sábado, 28 de julho de 2012

COM REVERÊNCIA E COMOÇÃO, CORINTHIANS INAUGURA BUSTO DE SÓCRATES

A viúva do jogador, Kátia Bagnarelli, e presidente do Corinthians, Mário Gobbi, se emocionaram no evento
Foto: Léo Pinheiro/Terra
Líder de uma geração e um dos maiores ídolos do Corinthians, o jogador Sócrates foi eternizado na manhã deste sábado ao receber um busto no Parque São Jorge. A homenagem contou com a participação de torcedores, dirigentes, familiares e amigos do atleta, morto em dezembro do ano passado. A estátua faz referência à forma como o jogador comemorava seus gols: com o punho fechado e o braço direito erguido.
Confeccionada pela escultora Nadja Venezian (americana radicada no Brasil há 30 anos) a partir de fotografias e vídeos, a obra tem uma marca característica de Sócrates: o punho direito cerrado e para o alto, como ele fazia nas comemorações de gol - pelo Corinthians, foram 172 em 298 jogos disputados.
Sócrates é considerado um dos maiores ícones da história do clube. Além dos seus feitos dentro de campo, ele liderou um movimento chamado de Democracia Corintiana, que buscava aumentar os direitos dos atletas dentro do clube. O jogador defendeu a camisa alvinegra entre 1978 e 1983, quando conquistou os Campeonatos Paulistas de 79, 82 e 83.
"Foi o maior que vi jogar na minha vida, o mais inteligente de todos os jogadores. Chegou um momento em que eu já não ia mais ver os jogos do Corinthians, mas sim a obra de arte do Sócrates. Com inteligência e os recursos que tinha, ele supria a carência de preparação física, pois não teve base por cursar Medicina", disse Mário Gobbi.
"O Sócrates amava o futebol, pensava em pontos importantes do futebol e do Brasil. Foi um cidadão que lutou por democracia. Ele está muito além de um jogador de futebol. Hoje estamos dando reconhecimento ao grande mito que ele foi. Tudo que se falar sobre ele será pequeno perto do que ele foi", completou o presidente.
A justa homenagem no Parque São Jorge foi marcada pela comoção e reverência dos torcedores presentes, que exibiam com orgulho a bandeira do time e a foto ou camisa do eterno craque corintiano. O presidente Mário Gobbi e a viúva de Sócrates, Kátia Bagnarelli, participaram do evento, que contou com uma missa e a benção de um padre no busto do jogador.
Sócrates morreu no dia 4 de dezembro de 2011, data em que o Corinthians consagrou-se pentacampeão Brasileiro. O sentimento do jogador pelo clube foi descrito em uma placa que acompanha o busto, na qual, com suas palavras, o ídolo define que os corintianos formam "uma gigantesca rede de genomas humanos com o mesmo DNA".
Para Sócrates, "jogar no Corinthians é como ser convocado para a guerra irracional e jamais duvidar de que ela é a mais importante de todas as que existiram. É ser sempre chamado a pensar como Marx, lutar como Napoleão, rezar como Dalai-Lama, doar a vida a uma causa como Mandela e chorar como criança...".
Vida no esporte
Nascido em Belém no dia 19 de fevereiro de 1954, Sócrates ganhou esse nome porque ser pai era apaixonado por literatura e estava lendo a obra "A República de Platão". Homônimo ao filósofo grego, o jogador parece ter sido predestinado a aliar a inteligência com o vigor físico.
Revelado nas categorias de base do Botafogo-SP, iniciou a carreira no futebol com 16 anos e, no ano seguinte, ingressou na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo. Depois de se destacar pelo time do interior, foi contratado pelo Corinthians em 1978, onde jogou a maior parte de sua carreira e se consagrou como ídolo do clube.
Sócrates ainda atuou na Fiorentina, Flamengo e Santos, onde encerrou a carreira. O jogador ainda se arriscou na função de treinador, onde também começou no Botafogo-SP em 1990. Ele ainda teve mais duas experiências na LDU, do equador, e na Cabo-friense, do Rio de Janeiro.
Com informações da Gazeta Esportiva
Fonte: Terra

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