Ele foi o líder dos 79 agricultores, que unidos pelo mesmo ideal e com fé na solidariedade entre os homens, em 28 de novembro de 1970, portanto, há exatos 40 anos, fundaram a Coamo, então com a razão social Cooperativa Agropecuária Mourãoense Ltda, e atualmente Coamo Agroindustrial Cooperativa, tendo o nome Coamo como marca e não mais como sigla.
(Na imagem acima de Valter Pereira, do jornal Tribuna, Dr. Aroldo com exemplar do livro "Coamo 40 anos" lançado no dia 26 de novembro de 2010, integrando a programação comemorativa dos 40 anos da cooperativa.)
Uma leitura aprazível que mostrará um pouco da trajetória e da história bem sucedidada deste cidadão abençoado que comanda aquela que é um dos orgulhos e ponto de referência de Campo Mourão e de dezenas de cidades do Paraná, Santa Catarina e do Mato Grosso do Sul. Ótima leitura, excelente final de semana.
- Sou catarinense de Brusque, nasci em 3 de maio de 1941.
Sou filho de Luiz Henrique Gallassini e Otília Gamba Gallassini, e de um família de 12 filhos.
Na foto, Dr. Aroldo com sua esposa Marli, sua irmã Ivonete e sua mãe Otília.
Meu avô Estevão, italiano, emigrou para Santa Catarina, estabelecendo-se em Nova Trento, uma região de topografia parecida com a da Itália e depois de alguns anos, mudou para Brusque.
Meu pai tinha fábrica de móveis, na época bem famosa. Eu sou o sexto filho, nasci canhoteiro, o que naquela época era considerado defeito. O meu pai amarrava a minha mão esquerda atrás para que escrevesse com a mão direita, por isso é que escrevo com a mão direita e com isso, tive um problema no aprendizado e perdi um ano.
Sou casado com Marli Pereira Gallassini há 41 anos, tenho duas filhas Lenara Letícia, psicóloga e Larissa Lorena, cirurgiã dentista e casada com Amir Limana.
Foi batizada de Colônia do Itajahy. Nos próximos anos, novos grupos de alemães chegaram ao município. Em 17 de janeiro de 1890, a cidade foi batizada de Brusque, em homenagem a Francisco Carlos de Araújo Brusque, presidente da província de Santa Catarina na época da fundação da colônia, gaúcho nascido em Porto Alegre em 24 de maio de 1822. A cidade herdou as características alemãs de seus colonizadores: na arquitetura, na comida, nas festas populares, etc. Entretanto, outros povos legaram contribuições étnicas às levas de germânicos. Em 10 de março de 1867, chegaram os primeiros colonos de língua inglesa, especialmente os irlandeses e os britânicos. A colônia recebeu mais de 1.500 colonos vindos da Europa e dos Estados Unidos, fugindo da guerra de Secessão. Depois, em 1875 chegaram os primeiros imigrantes italianospoloneses. Os polacos trouxeram consigo técnicas de tecelagem, e fábricas foram fundadas na cidade.
O Santuário de Azambuja é procurado por milhares de devotos todos os anos. A devoção é originária de Caravaggio, norte da Itália, trazida para Brusque pelos imigrantes italianos em 1875 que ali se firmaram.
COMO FOI A SUA INFÂNCIA E A BUSCA PELOS PRIMEIROS EMPREGOS?
A situação mudou quando o Colégio Cônsul Carlos Renaux abriu um curso, possibilitando que fizesse o “Ginásio”. Comecei a estudar com o seguinte pensamento: entre ser pobre e ser rico, não ter nada e ter alguma coisa, o caminho mais certo seria estudar. (Na imagem, a sede do Paço Municipal em Brusque.)
COMO O SENHOR TEVE CONTATO COM A AGRICULTURA? - Quando chegou a época de servir ao exército, aos 18 anos, pedi demissão na Renaux e disse ao seu pai que iria a Curitiba servir ao exército e fazer agronomia. Eu comecei a gostar da agricultura por influência do meu avô materno Estevão Gamba, que era agricultor. Como freqüentava a casa dos meus tios e avós, aprendi a ter contato com as coisas da agricultura, de horta e pesca.
FOI FÁCIL A DECISÃO DE SE MUDAR PARA CURITIBA? E COMO SURGIRAM OS PRIMEIROS EMPREGOS NA CAPITAL DO PARANÁ?
Assim mesmo, me disseram que não podiam prescindir de mim e me permitiram estudar e cumprir minhas funções umas horas de manhã, umas horas de meio-dia e umas horas de noite. O banco foi vendido para o Moreira Sales, assumindo novos executivos, que estranharam os horários fora do padrão que eu cumpria e logo perguntaram: “Quem é esse piá aí com a pastinha de Agronomia, que sai a hora que quer e entra a hora que quer?” Então me chamaram eu me desliguei da empresa.
Assim, no último ano da faculdade de Agronomia já não era possível trabalhar e fui gastando o dinheiro que tinha economizado, até que acabou. Eu terminei a faculdade de Agronomia e fui a São Paulo fazer um estágio em máquinas agrícolas no DEMA, em Franca (SP), que era o Departamento Estadual do Ministério da Agricultura de São Paulo. Lá ganhei uns bons trocados, mas andei gastando todo o dinheiro que tinha. Sempre trabalhando, sempre tentando. Não peguei um tostão dos meus pais, pois a família era grande.
QUANDO O SENHOR SE FORMOU EM AGRONOMIA E COMO FOI OS PRIMEIROS PASSOS NESTA ÁREA?
O SENHOR JÁ SÁBIA QUE VIRIA TRABALHAR EM CAMPO MOURÃO?
- Não, estava destinado para trabalhar em Imbituva, isto numa sexta-feira, porém não concordei, aí na segunda-feira abriu uma vaga em Campo Mourão, cidade que até então nunca tinha ouvido falar. Vim, gostei e aqui criei minha família e me realizei profissionalmente. Aceitei o desafio, parece que foi ontem, mas já se passaram 42 anos.
O SENHOR TINHA CONHECIMENTO DE COOPERATIVISMO?
- Na Acarpa, fiz vários treinamentos e obtive noções mais concretas sobre cooperativismo, através de instrutores e profissionais que atuavam na extensão rural. Fazíamos grupos de trabalho e montávamos cooperativas simbólicas, eu conhecia uma cooperativa pequena entre Brusque e Itajaí, que sempre achei interessante. E depois, no estágio em Imbituva, fui a Irati, onde conheci uma cooperativa de erva-mate.
QUAIS FORAM OS PRIMEIROS TRABALHOS EM CAMPO MOURÃO?
COMO ACONTECEU A FUNDAÇÃO DA COAMO?
- Iniciamos o trabalho no dia 09 de dezembro de 1969, durante um treinamento para líderes rurais – homens e mulheres – no Clube Mourãoense, aqui em Campo Mourão. E ali foi escolhido um grupo para discutir cooperativismo e a ideia foi muito bem recebida, tanto que no encerramento do evento, Horácio Amaral, prefeito de Campo Mourão, disse em seu discurso que doaria um terreno caso fosse fundada uma cooperativa. Realizamos onze reuniões em diversas comunidades e a última reunião aconteceu no Clube Mourãoense.
E A ESCOLHA DO PRESIDENTE, COMO ACONTECEU?
COMO O SENHOR RECEBEU ESTA POSIÇÃO DO “SEO” FERRI?
- Para mim foi o início da realização de um grande sonho que tive, pois contando com o apoio daqueles produtores que compartilhavam com minhas ideias, pude realmente sentir o significado dessa frase: “Um sonho que se sonha a sós, nada mais é do que um sonho. Mas um sonho que se sonha a dois é o começo de uma realidade”. O “seo” Ferri ficou presidente da fundação em 28 de novembro de 1970 até novembro de 1974, quando veio a falecer. Na sequência, fui eleito presidente presidente em janeiro de 1975 e estou na presidência da Coamo graças a confiança dos associados há 35 anos.
COMO FOI O CRESCIMENTO DESTE SONHO CHAMADO COAMO?
- Há 40 anos, nasceu a Coamo com 78 agricultores fundadores e como tudo neste mundo, ela também nasceu pequena e precisou de muitos cuidados por parte da administração, muito apoio dos seus cooperados e muita dedicação por parte dos funcionários. Com a união, o trabalho e a harmonia dos cooperados, diretores e funcionários, com objetivos claros e vontade de vencer, vejo com muita satisfação, alegria e orgulho a Coamo como está hoje, sendo uma cooperativa sólida, segura, forte, bem estruturada que apóia os seus cooperados o ano todo com benefícios que vão desde a escolha e o fornecimento dos insumos, o trabalho de planejamento e assistência técnica, do plantio à colheita, recebimento, armazenagem, comercialização e industrialização da produção.
COM ESTE SONHO RELIZADO O QUE MAIS ORGULHA O SENHOR?
QUAL É O SENTIDO DE TER CONSTRUÍDO UMA COOPERATIVA FORTE DURANTE ESSES 40 ANOS?
- A resposta está nos trabalhos que, em conjunto estamos desenvolvendo. Todos os nossos cooperados estão plantando, independentemente de contar ou não com financiamento agrícola oficial. A Coamo está presente, junto com seu cooperado, dando-lhe todo apoio, seja no fornecimento de insumos de primeira qualidade, na assistência técnica agronômica, na assistência financeira ou na comercialização de sua safra.
Tive a honra e a graça divina de poder vivê-la passo a passo, porque dela fiz parte, porque esta história faz parte de minha vida. E neste 28 de novembro de 2010 temos a honra e a graça de Deus de comemorar juntos os 40 anos de fundação de nossa Coamo.
QUAL O SEU ESPORTE PREFERIDO, O TIME DO CORAÇÃO E O ÍDOLO DESTE TIME?
QUAIS SÃO OS LEGADOS QUE CADA UM DEVE TIRAR DO TRABALHO DE CADA DIA?
- As coisas devem ser feitas da melhor maneira possível e cada um deve dar o máximo de si, não importando se em tarefa simples ou complexa. "O trabalho é o tempero da vida, sem ele, as coisas não possuem sabor e tudo se torna amargo. É como saborear uma fruta que ainda não amadureceu. Considere sempre seu trabalho como o mais importante do mundo. E ele realmente o é, conscientize-se disto. Não importa que seja simples, mas cumpra-o com amor. Agindo assim, nada o deterá e os mais altos patamares da vida o esperarão”, como escrito em trecho da obra “Momentos a sós”, de Iran Ibrahim Jacob.
UM EXEMPLO:
- Muitos, mas o mais me marcou foi à idéia inicial de formar uma cooperativa, um sonho que se tornou realidade.
CITE TRÊS PERSONALIDADES ESPORTIVAS EM CM... - Itamar Tagliari, Gilmar Fuzeto e Sérgio Ueda.
CITE TRÊS PERSONALIDADES MOURÃOENSES...
- Milton Luiz Pereira, Nelson Teodoro de Oliveira e Dr. Rui Antonio Cruz.
Em 05 de novembro deste ano, o Rotary Club Campo Mourão prestou homenagem ao Dr. Aroldo, ou simplesmente Companheiro Gallassini como gosta de ser chamado no meio rotaário. A honraria foi conferida pelos relevantes serviços prestados como empresário, durante os 40 anos à frente da Coamo e relevantes serviços prestado a comunidade, como membro do Rotary Club Campo Mourão. Entre vários gargos que ocupou no Rotary, Gallassini foi presidente do Rotary clube Campo Mourão gestão 77/78.
E também o Distrito 4630 prestou homenagem ao cidadão Gallassini este ano por ocasião da Conferência Distrital em Cianorte.
CAMPO MOURÃO DO FUTURO SERÁ...
- Uma cidade de porte médio bem estruturada com bons serviços nas áreas de saúde, segurança, enfim, uma cidade boa de se viver.
A COAMO DO FUTURO SERÁ...
- A Coamo é uma empresa jovem e está preparada para os desafios do presente e ta,bem do futuro. Para alcançar esses objetivos buscamos sempre a excelência empresarial, sendo muito importante a garra, o talento, a dedicação e o profissionalismo dos nossos mais de 5 mil funcionários para atender os mais de 22 mil cooperados.
O QUE ESPERAR DO GOVERNO DE DILMA ROUSSEF? E DE BETO RICHA, NO PARANÁ?
QUAL O SENTIMENTO DO SENHOR DE RECEBER ESTA HOMENAGEM NA ENTREVISTA DE DOMINGO?
QUAL O RECADO FINAL PARA OS LEITORES?
- A família é a coisa mais importante que temos, deve ser a razão da nossa vida. Nada é mais importante que a família. O melhor nas pessoas são os valores de honestidade, capacidade e dedicação, e o pior é a desonestidade, a preguiça e a falta de perseverança. Se fossemos perfeitos não estaríamos ainda aqui cumprindo nossa missão na vida terrena. A perfeição é um trabalho longo e árduo que ainda precisa ser concluído.
(Na imagem, Dr. Aroldo estrelando peça publicitária da Bolsa de Chiacago (CME) em material produzido em São Paulo e que desde o ano passado vem sendo destaque nos principais jornais de Economia do Brasil, dos EUA, da Europa e da Ásia.)
Fonte: Arquivo de família, Assessoria de Imprensa Coamo, Prefeitura de Brusque (SC), jornal Tribuna do Interior, Rotary Clube Campo Mourão.
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