Por João Bosco Leal
Soube pela imprensa que a candidatura do palhaço Tiririca foi uma armação de um marqueteiro contratado por alguns políticos que não teriam chance de se reeleger, principalmente em decorrência de seus passados políticos.
É lamentável que a atual legislação político partidária vigente no país não disponha de regras que impeçam tais artimanhas e, pelo que se percebe, não possuirá tão em breve, pois são esses próprios deputados que teriam que alterar a legislação, e não creio que esse tipo de gente, capaz de planejar uma candidatura dessas para ser reeleito, tenha hombridade suficiente para impedir legalmente que isso volte a ocorrer.
É gente que não se importa nem um pouco com o país, mas somente com os próprios bolsos, como alguns dos participantes daquele vergonhoso caso popularmente conhecido como "mensalão do PT", agora reeleitos às custas de palhaçadas e de palhaços como o Tiririca, que inocentemente cai numa arapuca dessas sem sequer saber onde nem com quem está entrando.
Depois ocorreu também o chamado "mensalão do DEM" em Brasília, com o envolvimento de praticamente todos os outros partidos políticos do país, principalmente os de maior expressão. Foram porém, alguns dos envolvidos no "mensalão do PT" que, juntamente com seu marqueteiro, armaram a candidatura do palhaço Tiririca.
A corrupção no país se disseminou de tal forma que temos visto denúncias e até prisões em todos os poderes legalmente constituídos no país, os Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo. Envolvendo juízes, vendas de sentenças, governadores, como o do Distrito Federal, diversos senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, vereadores e até a recém denunciada e exonerada Ministra da Casa Civil da Presidência da República. E não pára aí, denúncias continuam surgindo em diversas partes do país.
Após as eleições, o Ministério Público ofereceu denúncia de falsidade ideológica contra o palhaço Tiririca, e, se comprovada, provavelmente ele nem tomará posse, e ainda responderá processo por esse crime. Entretanto, os mensaleiros, que planejaram sua candidatura para se eleger e assim conseguiram, não perderão o mandato nem responderão a processo algum.
Conversando outro dia sobre isso com meu filho, ouvi dele, um advogado, que seria bom, porém, se isso não se comprovasse, para que aqueles que se elegeram às custas dele, e toda a Câmara Federal, tivessem, por quatro anos, o Tiririca a seu lado, discutindo leis que regerão a sociedade brasileira.
O mesmo Tiririca que, em sua campanha, a mando do marqueteiro desses mensaleiros, dizia: "você sabe o que faz um deputado? Nem eu, mas vote em mim que eu te conto", ou ainda: "vote em Tiririca, pior do que está não fica". E a população brasileira, sentindo-se humilhada com tal realidade, votou mesmo, em massa, no palhaço que dizia que "pior do que está não fica".
Num primeiro momento, pensei que ele estava errado, mas, posteriormente, pensando sobre o assunto, dei-lhe razão. Lugar de palhaço é no circo e, infelizmente, todo o nosso Congresso Nacional é um circo, não aquele que conhecemos, de diversão, mas um circo repleto de corruptos, mensaleiros, patrocinadores da geração de empregos fantasmas, atos secretos e tantas outros crimes e palhaçadas, como as que a imprensa tem divulgado ultimamente e que só envergonham o país.
Assim, com tantas palhaçadas promovidas pelo Congresso Nacional, nada mais justo que, ao lado dos palhaços e criminosos que lá estão - alguns com suas candidaturas à reeleição impedidas pela Justiça -, participe também outro palhaço, o Tiririca, que, pelo menos foi honesto ao dizer que nem sabia o que um deputado faz e que pior do que está não ficará. Um protesto de mais de 1,3 milhão de eleitores.
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