Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS
“No caso, se erro houvesse (e não há) em ‘presidenta’, seria de significado ou semântica, porque ‘presidenta’ se encontra há muito dicionarizada.
Mas pra quê se importar com tais ninharias,
quando o objetivo é jogar ‘ortografia’ no ventilador?”
(Eliakim Araujo)
No meu artigo, “Presidenta Dilma”, cumprimentei a nova chefe do Poder Executivo afirmando que a partir de agora as divergências deveriam ser colocadas de lado, sem abandonar as críticas construtivas, de apontar equívocos ou desvios de conduta.
Afirmei ainda que iria torcer, rezar mesmo, para que as primeiras palavras da nova “presidenta” do Brasil não ficassem apenas no discurso. Por incrível que pareça o que mais chamou a atenção dos leitores em geral, foi o termo “presidenta” e não o conteúdo do texto. Fiz questão de assim designá-la porque em seu primeiro discurso depois de eleita Dilma referiu-se a si mesma, por mais de uma vez, como “presidenta”. A língua portuguesa prevê o feminino do vocábulo e a opção de ser chamada de presidente ou “presidenta” pelos órgãos oficiais e pela mídia em geral é prerrogativa de quem exerce o cargo. Os dicionários Aurélio, Mirador e Houaiss recomendam o uso de presidenta como feminino de presidente.
- Apenas uma questão de opção
O professor Pasquale Cipro Neto prefere usar “presidente Dilma”, afirmando que normalmente as palavras que terminam “nte” não têm variação. “O que identifica o gênero é o artigo que o precede, como o gerente, a gerente, o pedinte, a pedinte”.
A professora baiana Nadegda Kochergin discorda de Pasquale e afirma: “Presidenta é melhor porque deixa claro ser uma mulher e a questão de gênero, agora para o Brasil, vai tomar um novo fôlego”. Nadegda afirma que é desta maneira que vai orientar a seus 2,6 mil alunos.
A professora de português, Maria Cristina Vidal ensina a seus alunos escreverem “a presidente” porque “a presidenta não soa bem”. Cristina comenta, ainda, que existe o termo “gerenta”, mas ninguém o usa, assim como nas Forças Armadas, igualmente, não se usa soldada, nem capitã.
A presidenta Cristina Kirchner, da Argentina, declarava sua preferência desde a campanha presidencial: “Presidenta! Comecem a se acostumar. Presidentaaa... e não presidente!”. Cristina fazia questão de enfrentar os tradicionais machistas argentinos.
Indira Ghandi, primeira-ministra na Índia em duas oportunidades aceitou ser chamada, inicialmente, de “o primeiro-ministro”, mais tarde passou a exigir que a chamassem de “a primeiro-ministro”, e finalmente “a primeira-ministra”.
Domingos Paschoal Cegalla, assevera que presidenta “é a forma dicionarizada e correta” e Cândido de Oliveira pondera ser “de bom senso gramatical” que os nomes terminados em “nte” tenham flexão.
A consultora em Língua Portuguesa Zeila Abdalla é taxativa, os substantivos “presidente” ou “presidenta” estão corretos e devem ser padronizados de acordo com a preferência de Dilma Rousseff. “Assim como existe governador com o feminino governadora, o mesmo serve para presidente e presidenta”.
- Dicionário Aurélio
Presidenta – Mulher que preside.
- Dicionário Mirador
Presidente - (...) 1. Título oficial do chefe do Poder Executivo e comandante de todas as forças armadas de um país. (...) Feminino: presidenta.
- Dicionário Houaiss
Presidenta (...) 1. (...) mulher que se elege para a presidência de um país.
- Dicionário Priberam
Presidenta (feminino de presidente) - Mulher que preside.
- Dicionário Michaelis
Presidenta (fem. de presidente) – (...) 2. Mulher que preside.
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
E–mail: hiramrs@terra.com.br
Imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga).
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