O problema será se decidir realmente exercer a posição de ministro. Fico pensando em hordas de quéchuas, aymaras e guaranis armados transportando drogas através da fronteiras brasileiras enquanto nossas tropas, aviões e helicópteros assistem de mãos atadas porque o Ministro considera a venda de derivados da coca uma expressão da “cultura pré-colombiana” dessas etnias.
Imagino tropas armadas de Hugo Chaves caçando dissidentes do lado brasileiro da fronteira porque “comungamos com os princípios dele” e, portanto, os dissidentes devem ser crápulas.
E isto é o mínimo que podemos imaginar.
Ocorre uma idéia. Será que o raciocínio de Dilma e Lula ao indicar este sujeito não se prende essencialmente ao fato de que talvez algum outro sujeito mais competente conseguisse a simpatia dos generais e promovesse um golpe de estado?
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Por Ralph J. Hofmann - Prosa e Política
Quando a União Sul Africana (hoje República da África do Sul) começou a se preparar para uma provável guerra, após a invasão da Tchecoslováquia pelos alemães, foi feito um levantamento do armamento que estava disponível.
Para surpresa geral constatou-se que a maior parte da munição para a artilharia era incompatível com os canhões existentes.
O Ministro da Defesa e os Primeiros Ministros anteriores ao General Smuts (primeiro ministro durante a segunda guerra) eram simpatizantes do Eixo. Os governantes sul-africanos era composto basicamente de “boers” (descendentes de imigrantes holandeses) que haviam lutado contra a Inglaterra por duas vezes no fim do século XIX e início do século XX. Onze anos após o fim da guerra, em 1911 fora criada a União Sul-Africana, país independente participante da Comunidade das Nações Britânicas, a maior parte dos veteranos “boer” ou “afrikaners” como também eram conhecidos, assumindo a liderança política do país.
Em função disto nunca ficou claro se a compra da munição imprestável havia sido resultado de uma sabotagem proposital ou mera ignorância sobre calibres de artilharia. Investigar muito profundamente seria aprofundar feridas. Mas, de fato, quem mandou comprar os obuses tinha claras posições contrárias aos ingleses e simpatia pelos preconceitos raciais e posições dos alemães.
Mais do que isto, esta posição de forma alguma era uma posição generalizada dos “afrikaners“. Muitos soldados que haviam se distinguido contra os ingleses foram heróis nas tropas inglesas em 1914-18 e em 1939-45. Ou seja, a sabotagem de adquirir a munição errada causou muitas mortes de seus compatriotas.
Uma avaliação das posições gratuitamente deletérias ao Brasil defendidas por Celso Amorim ao longo de oito anos nos mostra que o mesmo sempre teve atitudes visceralmente contrárias aos interesses do Brasil. São traições, n ão sabemos se por ignorância ou intencionais. Há sempre o aspecto da vaidade.
Não haveria o que criticar quanto a uma política fria em relação aos Estados Unidos, a OTAN e à União Européia. Até este ponto faria parte da regra do jogo.
O que choca são os salamaleques e bajulações dedicados aos maiores crápulas da face da terra assim como a absoluta falta de reação ante agressões ao patrimônio da nação, o reconhecimento da China como economia de mercado, e a abjeta veneração de Fidel Castro, o mais antigo ditador do mundo.
Como analista de política internacional faltou-lhe o mínimo de percepção. Foram gastos mais de um bilhão de dólares (dólares que valiam mais do que o dobro do que valem hoje) para comprar o status de comensal no Conselho de Segurança da ONU. Sem qualquer sucesso.
Nisto, no financiamento de portos e rodovias no exterior pelo BNDES enquanto nossos portos e rodovias estão em frangalhos, contribuindo para o custo Brasil e no desprestígio mundial ao não reclamar contra o tratamento bárbaro a dissidentes onde quer que fosse Amorim foi instrumental em reduzir a estatura do Brasil.
Num primeiro momento, com as burras cheias à custa de extorsivos 37% do PIB de impostos, o governo se permiti comprar a aprovação da imprensa internacional e só se ouviam aplausos. Hoje se vê um retrocesso. As salvas de palma estão escasseando. O problema de comprar a imprensa internacional é que, quando cessam os pagamentos e as bocas livres, não só cessam os louvores como também começam as críticas.
Neste contexto o que podemos esperar de Celso Amorim como Ministro da Defesa? Se tivermos sorte apenas ocupara o cargo como se fosse um Leão de Chácara com uma bela libré na frente de um edifício de grã-finosem New York. Obviamentesó o aceitou porque se sente nu ao não poder ter a palavra “Ministro” em seus carões de visita.
O problema será se decidir realmente exercer a posição de ministro. Fico pensando em hordas de quéchuas, aymaras e guaranis armados transportando drogas através da fronteiras brasileiras enquanto nossas tropas, aviões e helicópteros assistem de mãos atadas porque o Ministro considera a venda de derivados da coca uma expressão da “cultura pré-colombiana” dessas etnias.
Imagino tropas armadas de Hugo Chaves caçando dissidentes do lado brasileiro da fronteira porque “comungamos com os princípios dele” e, portanto, os dissidentes devem ser crápulas.
E isto é o mínimo que podemos imaginar.
Ocorre uma idéia. Será que o raciocínio de Dilma e Lula ao indicar este sujeito não se prende essencialmente ao fato de que talvez algum outro sujeito mais competente conseguisse a simpatia dos generais e promovesse um golpe de estado?
Certamente Lula, Dilma, Tarso Genro e outros assim fariam se tivessem oportunidade. São mais egoístas que Celso Amorim
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