Mas o vício é assim mesmo: a gente nem percebe sua existência, e é por isso que ele, ao contrário de tudo na natureza, nasce, cresce, se reproduz e não morre.
terça-feira, 10 de julho de 2012
O VÍCIO TAMBÉM PODE SER UMA ESCADA PARA A LUZ
Qual o seu vício?
Antes de dizer que não fuma, não bebe ou não usa drogas, graças a Deus, atente para o fato de que é praticamente impossível uma vida sem vícios... ao menos para gente, digamos assim, como a gente: feita de carne, osso e muitas fraquezas.
Os vícios estão por toda parte, são uma praga. Tenho um amigo, por exemplo, cristão fervorosíssimo, que é viciado na palavra “inferno”. Em cinco minutos de conversa, ele manda meia-dúzia de “infernos” no ouvido do interlocutor. Dia desses, incomodada com o lance, perguntei se ele se dava conta da situação.
- Eu?! Imagina se vou ficar falando uma palavra baixo-astral dessas!
Mas o vício é assim mesmo: a gente nem percebe sua existência, e é por isso que ele, ao contrário de tudo na natureza, nasce, cresce, se reproduz e não morre.
Mas o vício é assim mesmo: a gente nem percebe sua existência, e é por isso que ele, ao contrário de tudo na natureza, nasce, cresce, se reproduz e não morre.
Curar-se de um mal hábito exige muita força de vontade e vigilância ferrenha, talvez porque o ser humano tenha realmente uma natural tendência para o erro. Imagino que, para ser compensado, tenha recebido o dom da consciência... e é aí que está toda a diferença: se é que temos um leme para levar a vida, ele é justamente a consciência. Afinal, como buscar o autoconhecimento e a autocorreção se não for através dela?
Somente a partir do seu olhar sem paixão sobre si mesmo é que você poderá enxergar onde tropeça. Quer ver só?
É praticamente impossível passarmos um diazinho, entre os sete da semana, fazendo um bom jejum de vícios, porque está por aí, por toda parte, uma variada oferta deles, e para qualquer situação: as mentirinhas “sem importância”... a fofoquinha “boba”... a crítica destrutiva... a reclamação... os palavrões, tão banalizados... a gula... o consumismo... a agressividade... e vou parando por aqui para economizar tempo e espaço.
Perdidos entre nossos gestos automáticos do cotidiano, estes comportamentos venenosos fazem tanto mal à vida quanto a nicotina e o álcool, porque também destroem amizades, amores, esperanças e oportunidades, além de semearem a discórdia, a tristeza e a solidão.
Pense bem antes de dizer, de agora em diante, que não tem vício nenhum. Eles estão colados ao comportamento humano, invisíveis e silenciosos... mas podem ser vencidos só com um pouquinho de esforço e atenção. Chego a pensar que foram criados, inclusive, para isso mesmo: um exercício a mais para os homens de boa-vontade. (Fernanda Dannemann).
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