quarta-feira, 3 de agosto de 2011

TENTAM MACULAR A ENGENHARIA MILITAR

Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 02 de agosto de 2011.

“O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, e mais sete generais viraram alvo de investigação da Procuradoria-Geral de Justiça Militar sob suspeita de participação em fraudes em obras executadas pelo Exército (...)”. (Folha, 31-07-11)

“Inquérito aponta fraudes em obras rodoviárias executadas pelos militares. General Enzo e outros sete oficiais chefiaram departamentos que fizeram convênios com DNIT entre 2004 e 2009”.
(Correio do povo, 31-07-11)

“Rio - A Procuradoria-Geral de Justiça Militar está investigando suspeita de fraudes que teriam sido cometidas pelo comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, e sete generais em obras contratadas pelo Ministério dos Transportes”. (O Dia, 01-08-11

É interessante verificar o comportamento puramente ideológico e anti-ético da Procuradoria Geral de Justiça-Militar divulgando os nomes das autoridades antes de confirmar seu real envolvimento em processos licitatórios fraudulentos. A Procuradoria difama nossos Chefes Militares antes mesmo de concluir suas diligências. Conhecendo-os pessoalmente fiquei profundamente revoltado, pois a carreira militar de cada um deles serve de luzeiro aos mais jovens dando sobejas mostras de uma conduta profissional e ética modelar. Eu estava escrevendo um artigo para comentar as inúmeras matérias publicadas pela mídia sobre os indícios de fraude em licitações de obras rodoviárias sob a responsabilidade da Engenharia Militar quando recebi um e-mail de meu amigo Coronel Heckert. Publico o seu comentário, na íntegra, depois de fazer uma breve apresentação de seu currículo.

- Acadêmica do Coronel A. A. Heckert

1. Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) - Bacharel em Administração Militar e Formação de Oficial de Infantaria do Exército;

2. Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (ESAO) - Mestrado em Ciências Militares;

3. Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) - Doutorado em Ciências Militares;

4. Universidade do Estado da Bahia - Pós-Graduação em Política e Estratégia;

5. Instituto Militar de Engenharia - Análise e Melhoria de Processos Organizacionais;

6. Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) - Análise e Melhoria de Processos;

7. Fundação Getulio Vargas - Extensão em Gestão Estratégica da Informação;

8. Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) - Orçamento Público;

9. Universidade Federal do Rio de Janeiro - Pós-Graduação em Docência do Ensino Superior;

10. Universidade da Força Aérea (UNIFA/CIEA) - Extensão em Administração de Recursos Humanos;

11. Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) - Gestão de Ativos Informacionais;

12. Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) - Elaboração de Indicadores de Desempenho;

- Cuidado com o andor que o santo é de barro!

Meus amigos!

Cuidado com o andor que o santo é de barro!” já dizia alguém mais precavido.

Recebi as mensagens acima, que como labaredas em palha se espalham pela Internet, denegrindo pessoas que conhecemos e que jamais poderão se recuperar totalmente do que está sendo divulgado, se forem inocentes. Grupei algumas dessas para conhecimento do contencioso, tendo o cuidado de manter oculto o nome dos emitentes, pois a eles dirigi mensagem pessoal no mesmo sentido desta, exceto quando fizeram divulgação em claro do texto sensacionalista da Folha.

Os que conhecem as FFAA, o Exército e os militares citados como “envolvidos em suspeita de participação em fraudes em obras executadas pelo Exército” não deveriam dar curso puro e simples ao que a nossa conhecida imprensa divulga.

Qual foi o oficial, sargento, cabo ou soldado entrevistado pela mídia ou presente em um evento militar que tenha sido reportado pela imprensa que não viu e ouviu barbaridades e erros grosseiros dos profissionais dessas áreas ao relatar até mesmo as coisas positivas sobre as nossas instituições, por puro desconhecimento, ignorância, falta de respeito, jactância ou simples animosidade para com os militares?

Esse assunto do IME é muito velho e já correu a Internet por vários meios, antes mesmo de chegar à Auditoria Militar e vem seguindo os caminhos da Justiça Militar que, bem o sabemos, não é quem identifica um problema, investiga e coloca às claras os erros, sendo acionada, depois disso, pela própria Força, que decide abrir inquéritos e, depois, constatada possibilidade ou comprovada a existência de crime remete os autos para a Auditoria Militar, onde os ilustres procuradores “militares” vão ter conhecimento do fato e dar tratos jurídicos à “bola”.

Por outro lado, esse tal convênio como o DNIT me faz lembrar que quem se mistura com porcos se emporcalha todo, gostando ou não e, ao que eu saiba, o Exército tem sido envolvido em obras civis não somente por interesse de manutenção do preparo do pessoal de Engenharia, mas, também, por imposição superior, fora da própria Força Terrestre, como no caso da transposição do São Francisco, se não estou errado. Se estiver, que me corrijam.

A manchete da mídia é sensacionalista e tem segundas intenções ou, simplesmente, visa macular por outros motivos, entre os muitos que cada um poderá escolher, a imagem de pessoas com quem convivemos direta ou indiretamente ao longo de muitos anos, desde os bancos das escolas militares ou dos internatos na tropa, portanto, todo cuidado é pouco.

Aliás, este assunto me parece muito apropriado no momento em que o governo da Dilma está com um tremendo problema nas mãos, como herança maldita do governo Lulla, sabendo que se mexer muito cairá todo o edifício do PR de do PT, pois ambos estão até o pescoço envolvidos no grande iceberg da corrupção, do qual o Caso DNIT é apenas a ponta que apareceu na superfície do conhecimento e da exposição pública, com os danos decorrentes para a máfia que vem se locupletando em toda a estrutura governamental.

Envolver o Exército, a Instituição mais confiável para a opinião pública brasileira há muitos anos - às vezes perdendo apenas para a Igreja Católica, conforme divulgado em inúmeras pesquisas de opinião - por meio de seu próprio Comandante e de um elenco de oficiais generais é um excelente meio diversionário, que serve até para colocar em dúvida as denúncias de corrupção de toda a estrutura do Ministério dos Transportes e do governo e não apenas do DNIT como se fala tanto, o que poderá ser utilizado, mais tarde pelos corruptos para dizer que foi apenas mais uma intriga da oposição, visto que até o “imaculado” Exército foi envolvido.

Isto é DESINFORMAÇÃO ou não é? Aprendemos um pouco disso em nossas escolas militares quando ainda se ensinavam as matérias Contra-inteligência e Guerra Revolucionária, se não me engano, antes da proibição imposta pelo Albuquerque, o primeiro a escorregar em sua missão maior.

Outrossim, tudo pode ser mais uma exorbitância de algum promotor “militar” oriundo do meio daqueles que querem ver a Força sangrando, para vingar as derrotas sofridas pelas esquerdas em 1964 e nas guerrilhas urbanas e rural da década de 70, ou mesmo alguém vazando informações para aparecer para os holofotes e flashes da imprensa e mostrar poder, visando a ter quinze minutos de fama.

Por ser um crítico da situação a que nos levaram ao longo dos últimos anos os nossos chefes silenciosos, possibilitando:

- a existência desta verdadeira humilhação permanente imposta a todos os “irmãos de armas” pelas honras e indenizações conferidas todo dia a terroristas e criminosos que bem conhecemos e que, atualmente posam de paladinos da democracia, quando queriam impor o totalitarismo ao Brasil;

- o abandono à própria sorte de companheiros que lutaram de armas na mão contra os inimigos da democracia; e

- o aviltamento de nosso “esprit de corps”, sinto-me bem à vontade para dizer tudo isto e, sem ter delegação para defender a Força Terrestre ou seus generais e demais acusados, me coloco em guarda nesta situação.

Sempre um grande abraço, Heckert.

– Blog e Livro

Os artigos relativos ao “Projeto–Aventura Desafiando o Rio–Mar”, Descendo o Solimões (2008/2009), Descendo o Rio Negro (2009/2010), Descendo o Amazonas I (2010/2011), e da “Travessia da Laguna dos Patos I (2011), estão reproduzidos, na íntegra, ricamente ilustrados, no Blog http://desafiandooriomar.blogspot.com.

O livro “Desafiando o Rio–Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre. Pode ainda ser adquirido através do e–mail: hiramrsilva@gmail.com.

Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false.

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Vice-Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil/Rio Grande do Sul; Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br - E–mail: hiramrs@terra.com.br

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