Por João Bosco Leal
Quando deitados podemos nos levantar devagar, virando de lado, sentando, ficando de quatro, e alternando posições até que tenhamos ficado eretos, ou podemos nos levantar de um único salto.
Com a idade aprendemos que devemos nos levantar mais lentamente, até espreguiçando antes, pois os movimentos bruscos podem provocar mal jeito e dores.
Em detalhes simples como este, hoje percebo claramente que em todas as situações que me ocorreram durante a vida, de lazer ou de trabalho, em momentos de tristeza ou de alegria, sempre foi possível reagir ou decidir de modo diferente do que fiz. Por minha opção, certa ou errada, reagi desta ou daquela maneira, tomei esta ou aquela decisão, mas as escolhas sempre foram possíveis.
As alternativas se apresentam em caminhos mais fáceis ou mais difíceis, mais lentos ou mais rápidos, dentro ou fora da lei. As escolhas são de cada um, que no futuro serão os únicos responsáveis pelas consequências destas.
Permanecer sentado após um simples tombo numa partida de futebol, olhando para um lado e outro, como sem saber o que fazer, só o fará perder o jogo. Enquanto está sentado, seu oponente se aproxima do gol. Não há outra alternativa. Não se pode abandonar o jogo. Caiu, precisa levantar e continuar jogando.
Enquanto caímos brincando, existem pessoas que tomam tombos muito maiores, físicos ou emocionais, se machucam muito, mas nem por isso deixam de viver, de lutar.
Não é necessário abaixar muito o olhar para perceber quantas pessoas estão em situações mais difíceis e complexas que a sua, mas nem por isso estão olhando para trás ou para os lados, olham para a frente e seguem.
Essa semana recebi um vídeo de um jovem chinês que sem os braços, tocava piano com os pés. Fazia isso com tanta perfeição, que o público e os jurados do concurso que participava choraram ao ver sua apresentação. Questionado sobre o que o levou a tocar com os pés e como começou, ele respondeu: 'Eu queria, e se eu quero, eu posso'.
Outro vídeo mostrava a entrevista de uma senhora, agora já avó, que havia se tornado a primeira índia tenente do exército brasileiro. Em um de seus relatos ela contava que ao sair de casa um dia bem cedo, para caminhar fazendo exercícios, foi perseguida. Como não conseguiu correr o suficiente para fugir, chegou a ser agarrada por um tarado que só a deixou porque outro homem passava e a salvou.
No dia seguinte, às cinco e meia da manhã ela estava novamente na rua, mas agora treinando correr, o que nunca havia feito, e em três meses já corria profissionalmente, representando um clube, e com patrocinadores.
Enquanto muitos reclamam, algumas pessoas buscam encontrar, em suas dificuldades, uma saída para uma vida diferente, onde ainda poderão enfrentar problemas, mas não mais aqueles que já foram superados.
Se seu propósito for o de vencer os obstáculos apresentados, sejam físicos, emocionais, financeiros, ou de qualquer outra ordem, logo encontrará uma saída, que o levará a um ponto antes não imaginado possível, que só se tornou visível e real exatamente porque o obstáculo apresentado o obrigou a buscar alternativas.
As facilidades e as repetições diárias nos impedem de pensar, buscar alternativas, mas as dificuldades nos ajudam, fazem crescer e sem elas ficamos como e onde estamos.
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