Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 14 de agosto de 2011
Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta e outro trinta.
Mateus - 13,23
E os que recebem a semente em boa terra são os que houvem a palavra e a recebem, e dão fruto, um a trinta, outro a sessenta, outro a cem, por um.
Marcos - 04,20
As sementes de minha primeira mensagem ao dia dos pais foram lançadas em seara fértil. O livro sagrado diz que estas sementes representam os que ouvem a palavra com coração reto e bom, retêm-na e dão fruto. Recebi duas belas mensagens que faço questão de reportar aos caros amigos leitores neste dia tão especial e tão caro a todos nós.
- Graças ao Meu Velho
Fonte: Major Carlos Firmo Schmidt ROVER, 14.08.2011.
Prezado Hiram:
Recebi, de um colega do EB (Exército Brasileiro), teu e-mail sobre o Dia dos Pais.
Fui às lágrimas porque temos vários pontos em comum:
- sou gaúcho de Rio Grande;
- cursei a EPPA;
- sou da Arma de Engenharia;
- também me emociono quando ouço as duas canções que citas;
- fui companheiro de pescaria do meu pai nos molhes da barra de Rio Grande;
- meu pai também foi “meu Mestre, meu Amigo e meu Farol”;
- deixou-me também as bases de “honestidade, retidão de caráter e compaixão”.
Embora meu pai tenha morrido ainda novo, com 52 anos, quando eu era apenas um guri com 13 anos, herdei dele as características de humildade e de “faz tudo”. Desde pequeno, em vivia como rêmora, grudado no meu pai, “ajudando-o” em todos os trabalhos em casa. Por ser pobre e operário das oficinas de manutenção de locomotivas e vagões da antiga VFRGS, ele, com toda a paciência, ensinava-me tudo o que estava fazendo, de carpintaria, mecânica, eletricidade, (até sapatos fazia para nós, 6 irmãos), etc. Hoje minha mulher e meus 4 filhos me chamam de Professor Pardal, pela minha capacidade de improvisação e de projetar, fabricar ou consertar qualquer coisa que eles peçam. GRAÇAS AO MEU VELHO.
Parabéns pela tua mensagem e grato por ela.
Um abraço do ROVER
- Meu pai foi um sábio!
Fonte: Lázaro Piunti, 28.09.2009.
Desvestido de qualquer título acadêmico, no entanto seu saber era inato.
Semeava os grãos do milho – três em cada cova aberta - no tempo certo. Aplicado aluno da natureza, fazia o plantio não antes de setembro, nunca depois de dezembro. Primavera!
Contemplando no céu o sol a pino, dizia, sem soberba: é meio dia!
O crescimento do arrozal nos brejos e nas baixadas era um encanto à vista. As frágeis ramas verdes se alçavam risonhas, ostentando pencas douradas de grãos. Milagres desabrochados! E ele, olhando plàcidamente as hastes, murmurava embevecido: está cacheando!
Viera a estas plagas ainda menino! O juramento do imigrante tomado a sério. Lavrou a terra não apenas pela necessidade da sobrevivência, mas por amor e devotamento, ao senti-la generosa e acolhedora. Apostou no seu futuro, se fez professor da enxada, foi aprovado com mérito no vestibular da vida. Nas colheitas copiosas celebrava a formatura!
Do chão semeado vieram sucessivas safras, indispensáveis ao sustento da prole de doze filhos. Aos oitenta anos, tolhido pelo tempo, já não mais conseguia sulcar o solo. Da roça se despediu. Lágrimas furtivas molharam aquele rosto digno.
Um dia o filho caçula, o único dos meninos a chegar à universidade, se aproximou desse homem honrado e anunciou sua candidatura a um cargo eletivo na pequena comunidade. O ancião olhou dentro dos seus olhos e, sem pressa, com a serenidade dos justos e santos, proferiu a mais terrível sentença já prolatada por um magistrado:
“Meu filho: nunca alguém de nossa família se meteu nessa aventura. Cuidado para não manchar o nome. É a minha única herança. Se quer mesmo, siga com a minha bênção. Mas não envergonhe ao seu pai”.
Hoje, esse homem é saudade!
Nesta manhã, diante do espelho, um homem de cabelos grisalhos descobriu ter penetrado na fase outonal da própria existência.
Recordou-se então da figura esquálida, alquebrada pelos anos de intenso labor sob sol inclemente, ou açoitado pelas brumas das gélidas manhãs. Com dificuldade reteve o pranto.
E, réu confesso, pede absolvição aos mestres ante o atrevimento de arrojada afirmação.
– Blog e Livro
Os artigos relativos ao “Projeto–Aventura Desafiando o Rio–Mar”, Descendo o Solimões (2008/2009), Descendo o Rio Negro (2009/2010), Descendo o Amazonas I (2010/2011), e da Travessia da Laguna dos Patos I (2011), estão reproduzidos, na íntegra, ricamente ilustrados, no Blog http://desafiandooriomar.blogspot.com.
O livro “Desafiando o Rio–Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede virtual da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre.
Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link: http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false.
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Vice-Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil/Rio Grande do Sul; Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br - E–mail: hiramrs@terra.com.br
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