Publicamos, na semana passada um texto altamente revelador do Cardeal Pacelli, quando ele ainda era Secretário de Estado de Pio XI, no final de 1936, falando a pessoa de sua confiança, a respeito do Terceiro Segredo de Fátima. Disse ele então:
“Estou obcecado pelas confidências da Virgem à pequena Lúcia de Fátima. Essa obstinação de Nossa Senhora diante do perigo que ameaça a Igreja, é um aviso divino contra o suicídio que representaria a alteração da fé, em sua liturgia, sua teologia e sua alma”.
Essa citação foi publicada em várias ocasiões, sem jamais ser feita relação com o conteúdo do Terceiro Segredo de Fátima: (Cfr. Monsenhor Georges Roche e Philippe St. Germain, Pie XII devant l´Histoire, Laffont, Paris, 1972, pp 52 – 53; idem Abbé Daniel Le Roux, Pierre m´aimes-tu?, edit Fideliter, Brout Vernet 1986. p. 1; idem Padre Dominique Bourmaud, Cien Años de Modernismo, Ed Fundación San Pio X Buenos Aires, 2006, p. 312; apud Dom Bernard Fellay, Superior Geral da FSSPX, Resposta de 22 de junho de 2001 à carta do Cardeal Castrillon Hoyos de 7 de maio de 2001. Communicantes, Août 2001, http://www.sspx.ca/Communicantes/Aug2001/French/Monseigneur_Fellay_repond.htm)
Ora, essa declaração do Cardeal Pacelli atribui a Nossa Senhora um aviso profético que não consta de nenhum livro sobre as revelações de Fátima. Portanto, Pio XII só pode ter sabido disso por ter lido o famoso Terceiro Segredo de Fátima, que o Vaticano sempre insistiu em não revelar, e que se nega que exista.
Em julho de 1917, na terceira aparição às três crianças de Fátima Nossa Senhora revelou três segredos: o primeiro sobre a perda de inúmeras almas durante a primeira guerra mundial da qual Ela anunciou o fim próximo.
O segundo segredo tratava de uma possível segunda guerra que espalharia os erros da Rússia pelo mundo e o aniquilamento de várias nações.
De que poderia tratar o Terceiro Segredo?
Evidentemente, seguindo a ordem lógica crescente, depois das almas, e das nações, deveria tratar da Igreja.
Estranha, aliás, é a ausência do tema Igreja nas revelações de Fátima. Nelas Nossa Senhora tratava de fatos muito concretos: Primeira Guerra Mundial, Segunda Guerra, Rússia. E da Igreja, que atravessava a crise imensa do Modernismo, Nossa Senhora não diria nada?
Estranho...
Por demais estranho!
Com efeito, em 1914, repentinamente, morrera São Pio X, o único Papa santo do século XX. Ele havia condenado a heresia do Modernismo. Sua morte – muito brusca-- acarretou a expulsão dos que lhe estavam ligados, na Cúria, e o retorno de seus inimigos modernistas aos postos mais importantes da Igreja.
O Pontificado de Bento XV favoreceu muito os hereges que São Pio X condenara, e que, desde então, só viram sua influência crescer, na Igreja, até o seu triunfo completo no Concílio Vaticano II e com a Missa Nova de Paulo VI.
Espanta, então, que Nossa Senhora não tratasse da situação da Igreja.
Entretanto, a pequena Jacinta teve, uma vez, uma visão em que aparecia um Papa, rezando e chorando, sozinho, num Palácio, enquanto uma multidão lhe atirava pedras. Jacinta perguntou então à Lúcia, se podia contar ao povo “aquilo” a respeito do Papa .
E Lúcia lhe respondeu:
“Não! Não vê você que contar aquilo sobre o Papa, ficaria fácil descobrir o segredo?
Portanto, o segredo tratava de um Papa.
E de um Papa que seria apedrejado...
Nenhum Papa, no século XX, foi apedrejado pelo povo, antes tiveram tanta popularidade...
Consta que João XXIII, ao ler o segredo — que ele fez traduzir do português para o italiano – teria afirmado, que isso não seria com ele, mas com outro Papa. Portanto, no segredo se falaria de um Papa, e se diria uma característica dele que não existia em João XXIII, e, por isso, ele podia dizer que os fatos previstos não eram atinentes à sua pessoa.
Paulo VI leu o segredo, e o fez ler por outros. Fez também o Concílio Vaticano II e a Missa Nova. E confessou que, depois disso, a fumaça de Satanás entrara no templo de Deus, e que se dera um misterioso processo de auto demolição da Igreja. Auto demolição a que assistimos até hoje, todos os dias.
Desgraçadamente.
E auto demolição é uma forma de suicídio...
Paulo VI confirmou indiretamente o que o Cardeal Pacelli dissera que havia no Terceiro Segredo: alusão insistente a um futuro “suicídio” da Igreja.
Paulo VI deixou que vários Cardeais e elementos da Cúria romana lessem o Terceiro Segredo de Fátima. Os Cardeais Silvio Oddi, Ottaviani, Siri, Ciappi, foram dos que leram o Segredo.
João Paulo II o leu e o fez ler por outros prelados, entre os quais o então Cardeal Ratzinger.
Este, inicialmente, se manifestou dizendo que o segredo de Fátima jamais seria publicado por “não conter nada que não estivesse já na revelação”...
Restava saber o que entendia o Cardeal Ratzinger, aí, por Revelação... Seria a Bíblia ou o Apocalipse, pois Apocalipse significa Revelação...
Sobre o Terceiro Segredo de Fátima, o Cardeal Oddi observou que o segredo:
“Não tem nada a ver com Gorbachev. A Virgem Abençoada nos alertou contra a apostasia na Igreja.”
Mas, então, são bem certos os raciocínios de que Nossa Senhora teria falado da Igreja de um suicídio e de uma apostasia na Igreja.
No artigo de Solideo Paolini (http://www.unavox.it/ArtDiversi/div042.htm) há uma citação do Cardeal Ciappi (falecido em 1996) falando a mesma coisa.
“E se o Cardeal Oddi, que teve uma conversa com a Irmã Lúcia, trouxe dela a convicção “que o Terceito Segredo predizia algo terrível feito pela Igreja”, obviamente no sentido impróprio aos homens da Igreja, o Cardeal Ciappi, que foi por decênios e sob vários Pontífices “teólogo do Papa”, foi absolutamente lapidar ao escrever pouco antes de morrer: “No terceiro segredo se profetiza, entre outras coisas, que a grande apostasia na Igreja partirá de seu cume”.
Ou o Cardeal Ciappi mentiu, ou ele leu isso mesmo no Terceiro Segredo de Fátima. Mas, se o Terceiro Segredo disse tal coisa, Nossa Senhora teria predito uma apostasia levada a cabo pelo cume da Igreja, isto é, por um Papa.
É natural, então, que os Papas responsáveis por esse suicídio e apostasia não o quisessem publicar
Isso mesmo é confirmado por outros testemunhos ainda
Sobre tudo isso, escreveu ainda recentemente Antonio Socci:
“O Cardeal Ottaviani e o Cardeal Ciappi (“no terceiro segredo se profetiza, entra outras coisas, que a grande apostasia na Igreja partirá da sua cúpula”). Um conceito análogo transparece das palavras de Lucia ao padre Fuentes e de duas declarações do Cardeal Ratzinger. Eu noticiei isso só como jornalista, explicando que muitos interpretam a apostasia em referência aos efeitos do Concílio. (A.Socci, Carta Aberta ao Cardeal Bertone).
Portanto, o terceiro segredo fala de uma “grande apostasia” – expressão apocalíptica — e apostasia que será promovida pela mais alta cúpula da Igreja.
Seria por um Papa?
E não há que esquecer que na Sagrada Escritura, a vinda do Anticristo é precedida pela “Grande Apostasia”...
Uma pergunta vem imediatamente à mente: não teria sido, então, o Concílio Vaticano II essa “grande apostasia”?
Certo é que muitos constataram que o Vaticano II aprovou as teses modernistas condenadas por São Pio X. Pois, então, a Virgem de Fátima anunciou antecipadamente essa grande apostasia realizada pelos neo modernistas no Vaticano II.
Se é assim,-- e tudo indica que é assim mesmo -- era bem natural que João XXIII e Paulo VI tivessem escondido o Terceiro Segredo de Fátima.
João XXIII falou contra os “profetas de desgraças” que viam a Igreja em perigo de ruínas e de apostasia... Foi para Nossa Senhora e para as videntes de Fátima que ele disse isso, ou ele visava só os acreditavam em Fátima?
Se Nossa Senhora tivesse feito a menor alusão elogiosa à Nova Igreja Conciliar que ia nascer do Concílio Vaticano II, os dois Papas conciliares a teriam trombeteado bem alto. Não trombetearam. Esconderam o segredo de Fátima. Logo, o Terceiro Segredo era contrário aos objetivos dos que propugnavam a instalação de uma Nova Igreja Conciliar.
No ano 2000, quando da visita de João Paulo II a Fátima, o Vaticano anunciou a publicação do Terceiro Segredo de Fátima. Na verdade, publicou apenas uma visão referente ao Terceiro Segredo: um Bispo de branco, saindo de uma cidade arruinada, atrás de uma procissão iniciada por Cardeais, Bispos, padres, religiosos e povo, e que o Bispo de branco — o Papa – seguia titubeante. Eles subiam uma montanha, e lá, o Papa e todos os demais que estavam com ele eram mortos a tiros e flechadas, por soldados uniformizados.
O Cardeal Sodano se cobriu de ridículo aplicando essa visão ao atentado de Agca contra João Paulo II, atentado em que ninguém morreu -- nem o Papa — enquanto que, na visão, todos morrem.
Era muita a vontade do bem suspeito Cardeal Sodano de querer enganar, de modo bem grosseiro, o mundo inteiro.
Agora, nasceu na Itália uma polêmica que está tomando vulto inesperado: o jornalista Antonio Socci, que era contrário á tese de que o Terceiro Segredo fazia referências à crise atual da Igreja, voltou a estudar o assunto, e acabou por aceitar a tese de que o Terceiro Segredo de Fátima não foi totalmente publicado:
“O já falecido Padre Joaquin Alonso (+1981), que por dezesseis anos foi o arquivista oficial em Fátima, o qual entrevistou Irmã Lúcia por diversas vezes, nos dá o seguinte testemunho:
“É, portanto, completamente provável que o texto faça referências concretas à crise de fé dentro da Igreja e à negligência dos próprios pastores [e as] brigas internas no seio mesmo da Igreja e de grave negligência pastoral da alta hierarquia...
"No período precedente ao grande triunfo do Imaculado Coração de Maria, coisas terríveis estão previstas para acontecer. Essas coisas formam o conteúdo da Terceira parte do Segredo. O que são elas? Se ‘em Portugal o dogma da Fé sempre será preservado, ’… pode-se claramente deduzir daí que em outras partes da Igreja esses dogmas tornar-se-ão obscuros ou se perderão totalmente...
"O texto não publicado menciona circunstâncias concretas? É bem possível que mencione não apenas uma crise real da fé na Igreja durante este interstício, mas, por exemplo, à semelhança do segredo de La Sallete, haja mais referências concretas às brigas internas de Católicos ou à queda de sacerdotes e religiosos. Talvez o texto faça até referência aos erros da alta hierarquia da Igreja”.
Antonio Socci contará que o atual Cardeal Bertone foi enviado pelo Cardeal Ratzinger a conversar com Irmã Lúcia, três vezes sucessivas em 2.000, 2001 e 2.003.
Se a publicação da visão da procissão e morte de um “Bispo vestido de branco” era tudo o que havia no Terceiro Segredo, se não havia um texto de Nossa Senhora explicando essa visão, para que o atual Cardeal Bertone foi três vezes falar com Irmã Lúcia, em Coimbra?
Falar com ela sobre o quê, se tudo já fora publicado?
O que se tem, então, é um texto bem claro do Cardeal Pacelli, datado de 1936 dizendo que Nossa Senhora em Fátima profetizou um suicídio da Igreja pela mudança de sua teologia e de sua liturgia. Ora, no Concílio Vaticano II se mudou a Teologia da Igreja, e desse Concílio nasceu a Missa Nova de Paulo VI. Depois disso, Paulo VI declarou que havia um misterioso processo de auto demolição da Igreja. E o Cardeal Ciappi disse que o Terceiro segredo falava de uma grande apostasia...
Uma Igreja que se auto demole, é suicida. Logo, em Fátima, no Terceiro Segredo, Nossa Senhora previu o Concílio Vaticano II e a Missa Nova e os qualificou de suicidas.
O Vaticano II e a Missa Nova, nós o vemos na prática, foram atos suicidas que acarretaram a atual grande apostasia.
E quem seria o Bispo vestido de branco – um Papa -- que fará a restauração da Missa de sempre?
O Cardeal Ratzinger foi perito do Concílio Vaticano II.
Depois... mudou muito...
É certo que ele leu o Segredo de Fátima. Teria ele compreendido, afinal, à luz do segredo, o que deveria ser feito?
Rezemos pelo Papa, Bispo vestido de branco.
Rezemos pelo Papa
E que Deus guarde a Santa Igreja!
São Paulo, 28 de Maio de 2007
fonte:http://www.fimdostempos.net/3segredo_concilio3.html
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