Por João Bosco Leal
Tenho observado a política externa do governo Lula, procurando encontrar alguma lógica em suas atitudes, como montar uma embaixada brasileira em Tuvalu, ou a aproximação com o radical Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, e a defesa do programa nuclear deste, contra praticamente todos os países do mundo.
Atitudes como a revisão tarifária do Tratado de Itaipú; a construção de novas e mais modernas pistas e saguão de embarque e desembarque de passageiros de um aeroporto em Havana, Cuba; a aceitação pacífica da perda dos poços de gás construídos pela Petrobrás na Bolívia e a revisão de itens estipulados em contratos ainda vigentes com esse país para a aquisição de gás, obrigando o Brasil ao pagamento de um determinado volume de gás, consumindo ou não esse volume, além de um valor bem superior a ser pago pelo metro cúbico deste; mostram não a negociação entre países, mas a "doação" do Brasil a países governados por "companheiros" políticos.
A economia brasileira passa por uma encruzilhada no mundo globalizado atual. Os ministros da área econômica dizem que não podemos crescer a taxas superiores a 5,5% ao ano, por não possuirmos infraestrutura para tanto, nem recursos para os investimentos necessários na construção, ampliação e modernização de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, e tampouco para novas fontes de produção e distribuição de energia, hoje os verdadeiros gargalos de nosso desenvolvimento, além desse crescimento gerar excesso de consumo e consequente inflação.
O financiamento pelo BNDES de obras no exterior, mesmo quando realizadas por empresas brasileiras, também é uma atitude questionável desse governo, pois como o próprio nome diz, esse deveria ser o Banco "Nacional" de Desenvolvimento Econômico e Social, um banco de fomento "nacional", aqui financiando o desenvolvimento, a infraestrutura e a geração de empregos.
Financiamentos pelo BNDES de obras no exterior são frequentemente divulgados, como os já citados, além da construção de uma rede de transmissão de energia ligando Itaipu a Assunção, no Paraguai, e de um gasoduto entre a Venezuela e o Brasil, para que possamos também adquirir gás de outro querido "companheiro", Hugo Chávez.
Se nosso gargalo é infraestrutura e energia, qual a explicação plausível para que financiemos isso em outros países, ao invés de financiar, no próprio Brasil, a construção de novas hidrelétricas e redes de transmissão de energia? Qual o motivo de não investirmos mais na prospecção e transporte, por gasodutos, de nossas próprias e suficientes já descobertas reservas de gás? Como falta dinheiro para obras internas se podemos financiá-las no exterior? Que interesses são esses?
Como fazer caridade para outros países se não conseguimos sequer evitar que nossos irmãos brasileiros sejam soterrados quando chove, por morarem sobre antigos lixões, ou tenham suas casas alagadas por residirem em barracos instalados em locais impróprios para a construção, mas é o que e onde podem fazer, pois o governo não tem um programa habitacional e financiamentos que os atendam em quantidade suficiente, e os deixa morrer nas filas de hospitais por não possuir os investimentos necessários para a saúde pública?
Os democratas, patriotas e capitalistas realmente não entendem e jamais entenderão o raciocínio dos socialistas, que é, como o próprio nome já diz, o da socialização, divisão de tudo, mesmo do que não se dispõe. Nivela-se tudo por baixo, na pobreza, pois é impossível fazer com que todos sejam ricos, patrões, donos de banco.
Se essa fosse a realidade, ninguém necessitaria do banco alheio, por possuir o próprio, e não teria dinheiro para nele guardar, por não possuir quem lhe pague por um serviço que não haveria prestado, pois é o próprio patrão.
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