quarta-feira, 10 de agosto de 2011

BOM "NEGÓCIO" O TURISMO. CITY TOUR DA CORRUPÇÃO

Turismo é a parada mais recente da caravana da corrupção, que percorre a Esplanada dos Ministérios exibindo a mais vistosa obra do petismo.
O roteiro de escândalos passou ontem pela terceira pasta do governo Dilma Rousseff, depois de visitas aos Transportes e à Agricultura.
Qual será a próxima atração do city tour?
Nesta terça-feira, a Polícia Federal prendeu 35 de uma lista de 38 denunciados. Tem pessoas de todos os tipos envolvidas, a começar pelo número 2 do ministério, o secretário-executivo Frederico Silva da Costa, cujo currículo é "repleto de denúncias", como mostra O Globo.
Tem também Mário Moysés, ex-ocupante do posto na gestão Marta Suplicy, hoje senadora pelo PT. Ou seja, é gente muito graúda envolvida em roubo de dinheiro público.
O sistema consistia em desviar do ministério recursos destinados a atender emendas ao Orçamento da União apresentadas por parlamentares. O dinheiro era liberado, mas o objeto dos convênios não era executado.
Resultado:
a verba ia parar no bolso dos criminosos. As operações foram realizadas quando a pasta era comandada pelo PT.
Os R$ 4 milhões que serviram de justificativa para a ação executada ontem pela Polícia Federal são fichinha perto do que há de nebuloso na pasta comandada por Pedro Novais, ministro que se notabilizou por ter pago diárias de motel com verba pública.
Desde o governo Lula, o Ministério do Turismo virou uma espécie de "paraíso" dos parlamentares aliados e passou a ser a área que mais emendas recebe no Orçamento.
De 2006 a 2010, o montante em emendas destinada ao Turismo saltou de R$ 292,8 milhões para R$ 1,7 bilhão, desbancando até mesmo aquelas direcionadas à educação.
"O interesse dos parlamentares pelo Turismo passou a ser mais evidente a partir de 2007, quando Marta Suplicy assumiu o ministério", relatou
O Estado de S.Paulo em dezembro passado.
Este ano, a farra continuou.
O programa "Turismo Social no Brasil:
Uma Viagem de Inclusão" (alguém conhece?) recebeu mais de R$ 6 bilhões em emendas dos parlamentares na proposta de Orçamento de 2011.
Só ficou atrás das destinadas a "Assistência Ambulatorial e Hospitalar Especializada".
No esquema de poder instaurado por Lula e mantido por Dilma, as emendas funcionam como uma espécie de voucher - nome que batizou a operação policial de ontem - para a corrupção.
Os parlamentares as apresentam no Congresso e passam no balcão do Ministério do Turismo para transformar o papel em serviço; no caso, em dinheiro vivo.
As emendas para o turismo têm o condão de funcionar como um guarda-chuva:
sob elas, cabe de tudo um pouco.
Podem servir para custear construção de museus e teatros, pórticos, teleféricos e mirantes, praças e parques de exposição, rodeios, reformas de aeroportos etc... etc... e etc... Tudo enquadrado sob a rubrica de transferências a "eventos" e "turismo".
O melhor de tudo - para a ação dos malfeitores - é que o dinheiro é liberado sem licitação e rápido: até dois meses depois de autorizado o pagamento da emenda ao parlamentar.
O azeite na engrenagem deste imenso balcão de negociatas foi besuntado em 2006; até então, apenas municípios turísticos tinham direito a esse tipo de verba.
O Ministério do Turismo serve para tudo, menos para o que interessa.
Num país que sediará uma Copa do Mundo de Futebol daqui a três anos e uma Olimpíada daqui a cinco, a pasta não mexe uma palha para aproveitar a oportunidade ímpar de atrair visitantes estrangeiros como nunca antes na história.
O número de turistas que vêm ao Brasil está estagnado.
Em relatório divulgado em março, entre 139 países avaliados pelo Fórum Econômico Mundial o Brasil apareceu apenas na 52ª classificação no ranking da indústria do turismo, despencando sete posições na comparação com o levantamento anterior, de 2009.
A reação de Dilma Rousseff a mais este escândalo de corrupção em seu governo deve ser a de sempre:
posar de vítima e prometer uma nova faxina.
"Dilma faz cara de nojo. Embora pareça sincero, o asco da presidente converte-se rapidamente em pantomima.
(...)
Em oito meses, Dilma assistiu à conversão de seis ministérios em escândalo. De início, simulou rigor. Conteve o ímpeto quando a sujeira achegou-se ao PMDB. (...) A própria Dilma, ex-gerente de toda a gestão Lula conhece a metástase por dentro. Mas é inocente. Ou cúmplice", escreve Josias de Souza na Folha de S.Paulo.
A realidade é que as tímidas ações comandadas pela presidente da República continuam pontuais, sempre a reboque da imprensa. A cada dia, surgem novas denúncias, sempre piores que as anteriores.
Se a conversa de limpeza for a sério, é preciso lavar o governo inteiro.
Mas claro está que falta sabão e disposição da gestão petista para isso.

Fonte: ITV

O Estado de S.Paulo

Do blog: Camuflados

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