sábado, 12 de junho de 2010

REFINARIA DE MANAUS ISAAC SABBÁ (REMAN)

Por Hiram Reis e Silva, Cidreira, RS, 11 de junho de 2010

“Setores da Petrobras temem que a estatal desista de modernizar a refinaria de Manaus, relegando-a terminal, dentro do plano estratégico 2011-2015, trazendo enormes prejuízos à economia amazonense. A obra, de R$ 1,5 bilhão, teria sido preterida por duas novas refinarias de R$ 30 bi no Nordeste. O assessor top-top Marco Aurélio Garcia teria iniciado o movimento, derrubado por pressão da base aliada”. (Cláudio Humberto)

A Câmara Municipal de Manaus (CMM) vai promover uma audiência pública com a Superintendência da Refinaria de Manaus Isaac Sabbá (REMAN), o Sindicato dos Petroleiros (SindPetro) e o Governo do Estado com o objetivo de debater o Projeto de Modernização da Refinaria. Os vereadores querem conhecer as justificativas da Petrobras para um suposto cancelamento de investimentos da ordem de U$ 789 milhões, previstos para a reforma da REMAN, e consequente ameaça da refinaria ser transformada em apenas um terminal de descarga. A audiência pública está prevista para a próxima segunda-feira, dia 14 de junho.

A PETROBRAS estaria direcionando seus recursos para construção de duas refinarias no Nordeste. O cancelamento da reforma da refinaria de Manaus trará um prejuízo ao estado do Amazonas de 25% de ICMS, equivalente a R$ 1,5 bilhão por ano e forçaria o estado a importar combustível da Venezuela e do Peru. Os investimentos na Refinaria de Manaus são absolutamente necessários para que seu produto fique dentro dos padrões exigidos pela legislação ambiental.

Refinaria da Petrobras em Manaus pode se tornar simples terminal

Segunda, 07 de Junho de 2010 - CBN Manaus - Economia & Negócios

“A diretoria da Petrobras deu os primeiros sinais de que pode inviabilizar a liberação dos R$ 1 bilhão previstos para a modernização da Refinaria Isaac Sabbá, de Manaus (REMAN). Os recursos não estariam previstos no plano estratégico da empresa que vai de 2010 a 2014. Isso, a médio prazo, a transformaria num simples terminal de recebimento e entrega de combustíveis, abandonando o refino.

Um dos técnicos que está trabalhando no processo de modernização da empresa, que teria R$ 180 milhões para investir este ano, afirma que a obsolescência da REMAN se daria gradualmente. ‘A legislação ambiental vai se tornando mais exigente e os equipamentos precisam ser modernizados. Para se ter uma idéia, o diesel já é produzido, em outras refinarias, com 50 Partículas Por Milímetro (PPM) de enxofre, enquanto no Amazonas ainda sai com 1.800 PPMs. Breve, esse diesel não será aceito em mais nenhum lugar’, disse o técnico.

O diesel com excesso de enxofre é considerado uma das principais causas de câncer. A jazida de petróleo de Nova Olinda, que teria sido redimensionada e reavaliada, entraria em operação com óleo S10, praticamente sem enxofre.

A bancada federal do Amazonas prepara-se para reagir e está enviando uma bateria de requerimentos para que a diretoria da Petrobras dê explicações, tanto na Câmara quanto no Senado Federal. A deputada federal Vanessa Grazziotin afirma que a REMAN gera 380 empregos diretos e mais de 5 mil indiretos, tendo perspectiva de arrecadação em ICMS, este ano, de R$ 1,4 bilhão.

http://lh4.ggpht.com/_sVkOowtLtKc/SkqBn1IKhnI/AAAAAAAAB2M/cLHLeRCDQQI/arthur_virgilio_senador_30_06_2009_thumb%5B3%5D.jpg?imgmax=800O senador Arthur Virgílio considerou um absurdo essa possibilidade. ‘Assim como os Estados produtores de petróleo não querem abrir mão dos royalties, nós não podemos abrir mão de uma REMAN, no momento em que Urucu produz em plenitude e o gás vai chegar a Manaus. Vou à tribuna e convocarei a diretoria da Petrobras para dar explicações’, disse.

Um e-mail anônimo noticia uma reunião entre o encarregado da modernização da REMAN, engenheiro Jesus, e o diretor operacional da empresa, Celso Lucchesi, onde foi repassada a informação de que a Petrobras vai priorizar as refinarias do Maranhão, onde investirá R$ 20 bilhões, e Ceará, com investimento de R$ 10 bilhões.

A mensagem eletrônica também afirma que a decisão favoreceria a importação de gasolina, diesel, óleo para motores pesados e querosene de aviação da Venezuela, com importante suporte econômico ao presidente Hugo Chávez, aliado e amigo do presidente Lula.

A Venezuela impôs um apagão recente a Boa Vista (RR), que depende quase que totalmente da energia produzida na hidrelétrica venezuelana de Guri”. (www.amazonasnoticias.com.br)


Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

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