Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS
“Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam”.
(Henry Ford)
A mídia amestrada e o INEP, sugestiva abreviatura que materializa na sua sigla a total INÉPcia do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, relatam apenas problemas de erros de impressão num dos cadernos das provas realizadas no dia seis de novembro. A quebra de sigilo sobre o tema da redação só veio a público graças à coragem e a determinação de jornais independentes como o Estadão. Até quando os estudantes brasileiros serão enganados por exames cujas autoridades se mostram totalmente incapazes de garantir o sigilo. O ENEM, uma iniciativa extremamente válida, vem acumulando desde a sua criação, uma sucessão de vazamentos e falhas que expõem ao Brasil e ao mundo a incompetência e a falta de ética de uma sociedade e de um governo que perderam, há muito, a noção do dever, da dedicação e da honra.
Pais corruptos, omissos e coniventes ao justificar suas violações ou a de seus filhos, expõem as vísceras de uma coletividade enferma. As agressões gratuitas promovidas, em São Paulo, por jovens da classe média alta chocaram o país. A cena da desvairada e irresponsável mãe justificando a atitude de seu “filhinho”, que atacou um rapaz com lâmpadas fluorescentes, estarreceram e revoltaram a todos os cidadãos de bem do país. A falta de limites e a certeza de impunidade de quem pode contar com bons advogados são responsáveis pela virulenta falta de consciência e responsabilidade que se alastra por nossa pobre nação.
O ‘TER’, hoje, tornou-se mais importante do que o ‘SER’. Muitos desses “deficientes morais” desconhecem a necessidade de se respeitar o próximo e de aprender e amadurecer com as derrotas. Fracassar perante intricados obstáculos tem muito mais valor do que alcançar sucesso frente a vitórias fáceis. O importante não é se chegar ao topo ou alcançar a vitória, mas o que se fez para lá chegar.
Nota do INEPto
O INEPto, em nota oficial, continua insistindo em considerar válidas as provas apesar dos novos fatos.
“O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira comunica que as novas provas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza, para os alunos que foram prejudicados por erros de impressão nas provas realizadas no dia 6 de novembro passado, serão realizadas no próximo dia 15 de dezembro às 13 horas. Informa ainda que segue o trabalho de análise e reanálise das 116.626 atas dos locais de prova, com o objetivo de identificar os estudantes que, por algum motivo, não tenham substituído as provas com problemas de impressão. Foram identificados, até o momento, 2.817 estudantes, menos de 0,1% do total”.
PF Quebra Sigilos e Refaz Roteiro de Vazamento do ENEM
O Estadão - 24 de novembro de 2010.
Candidato de Petrolina (PE) soube do tema da redação pelos pais, de Remanso (BA); a mãe dele trabalhou na aplicação do exame.
“A Polícia Federal (PF) em Juazeiro (BA), a 502 quilômetros de Salvador, quebrou sigilos telefônicos e teve acesso a arquivos de computador para traçar o roteiro do vazamento do tema de apoio à redação do Enem, no dia 7 deste mês. Eram cerca de 10 horas (horário local) quando a professora de Remanso (BA) Marinilde de Brito Affonso, aplicadora do exame para deficientes visuais no Colégio Ruy Barbosa, abriu a remessa de caderno de provas na presença de sete fiscais. A orientação do Inep, órgão responsável pelo Enem, era de que a conferência do material só fosse feita a cinco minutos do início do exame - às 11h55, no horário local. A checagem das provas deveria ser registrada em ata, o que não ocorreu.
No depoimento em que confessou o vazamento, Marinilde disse à PF que ligou para a casa de sua sogra e repassou ao marido, Eduardo Ferreira Affonso, o tema da redação como sendo ‘trabalho e escravidão’. Mas o título era de um texto de apoio, pois o tema efetivo do exame era ‘O trabalho na construção da dignidade humana’. 10h06. Eduardo começa a pesquisar sobre o assunto ‘trabalho e escravidão’ na internet. Às 10h17, ele liga para o filho Eduardo Ferreira Affonso Júnior, de 21 anos, que faria a prova em Petrolina, no sertão do São Francisco, a 769 quilômetros de Recife. O pai explica a Júnior sobre o vazamento do tema sem contar como soube da informação. O relógio marcava por volta de 11h quando Júnior pediu ajuda a professores do cursinho Geo Petrolina Pré-Vestibular para desenvolver a redação caso fosse sobre trabalho e escravidão. Ele disse aos docentes que o tema havia vazado em São Raimundo Nonato (PI) e ele havia sido informado. O boato se espalhou e outros candidatos recorreram aos professores de português Marcos Freire, Ramón Bandeira e Diego Alcântara.
Depois da prova, os professores deram entrevista a emissoras de rádio e televisão locais informando sobre a possibilidade de vazamento. A PF instaurou inquérito e, após dez dias de investigação, concluiu pela culpa do casal Marinilde e Eduardo. Eles foram indiciados por violação de sigilo funcional e podem ser punidos com 6 anos de prisão. O filho teve a prova cancelada pelo MEC”.
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
E–mail: hiramrs@terra.com.br
Imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga).
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