questão da devolução dos impostos da empresa WTorre. A Fazenda demorou (...) se eu não me engano, em torno de dois anos, e a Justiça determinou à Fazenda o pagamento da restituição devida à empresa. Não se trata, de maneira alguma, de nenhuma manipulação. Lamento que um caso desse tipo esteja sendo politizado. (...) e quero reiterar que o ministro Palocci dará todas as explicações para os órgãos de controle, inclusive para o Ministério Público, que serão dadas nos próximos dias.
- Governo Articula Procurando Evitar uma CPI
O Governo cedeu em duas polemicas questões para proteger seu ministro. Mudou o discurso sobre o Código Florestal e a implantação do chamado “kit-gay” nas escolas.
- Sobre o Código Florestal
A Bancada Ruralista aproveitou a atual fragilidade política de Palocci para arrancar do governo um acordo para votação do Código Florestal. Palocci barganhou o Substitutivo, que alterou o Código Florestal, em troca do apoio dos Ruralistas para que não fosse convocado para depor na Câmara dos Deputados. O novo Código Florestal (PL 1876/99) permite o uso das Áreas de Preservação Permanente (APPs) já ocupadas com atividades agrossilvipastoris, ecoturismo e turismo rural, desde que esse desmatamento tenha ocorrido até 22 de julho de 2008.
Parece-me que um assunto de tanta relevância mereça uma maior discussão por diversos segmentos da sociedade. É preciso levar em conta que a agricultura familiar no Brasil é responsável por 38,8% do valor bruto da produção agropecuária, e que representa 84,4% do total de estabelecimentos rurais que, por sua vez, ocupam 24,3% da área agriculturável do Brasil, e por isso mesmo devem ter um tratamento especial por parte da Legislação Ambiental. Considerando que estamos em uma República Federativa é fundamental que se transfira aos Estados a possibilidade de legislar sobre os limites e cultivos nas APPs (Áreas de Preservação Permanentes).
Dilma vocifera, numa manobra nitidamente diversionista, e continua ameaçando com veto o novo Código para não perder apoio dos ambientalistas.
Eu não concordo que o Brasil seja um país que não tenha condição de combinar a situação de grande potência agrícola que ele é com a grande potência ambiental que ele também é, nos temos sim condições de fazer isso. Eu não sou a favor da consolidação dos desmatamentos, da anistia aos desmatamentos. Eu acho que no Brasil houve uma prática que a gente não pode deixar que se repita. Muitas vezes se anistiava, por exemplo, dívidas, e novamente se anistiava dívidas, e as dívidas eram novamente anistiadas. O desmatamento não pode ser anistiado, não por nenhuma vingança, mas porque as pessoas têm de perceber que o meio ambiente é algo muito valioso que nós temos de preservar, e que é possível preservar meio ambiente, extremamente possível, produzir os nossos alimentos (...) estamos, sem sombra de dúvida, entre os maiores produtores de alimentos do mundo, e acho que seremos, nas próximas décadas, o maior produtor de alimentos. Nós podemos fazer isso perfeitamente, preservando o meio ambiente, como temos feito sistematicamente um esforço nessa direção. Não sou a favor, não sou a favor da emenda, fui contra a aprovação da emenda e, obviamente, respeitando a posição de todos aqueles que divergem de mim, continuarei firme, defendendo a mudança dessa emenda no Senado (...). Se eu julgar que qualquer coisa prejudica o país, eu vetarei.
- Sobre o chamado “kit-gay”
“Jovens parlamentares, este ano está sendo distribuindo um ‘kit gay’ que estimula o homossexualismo e a promiscuidade. Temos de trazer esse tema aqui para dentro, votar essa questão, e não deixar que o governo leve esse tema para a garotada”.
(Deputado Jair Bolsonaro).
No DVD do “kit gay” um dos vídeos, intitulado “Encontrando Bianca”, conta a história de um menino de aproximadamente de 14 ou 15 anos que vai ao banheiro e encontra um colega. Enquanto o amiguinho urina, José Ricardo dá uma olhada para o lado e se diz apaixonado por ele assumindo sua homossexualidade. O jovem relata que gosta de ser chamado de Bianca, nome de sua atriz preferida, e reclama que os professores insistem em chamá-lo de José Ricardo. Bianca, no final do “filmete”, assume sua opção sexual e afirma ter superado o “bullying” provocado pelo comportamento homofóbico na escola.
Na versão feminina o material mostra duas meninas namorando. André Lázaro, secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, afirmou, durante a audiência na Câmara dos Deputados, que o Ministério teve dificuldades em decidir se mantinha ou não o beijo gay do filme. “Nós ficamos três meses discutindo um beijo lésbico na boca, até onde entrava a língua. Acabamos cortando o beijo”.
O deputado Jair Bolsonaro foi o primeiro membro da Câmara a reagir corajosa e veementemente contra o vergonhoso “kit”. A decisão do governo de implantar o “kit” sofreu mudanças bastante radicais depois do caso Palocci e foi usado como moeda de troca na tentativa de proteger seu ministro. A própria presidente foi à luta tentando barganhar e ganhar a simpatia da bancada evangélica que ameaçou radicalizar sua postura caso o governo não voltasse atrás.
O governo defende a educação e também a luta contra práticas homofóbicas (...). No entanto, não vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer propaganda de opções sexuais, nem de nenhuma forma nós podemos interferir na vida privada das pessoas. (...) Agora, o governo pode, sim, fazer uma educação de que é necessário respeitar a diferença e que você não pode exercer práticas violentas contra aqueles que são diferentes de você isso eu não concordo com o kit. Um pedaço que eu vi na televisão, passado por vocês, eu não concordo com ele. Agora, esta é uma questão que o governo vai revisar. Não haverá autorização para esse tipo de política, de defesa de A, B, C ou D. Agora, nós lutamos contra a homofobia. (Dilma Roussef)
– Blog e Livro
Os artigos relativos ao “Projeto–Aventura Desafiando o Rio–Mar”, Descendo o Solimões (2008/2009), Descendo o Rio Negro (2009/2010), Descendo o Amazonas I (2010/2011), e da “Travessia da Laguna dos Patos I (2010), estão reproduzidos, na íntegra, ricamente ilustrados, no Blog http://desafiandooriomar.blogspot.com.
O livro “Desafiando o Rio–Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre. Pode ainda ser adquirido através do e–mail: hiramrsilva@gmail.com.
Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&dq=%22hiram+reis+e+silva%22&source=gbs_navlinks_s.
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar (IDMM); Vice Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - RS (AHIMTB); Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
Blog: http://desafiandooriomar.blogspot.com
E–mail: hiramrs@terra.com.br
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