sábado, 6 de novembro de 2010

NOTA DE FALECIMENTO

Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS

“Homens de meu País!

Neste momento eu sou a oferta e a aceitação.

Não sou promessa. Quero ser verdade e confiança, ser a coragem, a humildade, a união. A oferta de meu compromisso ao povo, perante o Congresso de seus representantes, quero-a um ato de reverdecimento democrático. A aceitação da faixa presidencial. Faço-a um auto de justiça e a confissão de minhas crenças”.

(Discurso de posse - Emílio Garrastazu Médici)

Tombam os últimos bastiões, a idade das trevas e da estupidez prevalece, heróis do passado são apresentados aos jovens de hoje como vilões e os discípulos de Lênin, Stalin, Fidel, Che, e outros exterminadores do passado, como heróis. Inúmeros políticos de hoje se autoproclamam democratas quando, na verdade, queriam, no passado, implantar no Brasil doutrinas alienígenas totalitárias submissas a Moscou. A derrocada dos valores, a mentira faz parte do discurso diário das autoridades, apregoam, prometem hoje medidas que serão contrariadas ou mesmo suprimidas amanhã. Que saudades eu tenho das palavras de líderes da estatura de um Castello Branco ou de um Médici.

Ação enérgica contra os bandoleiros

Médici foi inflexível no combate ao terrorismo. A ação conjunta dos órgãos especializados conseguia obter dos terroristas presos, nas operações urbanas, as informações necessárias para prender seus sequazes impedindo novos atentados. A Guerrilha Rural, por sua vez, tinha como objetivo criar, na Amazônia, uma área liberada, similar às que eram controladas pelas FARC, na Colômbia. O General Médici determinou que um batalhão seguisse para Xambioá para enfrentar e derrotar a Guerrilha que atuava na região. A operação foi um sucesso graças à colaboração de guerrilheiros presos.

É sempre bom lembrar as palavras do Presidente Médici dirigindo-se a todos que participavam ativamente no combate às forças que tentavam implantar a ditadura do proletariado no país e que hoje se intitulam de “democratas”.

Homem da Revolução

Emílio Garrastazu Médici

Homem da Revolução, eu a tenho incontestável, e creio no ímpeto renovador e inovador de seus ideais. E, porque a tenho assim, é que a espero mais atuante e progressista. E, depois de aceito o desafio econômico, eis à nossa frente o desafio tecnológico. Homem da Revolução é meu propósito revolucionar a educação, a saúde, a agricultura, para libertar o nosso homem de seus tormentos maiores e integrar multidões ao mundo dos homens válidos. E para isso, convoco a Universidade, chamo a Igreja, aceno à empresa, e brado ao povo para que me ajude a ajudar o homem a ajudar-se a si mesmo.

Nota de Falecimento

Jorge Alberto Forrer Garcia - Coronel da Reserva, Curitiba/PR

Com a entrada no ar, no último dia 3, do novo portal do Exército Brasileiro na Internet, veio a ser definitivamente sepultada a Revolução Democrática de 31 de Março de 1964.

Nos dois únicos locais onde ela podia ser vista naquele site era na sinopse histórica da Força Terrestre e na relação das datas festivas e comemorativas - lá ela já não está mais.

É bem verdade que a coitada já de algum tempo vinha dando sinais de que seria “riscada” da História, a fim de não criar arestas com o poder dominante. Segue agora rumo ao esquecimento, onde se juntará à Intentona Comunista de 1935 e à Guerrilha do Araguaia. Afinal, não passam de apenas “factóides” criados pela mente deturpada de chefes militares da época e pelos quais muitos de nossos irmãos de armas - bestas que foram - cumpriram seu juramento à bandeira, dando a vida em defesa da honra, da integridade e das instituições do Estado Brasileiro.

Não queria crer que fosse simples assim apagar episódios da História Militar brasileira, mas o foi. Lembra aquela conhecida figura de uma cobra, em posição circular, abocanhando o próprio rabo, ou seja, comendo-se a si mesma.

Quero ver agora como é que se vai fazer com a denominação histórica atribuída à 4ª Brigada de Infantaria Motorizada, com sede em Juiz de Fora/MG e que, mediante portaria do Comando da Força - recebe a denominação de “Brigada 31 de Março”.

Outra coisa chatinha de se lidar vai ser com a série de outras denominações relacionadas com personagens que se destacaram na Revolução, como o Marechal Castello Branco, por exemplo, pois há várias homenagens a ele em repartições do Exército e essas honrarias, não obstante ter-se destacado na Força Expedicionária Brasileira (FEB), ele as obteve por sua oportuna intervenção nas ações de preparação e condução da Revolução que ora se quer esquecer. E a ponte Presidente Costa e Silva, a Rio - Niterói? Quando formos perguntados por que ela recebe esse nome diremos o quê? Que é uma homenagem a um militar que deu sua vida por uma revolução que não existiu?

Corrijam-me os companheiros se eu estiver delirando: Não fomos formados todos pensando que o Brasil tinha salvado-se a si mesmo em 1964?

Se a coisa aconteceu assim, quer dizer que fui, por muitos anos, iludido sobre um fato histórico que não aconteceu?

Sendo assim, será que posso acionar a União na Justiça por danos morais devido a ter-me proporcionado uma formação equivocada que hoje me torna um “deslocado” da sociedade politicamente correta?

Sim. Um “deslocado”, pois, a todo ano estarei em algum lugar relembrando as datas de nascimento daquelas senhoras: a Intentona Comunista de 1935, a Revolução Democrática de 1964 e a Guerrilha do Araguaia.

Meus sentimentos às pessoas ligadas às falecidas e que em algum momento deram suas vidas por elas.

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

E–mail: hiramrs@terra.com.br

Imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga).

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