domingo, 7 de agosto de 2011

BOM PACIENTE É DO PLANO. HAJA SAÚDE

Mais importante não é o caminho à consciência, é a consciência como caminho. (Gudé).

Por José Eugênio Maciel

“O problema do nosso tempo é que o futuro não é o que costuma ser”

Paulo Valéry

A ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar publicou no último dia dois a resolução pela qual é ampliada a lista de cobertura assistencial obrigatória dos planos de saúde. Os convênios terão que custear, a partir de janeiro de 2012, cerca de 60 novos procedimentos, entre eles terapia ocupacional, tomografia especial “Pet Scan” (usada no diagnóstico de câncer), cirurgia de redução de estômago via laparoscopia e angiotomografia coronariana.

É fundamental salientar, um longo caminho precisou ser percorrido pela sociedade, notadamente por intermédio dos órgãos de defesa do consumidor que souberam fazer pressão junto ao Ministério da Saúde, uma vez obviamente não existir interesse nenhum por parte das empresas privadas quanto à ampliação da mencionada cobertura. A lista dos itens terá como referência básica da assistência os que contrataram os planos a partir de primeiro de janeiro de 1999, também resulta de uma consulta realizada pela internet, 6.522 opinaram em tempo pouco superior a um mês.

Não é difícil constatar, ainda que possa pesar a boa vontade governamental, ser no mínimo conveniente para o próprio poder público agir em favor do brasileiro, considerando o estado de calamidade facilmente verificado na saúde, pessoas sem ser socorridas nos casos de urgência, exames que demoram uma eternidade, atendimento insuficiente, quando existe, enfim um relação marcada mais pelo que não ocorre do que pelo que efetivamente deveria ser prestado dignamente à população.

Além da mobilização dos órgãos de defesa do consumidor, que lidam cotidianamente com as reclamações volumosas de descasos dos planos, os meios de comunicação não cessam de noticiar a balbúrdia nos hospitais e postos de saúde, pessoas à míngua e mortes que poderiam ser evitadas caso houvesse médicos, equipamentos, competência e agilidade. O quadro deplorável atinge as camadas que só podem dispor do atendimento pelo SUS – Sistema Único de Saúde. Os que podem pagar planos de saúde se situam basicamente na classe média e acima dela, cuja adesão e pagamento são feitos também com sacrifícios, verificando-se, em vários planos, uma queixa geral pelo não atendimento, desaguando em denúncias à imprensa, Ministério Público e na Justiça.

Formalmente, parece tudo certo. Entretanto, sem desejar que o pessimismo tome conta e movido pela necessária precaução, os usuários dos planos de saúde devem continuar atentos, mobilizados para não caírem em armadilhas que se caracterizem no impedimento, dificuldade ou limitação do atendimento quando solicitado pelo usuário/paciente, ele sim um digno paciente e usuário pagante, que não pode mais ficar paciente a pedir, mas a exigir o que lhe é de direito, já pago anteriormente para dispor do serviço médico-hospitalar.

Imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga).

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